Para os poucos que de tempos em tempos perguntam uma vez mais, isto é, que colocam em decisão de maneira renovada a essência da verdade. GA65 (Casanova): 5
Eles são os crentes propriamente ditos, porque eles se mantêm – abrindo a essência da verdade – sobre o solo. GA65 (Casanova): 5
Nisso reside: de maneira pensante fundar o saber do acontecimento apropriador, por meio da fundação da essência da verdade enquanto ser-aí. GA65 (Casanova): 5
E aqueles que determinam previamente pela primeira vez a abertura desse aberto e que precisam realizar a afinação sobre eles, na medida em que repensam a essência da verdade e a elevam ao nível de questão, esses são os que são mais duramente usados. GA65 (Casanova): 5
Na essência da verdade do acontecimento apropriador decide-se e funda-se ao mesmo tempo todo verdadeiro, o ente se faz ente, o não ente desliza para o interior da aparência do seer. GA65 (Casanova): 7
Aquele equívoco das pretensões emerge do desconhecimento da essência da verdade como velamento clareador do aí, que precisa ser suportado na insistência do questionar. GA65 (Casanova): 24
Se o saber como resguardo da verdade do verdadeiro (da essência da verdade no ser-aí) distingue o homem (em face do animal racional até aqui) e o eleva ao nível da vigilância do seer, então o saber mais elevado é aquele que é suficientemente forte para ser a origem de uma abdicação. GA65 (Casanova): 26
A partir dessa indiferença ela mesma velada da aparente ausência de deslocamento extasiante e fascinante, o deslocamento extasiante e fascinante aparece como exceção e como evento isolado, lá onde ele mostra de qualquer modo o fundamento e a essência da verdade. GA65 (Casanova): 32
Aquela essência da verdade, contudo, a clareira e o encobrimento extasiantes e fascinantes como origem do aí, se essencia em seu fundamento, que nós experimentamos como acontecimento da apropriação. GA65 (Casanova): 32
Em seu aceno, o ser mesmo, o acontecimento apropriador enquanto tal, se torna pela primeira vez visível, e esse brilhar carece tanto da fundação da essência da verdade como clareira e como encobrimento quanto de seu abrigo derradeiro nas figuras transformadas do ente. GA65 (Casanova): 32
O pressentimento inexpresso do acontecimento apropriador apresenta-se em primeiro plano e, ao mesmo tempo, em meio a uma rememoração histórica (ousia = parousia) como “temporialidade”: o acontecimento do êxtase que guarda o que tinha sido e que antecipa abrindo o porvir, isto é, a abertura e a fundação do aí, e, com isso, da essência da verdade. GA65 (Casanova): 34
O silenciar e o questionar: o questionar essencial enquanto um colocar na decisão da essência da verdade. GA65 (Casanova): 38
De onde, porém, a essência dessa verdade e, com isso, a essência da verdade enquanto tal deve poder se determinar senão a partir do próprio seer? E isso não apenas no sentido de uma “derivação” a partir do seer, mas no sentido de uma efetuação dessa essência por meio do seer, algo sobre o que nós não temos como dispor por meio de nenhuma visão “correta” sobre o seer, o que, ao contrário, pertence unicamente aos instantes velados da história do ser. GA65 (Casanova): 44
Decisão e questão; questão como mais originária: colocar a essência da verdade em decisão. GA65 (Casanova): 47
8) Isso é acompanhado pelo não saber da essência da verdade; o fato de antes de tudo o que é verdadeiro a verdade e a sua fundação precisarem ser decididas; a busca cega pelo “verdadeiro” na aparência do querer maximamente sério. GA65 (Casanova): 56
1) O cálculo – estabelecido pela primeira vez no poder por meio da maquinação da técnica, maquinação essa que se funda, em consonância com o saber, na matematização; aqui a conceptualidade prévia se mostra obscura em termos de sentenças diretrizes e de regras, e, por isso, a segurança da direção e do planejamento, o ensaio; a inquestionabilidade do atravessar de algum modo; nada é impossível, se está certo do “ente”; não se necessita mais da pergunta sobre a essência da verdade; tudo tem de se orientar pelo estado respectivo do cálculo; a partir daí, o primado da organização, recusa a uma mudança que cresça livremente desde o fundamento; o incalculável é aqui apenas o ainda não dominado pelo cálculo, mas que em si pode ser expressamente capturado; portanto, de modo algum aquilo que se encontra fora de todo cálculo; em instantes “sentimentais”, que não raramente estão precisamente sob o “domínio” do cálculo, o “destino” e a “providência” são tomados por empenho, mas nunca de tal modo que poderia emergir daquilo que é aí conclamado uma força configuradora, que poderia algum dia GA65 (Casanova): 58
A propagação desses encobrimentos do abandono do ser e, com isso, precisamente deles mesmos é o mais forte obstáculo, porque ao mesmo tempo um obstáculo que não tem de modo algum como ser notado, para a correta apreciação e fundação da tonalidade afetiva fundamental da retenção, na qual pela primeira vez a essência da verdade reluz, na medida em que a remoção para o interior do ser-aí acontece. GA65 (Casanova): 58
A ausência de indigência se torna a mais elevada possível, lá onde a certeza de si mesmo se tornou inexcedível, lá onde tudo é considerado como calculável e onde antes de tudo se decide, sem questão prévia, quem nós somos e o que nós devemos ser; lá onde se perdeu o saber e onde esse saber nunca foi fundamentado propriamente, de tal modo que o ser si mesmo propriamente dito acontece no fundar para além de si, o que exige: a fundação do espaço da fundação e de seu tempo, o que requer: o saber da essência da verdade como o que incontornavelmente precisa ser sabido. GA65 (Casanova): 60
Onde a posse do verdadeiro como o correto se encontra fora de questão e dirige todo fazer e todo deixar de fazer, em que medida ainda haveria aí espaço para a questão acerca da essência da verdade? E onde essa posse do verdadeiro pode até mesmo se reportar aos fatos, quem gostaria de se perder aí ainda na inutilidade de uma questão essencial e se expor ao escárnio? A partir do soterramento da essência da verdade como o fundamento do ser-aí e da fundação da história emerge a ausência de indigência. GA65 (Casanova): 60
Com isso, a essência da verdade seria tão desconhecida quanto a essenciação do seer, que permanecem inesgotáveis, porque elas são o que há de mais único para todo e qualquer saber. GA65 (Casanova): 94
Isso, porém, aponta para a essência da verdade como velamento clareante. GA65 (Casanova): 95
A resposta a essas duas perguntas é, contudo: tempo é aqui experimentado de maneira velada como temporalização, como deslocamento extasiantee, com isso, como abertura; e ele se essentia enquanto tal na essência da verdade para a entidade. GA65 (Casanova): 98
A transposição para a essência do seer e, com isso, o questionamento da questão prévia (essência da verdade) são diversas de todas as objetivações do ente e de todo acesso imediato a esse ente; nesse caso, ou bem o homem é em geral esquecido, ou bem o ente é atribuído como certo ao “eu” e à consciência. GA65 (Casanova): 119
Que o salto, aqui como pergunta acerca da essência da verdade mesma, traz pela primeira vez o homem para o interior do campo de jogo do acometimento e da permanência de fora da chegada e da fuga dos deuses. GA65 (Casanova): 119
De onde, porém, provém a cada vez o duplo na temporalização e na espacialização? A partir de sua essência fundamental do arrebatamento extasiante e fascinante e essa essência fundamental enraizada na essência da verdade. GA65 (Casanova): 150
Mesmo na questão da verdade impõe-se a viragem: essência da verdade e verdade da essência. GA65 (Casanova): 166
Mundo”, porém, não o saeculum cristão e a denegação de Deus, ateísmo! Mundo a partir da essência da verdade e do aí! Mundo e terra (cf conferência sobre a obra de arte). GA65 (Casanova): 172
A essência do fundamento originariamente a partir da essência da verdade, verdade e tempo-espaço (a-bismo). GA65 (Casanova): 187
Agora, a essência da verdade se transformou originariamente no ser-aí, e agora a pergunta não tem qualquer sentido, se e como, por exemplo, o “pensar” (o “pensar” que pertence inicialmente e de modo derivado apenas à aletheia, homoiosis) poderia levar a cabo e assumir o “desvelamento”. GA65 (Casanova): 207
[A essência da verdade] É próprio da essência da verdade da maneira mais íntima possível o fato de que ela é histórica. GA65 (Casanova): 217E, assim, emerge a aparência de que a essência da verdade seria até mesmo “eterna” com base nesta constância que tinha sido deixada parada; sobretudo caso se represente a “eternidade” como a mera perduração. GA65 (Casanova): 217
Será que nós nos encontramos no fim de tal longo tempo de enrijecimento radical da essência da verdade e, então, diante do portal de um novo instante de sua verdade velada? A concepção, segundo a qual a verdade seria em primeiro lugar encobrimento clareador (cf o a-bismo) tem em vista o fato de uma clareira se fundar para o que se encobre. GA65 (Casanova): 217
A essência da verdade é o encobrimento clareador do acontecimento apropriador. GA65 (Casanova): 219
A essência da verdade reside no fato de se essenciar como o verdadeiro do seer e de se tornar, assim, origem para o abrigo do verdadeiro no ente, por meio do que esse ente se torna pela primeira vez essente. GA65 (Casanova): 224
A essência da verdade é a clareira para o encobrir-se. GA65 (Casanova): 225
Todavia, resta a questão de saber se experimentamos de maneira suficientemente essencial essa essência da verdade, se assumimos esse encobrir-se em toda e qualquer ligação com o ente, e, com isso, a renúncia hesitante, a cada vez à sua própria maneira como o acontecimento da apropriação, nos sobre-apropriando dela. GA65 (Casanova): 225
Que retenção jurisdicional do ser-aí é requisitada com isso hierarquicamente, se essa essência da verdade deve chegar a ser sabida como o originariamente verdadeiro? Agora também fica mais clara pela primeira vez a origem da errância e o poder e a possibilidade do abandono do ser, o encobrimento e a di-ssimulação; o domínio do não fundamento. GA65 (Casanova): 226
O mero aceno para a aletheia com vistas à explicação da essência da verdade, essência essa colocada aqui como fundamento, não nos ajuda a seguir adiante porque, na aletheia, precisamente o acontecimento do desencobrimento e do encobrimento não são experimentados e concebidos como fundamento, uma vez que, sim, o questionar continua sendo determinado a partir da physis, o ente enquanto ente. GA65 (Casanova): 226
Mas as tentativas até aqui em Ser e tempo e nos escritos seguintes de impor essa essência da verdade contra a correção do re-presentar e do enunciar como fundamento do próprio ser-aí precisavam permanecer insuficientes, porque elas foram sempre realizadas a partir da repulsae, com isso, porém, tinham sempre o re-pelido como ponto de mira, tornando impossível saber a essência da verdade desde o seu fundamento, desde o fundamento como o qual ela mesma se essencia. GA65 (Casanova): 226
Em minhas tentativas até aqui para o projeto dessa essência da verdade, o esforço para me tornar compreensível se encaminhara sempre em primeiro lugar para deixar claro os modos da clareira e as modulações do encobrimento e sua copertinência essencial (cf, por exemplo, a conferência sobre a verdade de 1930). GA65 (Casanova): 226
Por que seer? 2) A essência da verdade funda a necessidade do porquê e, com isso, da questão. GA65 (Casanova): 227
5) Como é que o conceito há muito legado da verdade como correção não apenas guia de saída a questão, mas também sugere que a resposta a ela precisaria ser medida por uma correção e, com isso, que a essência da verdade precisaria ser deduzida de algo previamente dado, que ela re-stitui. GA65 (Casanova): 227
Se apenas a admissão fosse tão longe, então já se precisaria mobilizar a questão de saber se, em geral, a correção, que fundamentou pela primeira vez tal representação do ente e daquele mesmo que representa (não pressuposto, por exemplo), enquanto essência da verdade, não pode fundamentar e determinar a busca e a pretensão ao verdadeiro. GA65 (Casanova): 227
O que significa, porém, dizer que, então, o projeto da essência da verdade como encobrimento clareador precisa ser ousado e que o tresloucamento do homem no interior do ser-aí precisa ser preparado? Tres-loucado e lançado para fora extaticamente daquela situação, na qual nós nos encontramos: do gigantesco vazio e da enorme desertificação, enredado no que foi legado pela tradição e que se tornou enquanto tal incognoscível, sem critérios de medida e sem a vontade antes de tudo de interrogar essas coisas; o deserto, porém, é o abandono do ser velado. GA65 (Casanova): 227
[A essência da verdade é a não-verdade] Por meio dessa sentença concebida conscientemente como autocontraditória deve ser expresso o fato de que pertence à verdade o caráter negativo, mas de modo algum apenas como falha, mas como algo que resiste, como aquele encobrir-se que surge na clareira enquanto tal. GA65 (Casanova): 228Apesar disso, essa sentença é duvidosa quando se tem a intenção de se aproximar da estranha essência da verdade por meio de tal estranhamento. GA65 (Casanova): 228
O que está voltado para o projeto nunca se mostra como um em si puro e simples, nem o que projeta consegue algum dia se colocar puramente por si, mas essa contenda em jogo no fato de que cada um dos dois se vira contra o outro, vinculando-se a ele e se referindo de volta a ele, é a consequência da intimidade, que se essencia na essência da verdade como clareira do encobrir-se. GA65 (Casanova): 229
Com uma mera dialética extrínseca da relação sujeito-objeto não se concebe nada aqui, mas essa relação mesma, fundada na correção como uma estaca da verdade, tem sua origem a partir da essência da verdade. GA65 (Casanova): 229
O fundamento velado de todo esse impulso reside, porém, no primado e na pretensão à correção e esse primado e essa pretensão se devem à impotência para a própria essência da verdade, isto é, para o saber acerca daquilo que suporta ou obstrui todos os esforços, por mais sinceros que eles sejam, acerca do verdadeiro. GA65 (Casanova): 230
A questão é que movimentos fundamentais da essência da verdade e de suas condições de interpretação suportaram e suportarão a história ocidental. GA65 (Casanova): 232
5) A fundação essencial da verdade como desentranhamento da primeira reluzência na aletheia não é, então, simplesmente a assunção da palavra e de sua tradução adequada como “desvelamento”, mas importante é experimentar a essência da verdade como clareira para o encobrir-se. GA65 (Casanova): 233
Com certeza, ainda que se pergunte de maneira mais originária, isso nunca garante uma resposta mais certa, mas, ao contrário, apenas abre uma questiona-bilidade mais elevada da essência da verdade; e é dessa questiona-bilidade que precisamos; pois sem ela o verdadeiro permanece indiferente. GA65 (Casanova): 234
Tudo isso assumido sem questionamento impede uma pergunta mais originária acerca da essência da verdade. GA65 (Casanova): 234
Na medida em que a essência da verdade se encontra em meio às suas últimas meditações (cf a sua sentença sobre a relação entre a verdade (do saber) e a arte; cf a doutrina da perspectiva dos impulsos), tudo conquista uma nova vitalidade, que, porém, não deve nos iludir quanto ao caráter fragmentário das bases – sobretudo não, quando se leva em conta o fato de que Nietzsche quer superar o platonismo à sua maneira. GA65 (Casanova): 234
Com efeito, porém, apesar de tudo, Nietzsche parece ter vinculado uma vez mais a essência da verdade com a vida. GA65 (Casanova): 234
Da maneira mais profunda possível, Nietzsche parece levar a pergunta até o cerne da essência da verdade, lá onde ele acolhe a questão “o que significa toda vontade de verdade?” e onde ele designa o saber em torno dessa questão como “o nosso problema” (VII, 482). GA65 (Casanova): 234
De onde, porém, o perguntar? Não se encontra à base do questionamento uma irrupção do homem em um aberto, que se abre para encobrir? E isso que se abre, o encobrimento clareador, não é a essência da verdade? Mas de onde e como acontece essa irrupção do homem naquele outro que ele mesmo pretende ser, que lhe aparece como sua circunscrição, e que, porém, ele não é propriamente, que lhe é antes vedado e dissimulado, de tal modo que só lhe resta uma aparência disso (o ser-aí)? Ora, mas em que se baseia a determinação da essência da verdade como encobrimento clareador? Em uma parada junto à aletheia. GA65 (Casanova): 236
Mas quem foi que imaginou a aletheia algum dia normativamente, e de onde provém o direito a esse elemento tradicional, e, contudo, ao mesmo tempo esquecido? Como é que podemos conceber um estado na essência da verdade, sem que todo “verdadeiro” permaneça apenas um engodo? Por meio de uma fuga em direção ao cerne da realidade efetiva próxima à vida de uma “vida” bastante questionável, não há como conquistar nada aqui. GA65 (Casanova): 236
[A crença e a verdade] O que é visado aqui não é a forma particular do pertencimento a uma “confissão”, mas a essência da crença, concebida a partir da essência da verdade. GA65 (Casanova): 237Mas o que significa aqui saber? Qual é o saber propriamente dito? Aquele que sabe a essência da verdade e, por conseguinte, determina na viragem a partir dessa essência mesma. GA65 (Casanova): 237
Se a essência da verdade é: a clareira para o encobrir-se do seer, então saber é: o manter-se nessa clareira do encobrimento e, com isso, a ligação fundamental com o encobrir-se do seer e com esse seer mesmo. GA65 (Casanova): 237
Esse saber não é, então, nenhum mero tomar-por-verdadeiro de um verdadeiro qualquer ou de um verdadeiro insigne, mas originariamente: o manter-se na essência da verdade. GA65 (Casanova): 237
Os que perguntam desse modo são os que acreditam originária e propriamente, isto é, aqueles que levam a sério fundamentalmente a própria verdade, não apenas o verdadeiro, que colocam em decisão se a essência da verdade se essencia e se essa essenciação mesma nos suporta e conduz, a nós, os que sabem, acreditam, agem, criam, em suma, os seres históricos. GA65 (Casanova): 237
O tempo-espaço como emergente da e pertencente à essência da verdade, como a estrutura extasiantemente arrebatadora e fascinante (junção fugidia) assim fundada do aí. ( GA65 (Casanova): 238
Os dois são originariamente unos no tempo-espaço, assim como pertence à essência da verdade a fundação abissal do aí, por meio do qual é fundada pela primeira vez a mesmidade e todo verdadeiro do ente. GA65 (Casanova): 240
Quanto mais puramente a essência própria dos dois é preservada e quanto mais profundamente a origem é estabelecida, tanto antes tem sucesso a apreensão de sua essência enquanto tempo-espaço, pertencente à essência da verdade como fundamento clareador para o encobrimento. GA65 (Casanova): 241
Ao contrário, a unidade é a unidade da origem e essa origem só pode ser perseguida se: 1) A essência dos dois é clarificada a cada vez propriamente, e 2) Cada essência em si é exposta contra a outra em sua separação extrema, e 3) Cada essência é concebida em si como emergindo de algo originário; e 4) Esse originário como a raiz comum dos dois enquanto algo diverso deles e, contudo, de tal modo que ele precisa, como raiz, daqueles dois enquanto “troncos”, a fim de se mostrar como raiz-fundamento fundador (a essência da verdade). GA65 (Casanova): 241
O fundamento é a essência da verdade. GA65 (Casanova): 242
Por isso, se o tempo-espaço for concebido como a-bismo e se o a-bismo for tomado de maneira mais determinada de acordo com a viragem a partir do tempo-espaço, então se reabrirá com isso a ligação revirante e o pertencimento do tempo-espaço à essência da verdade. GA65 (Casanova): 242
O a-bismo, porém, também é antes de tudo a essência originária do fundamento, de seu fundar, da essência da verdade. GA65 (Casanova): 242
Quanto mais fundamentalmente o fundamento (a essência da verdade) for sondado em seu solo, tanto mais essencialmente se essencia o seer. GA65 (Casanova): 242
A estrutura dessa essenciação precisa ser colocada sempre uma vez mais no projeto: a essência da verdade é o encobrimento clareador. GA65 (Casanova): 242
Todas essas questões permanecem não apenas sem respostas, mas de início inquestionáveis, enquanto espaço e tempo não forem concebidos a partir do tempo-espaço, isto é, enquanto a questão acerca da essência da verdade não for questionada desde o fundamento como a questão prévia à questão fundamental da filosofia (como se essencia o seer?). GA65 (Casanova): 242
Por isso, junto a esse projeto da essência da verdade não há, por isso, nenhum lugar para uma interpretação inequívoca que é sempre uma vez mais sugerida da relação platônica. GA65 (Casanova): 243
Os que estão por vir: os lentos fundadores, que escutam por um longo tempo, dessa essência da verdade. GA65 (Casanova): 248
O questionar acerca da essência da verdade e acerca da essenciação do seer: o que é isso senão o caráter resoluto em nome da mais extrema meditação? Esse caráter resoluto, porém, cresce a partir da abertura para o necessário, que torna incontornável a experiência da indigência do abandono do ser. GA65 (Casanova): 250
O pensar do seer precisa pertencer ao que tem de ser pensado mesmo de uma maneira completamente diversa de todo e qualquer ajuste em relação ao elemento objetivo porque o seer não tolera a própria verdade como suplemento e como algo trazido para junto de si, mas “é” ele mesmo a essência da verdade. GA65 (Casanova): 258
A essência da verdade é inquirida agora a partir da essenciação do seer, ela é concebida como a clareira do encobrir-se e, com isso, como pertencente à essência do seer mesmo. GA65 (Casanova): 259
No outro, “tempo” designa a primeira indicação da essência da verdade no sentido da clareira aberta de acordo com o arrebatamento extasiante do campo de jogo, no qual o seer se oculta e, se ocultando, se doa pela primeira vez expressamente em sua verdade. GA65 (Casanova): 259
A compreensão de ser é, por outro, (uma vez que a compreensão é concebida como pro-jeto e esse projeto como projeto jogado) a indicação da fundação da essência da verdade (caráter manifesto; clareira do aí; ser-aí). GA65 (Casanova): 264