GA61:19-20 – definição filosófica [philosophischen Definition]

No sentido da ideia formal de definição, é importante agora alcançar a ideia da definição filosófica, isto é, da definição de objetos filosóficos (Definition von philosophischen Gegenständen). As relações de sentido de sua proveniência (sinnmäßige Abkunftsverhältnis), porém, são propriamente de tal natureza que a definição filosófica é a definição originária, que a ideia formal de definição brota desta, através de uma formalização (Formalisierung), e que o caráter de definição das diversas ciências, é claro que de outro modo, tem sua origem igualmente da definição filosófica.

A definição filosófica é uma definição principial, de tal modo que filosofia não é uma “cousa” (Sache); “ter principial” (prinzipielles Haben). Ela deve ser, portanto, “indicativa” (anzeigend): o que está (28) em questão e importa; isso é apenas uma explicação mais aguda do caráter específico do princípio; diz respeito a uma pro-visão (Vor-»kehrung«) para – que eu não “volte” (kehre) meu interesse e atenção ao conteúdo (Gehalt). Ela é indicativa “formal”, o “caminho” (Weg), no “principiar” (Ansatz). É dada de antemão uma ligação indeterminada em relação ao conteúdo, determinada em relação à realização.

A definição filosófica (Die phänomenologische Definition) é tal, que é uma temporalização especificamente existenciária (existenzieller Zeitigung). Nela encontramos a realização da compreensão (Sinne der Verstehensvollzug), num sentido decisivo, de tal modo que, a partir da experiência fundamental do caminho, no modo como é indicado, se faz um “retorno” (zurück), isto é, de tal modo que só agora propriamente se torna explícita a interpelação (Ansprechung); de tal modo que a tarefa (pesquisa das categorias), a ideia da situação e da antecipação (Situations- und Vorgriffsidee) são colocadas como problemática, e a experiência existenciária fundamental (existenzielle Grunderfahrung) pode ser tomada concretamente como preocupação como sendo faticamente o elemento decisivo.

(HEIDEGGER, Martin. Interpretações fenomenológicas sobre Aristóteles. Introdução à pesquisa fenomenológica. Tr. Enio Paulo Giachini. Petrópolis: Vozes, 2011, p. 27-28)