GA40:88 – proeminência da compreensão do Ser

Carneiro Leão

Assim, do que fica dito até agora, se evidencia o seguinte: ao classificarmos, de início, como um fato, ser (primeiro sem nome) para nós o Ser uma palavra vazia de significação flutuante, des-classificamo-lo e, des-classificando, o de-gradamos em sua própria eminência. Na realidade, porém, a compreensão do Ser, embora indeterminada, possui para a nossa existência a suprema eminência, porquanto aí vai e se afirma o poder, no qual se funda simplesmente a possibilidade essencial de nossa existência. Não se trata de um fato entre outros fatos e sim de algo, que, em razão de sua eminência, exige a maior consideração, suposto naturalmente, que nossa existência, que sempre é Histórica, não nos seja indiferente. E ainda assim, mesmo para a existência nos ser indiferente, temos que compreender o Ser. Sem essa compreensão nem poderemos dizer “não” à existência.

Somente, dignificando em sua eminência, essa proeminência da compreensão do Ser, preservamo-la, como eminente. Mas de que modo poderemos dignificar essa eminência? Como mantê-la em sua dignidade?

Isso não se encontra ao arbítrio de nossa vontade!

Fried & Polt

Kahn

Original

  1. In parentheses in the 1953 edition.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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