A situação da interpretação, como a apropriação compreensiva do passado, é sempre a situação de um presente vivo. A própria história, o passado que é apropriado na compreensão, cresce em sua compreensibilidade com a primordialidade da escolha decisiva e o desenvolvimento da situação hermenêutica. O passado se abre somente de acordo com a resolutividade e a força de iluminação que um presente tem disponível. A primordialidade de uma interpretação filosófica é determinada pela certeza específica dentro da qual a pesquisa filosófica mantém a si mesma e suas tarefas. A concepção que a pesquisa filosófica tem de si mesma e da concretização de sua problemática também já determina sua atitude básica em relação à história da filosofia. A direção da visão, na qual somente o passado pode ser colocado, determina o que constitui o campo-objeto da problemática filosófica que é de fato questionado (348). Essa leitura não só não é contrária ao sentido do conhecimento histórico, como também é, de fato, a condição básica para expressar o passado. Todas as interpretações no campo da história da filosofia, bem como naqueles outros campos que se esforçam — ao contrário das “construções” histórico-problemáticas — para não ler nada nos textos, devem admitir que também leem nos textos, só que o fazem sem orientação e com ferramentas conceituais das fontes mais díspares e incontroláveis. A falta de preocupação com o que “realmente se faz” e a falta de conhecimento sobre os meios empregados são consideradas como uma eliminação de qualquer subjetividade possível.1.