GA65:273 – historiologia (Historie)

Casanova

(…) Sangue e raça tornam-se os sustentáculos da história. A pré-historiologia dá à historiologia o caráter agora válido. O modo como o homem empreende e calcula a si mesmo, o modo como ele se coloca em cena e se compara, o modo como ele retifica para si o passado como pano de fundo de sua atualidade, a maneira como ele propaga esse presente e o transforma em uma eternidade, tudo isso mostra o predomínio da historiologia.

O que se tem em vista, porém, aqui por historiologia? A explicação clarificadora do passado a partir do campo de visão dos empreendimentos calculadores do presente. O ente é nesse caso pressuposto como o encomendável, produtível e constatável (ἰδέα).

(…)

O seer como acontecimento apropriador é a história; a partir daqui, sua essência precisa ser determinada independentemente da representação do devir e do desenvolvimento, independentemente da consideração e explicação historiológicas. Por isto, a essência da história também não tem como ser apreendida, caso se esteja dirigido para o “objeto” historiológico e para o que se encontra contraposto historiologicamente, ao invés de se partir do “sujeito” historiológico (investigador). O que deve ser, afinal, o objeto da historiologia? A “historiologia objetiva” é uma meta in-alcançável? Ela não é absolutamente nenhuma meta. Então também não há nenhuma historiologia “subjetiva”. Na essência da historiologia está o fato de que ela se funda na relação sujeito-objeto; ela é objetiva, porque ela é subjetiva, e, na medida em que ela é subjetiva, ela também precisa ser objetiva; por isso, uma “oposição” entre historiologia “subjetiva” e “objetiva” não tem absolutamente nenhum sentido. Toda historiologia termina no biografismo antropológico-psicológico.

Muñoz

Fédier

Rojcewicz & Vallega-Neu

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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