GA67:I.123 – sentido do ser

Casanova

Certamente o que está em questão é: como é a entidade possível? A colocação da questão dá-se porém da seguinte maneira: qual é o “sentido” (o âmbito essencializante do esboço, o desvelado, a verdade) do ser? Mas por que se pergunta assim? Apenas para galgar o próximo estágio mais elevado da pergunta pela possibilidade? Não, mas a partir da experiência fundamental do ser mesmo (o nada, a história, a verdade mesma, o ser-situado). A partir do ser-jogado (Da-sein) na verdade do ser surge o esboço e a pergunta pelo esboço. E o ser-jogado jogou o que pergunta no ser-situado: (140) saber o ser-situado enquanto um tal e nomear o pré-nome para o ser essencializante mesmo: o tempo.

O tempo não é apenas e em primeiro lugar um bastidor que é uma vez mais empurrado para trás do ser, a fim de que ele mesmo tenha uma vez mais um pano de fundo questionável. Tempo é o nome para o ser que essencializa a si mesmo enquanto desvelamento. Mas como é que ele poderia chegar a ser questionado em meio a todo o acossamento perdurante através da metafísica senão com os modos metafísicos de proceder? Com isto alcança-se a “transcendência do ser-situado” que se encontra caracteristicamente ambíguo entre a “subjetividade” completamente superada em seu conteúdo objetivo e o ser-situado a ser fundado. Pois em parte alguma pensa-se no sentido do sujeito; a história é pensada enquanto historicidade do ser-situado, este enquanto essencialmente determinado através da compreensão de ser. Com-preender, contudo, enquanto o esboço que é jogado de maneira instante em seu aberto e nunca deveria como que imputar para si o esboçado enquanto um artefato seu.

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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