GA63:7 – Faktizität – Faticidade

Renato Kirchner

Faticidade é a designação para o caráter ontológico de “nosso” ser-aí “próprio”. Mais especificamente, a expressão significa: esse ser-aí em cada ocasião (fenômeno da “ocasionalidade”; cf. demorar-se, não ter pressa, ser-aí-junto-a, ser-aí), na medida em que é “aí” em seu caráter ontológico no tocante ao seu ser. Ser-aí no tocante a seu ser significa: não e nunca primordialmente enquanto objetualidade da intuição e da determinação intuitiva, da mera aquisição e posse de conhecimentos disso, mas ser-aí está aí para si mesmo no como de seu ser mais próprio. O como do ser abre e delimita o “aí” possível em cada ocasião. Ser – transitivo: ser a vida fática! O ser mesmo nunca é uma possível objetualidade de um ter, na medida em que o ser de si mesmo lhe importa.

Ser-aí enquanto ser próprio em cada caso não significa que seja uma relativização isolada no que é visto externamente como um “indivíduo”, o “indivíduo” (solus ipse), porém, “propriedade” é um como do ser, uma indicação do caminho possível do estar desperto. Contudo, não como uma demarcação regional no sentido de uma oposição isoladora.

Por conseguinte, por fático chama-se algo que “é” articulando-se por si mesmo sobre um caráter ontológico, o qual é desse modo. Caso se tome a “vida” como um modo de “ser”, (14) então, “vida fática” quer dizer: nosso próprio ser-aí enquanto “aí” em qualquer expressão aberta no tocante a seu ser em seu caráter ontológico. (p. 13-14)

Aspiunza

John van Buren

Original

  1. Remite Heidegger a una serie de términos que serían explicativos: Verweilen, Nichtweglaufen, Da-bei-, Dasein. (N del T.)[↩]
  2. Wie: se trata del adverbio interrogativo «cómo» substantivado, en alemán igualmente chocante. (N del T.)[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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