GA65:19 – Que significa ser si mesmo?

Casanova

Pois o que significa, afinal, então, o ser si mesmo? Será que o homem é ele mesmo, será que nós somos nós mesmos por meio do fato de deixarmos o caminho livre para aquilo que se atém a nós e em que nos vemos presos? Em que sentido o homem é, como nós somos: isto é algo que não se acha de maneira alguma claro. Mesmo o aceno para uma ação e para um efetuar não é suficiente. Todo e qualquer “funcionamento”, toda e qualquer busca no entorno coloca o homem em movimento, e resta a questão de saber se ele com isso já “é”. Em verdade, não pode ser negado que ele é um ente de tal tipo, mas exatamente por isso aguça-se a questão com vistas a se, então, o homem já “é”, quando ele apenas “é” e ocorre assim, se um povo é ele mesmo, na medida em que ele empreende apenas o aumento e a diminuição de sua consistência. Evidentemente pertence “mais” ao “ser” do povo, esse “ser” é marcado em si por uma referencialidade de determinações essenciais, cuja “unidade” permanece com maior razão obscura. De onde deveria vir, por exemplo, o esforço por produzir por meio de instituições e “organizações” o corpo popular presente para a “forma”? O fato de o homem “ser constituído” por corpo – alma – espírito não diz muita coisa. Pois a questão acerca do ser dessa consistência una é contornada com isso, abstraindo-se do fato de esses “componentes” e seu estabelecimento como determinações do homem pressuporem de qualquer modo experiências históricas completamente próprias do homem e de sua relação com o ente. O que reside na “alma” – anima – ψυχή? No espírito – animus, spiritus – πνεύμα? [GA65PT:52-53]

Fédier

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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