GA65:6 – cunhagem da tonalidade afetiva

Casanova

Todo pensar essencial exige que seus pensamentos e suas proposições sejam a cada vez cunhados de maneira nova como bronze a partir da tonalidade afetiva fundamental. Se a tonalidade afetiva permanecer de fora, então tudo é um falatório imposto de conceitos e cápsulas vocabulares.

Se, então, um disparate de “pensamento” domina já há muito tempo a opinião sobre a “filosofia”, então a representação e o julgamento da tonalidade afetiva não podem ser outra coisa senão uma estaca da incompreensão do pensamento (tonalidade afetiva é o elemento fraco, divergente, obscuro e embrutecido em contraposição à perspicácia, à clareza e à facilidade do “pensamento”). Se ela vier à tona, ela pode ser tolerada como um adorno do pensamento.

A questão é que a tonalidade afetiva fundamental afina o ser-aí e, com isto, o pensar como projeto da verdade do seer na palavra e no conceito.

A tonalidade afetiva é a pulverização do estremecimento do seer como acontecimento apropriador no ser-aí. Pulverização: não como um mero desaparecimento e extinção, mas, ao contrário: como guarda da chama no sentido da clareira do aí de acordo com a plena abertura do fosso abismal do seer. [GA65PT:36-37]

Muñoz

Fédier

Emad & Maly

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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