Carneiro Leão
No tempo do primeiro e decisivo desabrochar da filosofia ocidental entre os gregos, por quem a investigação do ente como tal na totalidade teve seu verdadeiro Princípio, chamava-se o ente de physis. Essa palavra fundamental, com que os gregos designavam o ente, costuma-se traduzir com “natureza”. Usa-se a tradução latina, “natura”, que propriamente significa “nascer”, “nascimento”. Todavia já com essa simples tradução latina se distorceu o conteúdo originário da palavra grega, physis; destruiu-se a força evocativa, propriamente, filosófica da palavra grega. […] […] O que diz então a palavra physis? Evoca o que sai ou brota de dentro de si mesmo (por exemplo, o brotar de uma rosa), o desabrochar, que se abre, o que nesse despregar-se se manifesta e nele se retém e permanece; em síntese, o vigor dominante (Walten) daquilo, que brota e permanece. Lexicamente “phyein” significa crescer, fazer crescer. Todavia, o que quer dizer crescer? Significará porventura apenas in-cremento quantitativo, aumentar de quantidade e tornar-se maior?
A physis, entendida, como sair e brotar, pode-se experimentá-la em toda parte, assim por exemplo, nos fenômenos celestes (nascer do sol), nas ondas do mar, no, crescimento das plantas, no nascimento dos animais e dos homens do seio materno. Entretanto, physis, o vigor dominante, que brota, não se identifica com esses fenômenos, que ainda hoje consideramos pertencentes à “natureza”. Tal sair e suster-se fora de si e em si mesmo (Dieses Aufgehen und In-sich-aus-sich-Hinausstehen) não se deve tomar por um fenômeno qualquer, que entre outros observamos no ente. A physis é o Ser mesmo em virtude do qual o ente se torna e permanece observável.
Os gregos não experimentaram, o que seja a physis, nos fenômenos naturais. Muito pelo contrário: por força de uma experiência fundamental do Ser, facultada pela poesia e pelo pensamento, se lhes des-velou o que haviam de chamar physis. Somente em razão desse des-velamento puderam então ter olhos para a natureza em sentido estrito. Physis significa, portanto, originariamente, o céu e a terra, a pedra e a planta, tanto o animal como o homem e a História humana, enquanto obra dos homens e dos deuses, finalmente e em primeiro lugar os próprios deuses, submetidos ao Destino (Geschick). Physis significa o vigor reinante, que brota, e o perdurar, regido e impregnado por ele. Nesse vigor, que no desabrochar se conserva, se acham incluídos tanto o “vir-a-ser” como o “ser”, entendido esse último no sentido restrito de permanência estática. Physis é o surgir (Ent-stehen), o ex-trair-se a si mesmo do escondido e assim conservar-se.
Se, porém, não se entende physis, como às mais das vezes acontece, no sentido originário de vigor dominante, que brota e permanece, mas na significação posterior e hodierna, a saber, como natureza, e se além disso se consideram, como a manifestação fundamental da natureza, os fenômenos do movimento das coisas materiais, átomos e electrões, ou seja o que a física moderna investiga como physis, então o princípio da filosofia grega se converterá numa filosofia da natureza, numa representação de todas as coisas, segundo a qual elas são de natureza propriamente material. […] […]
Ao ente como tal em sua totalidade, chamavam-no os gregos physis. De passagem, porém, deve-se acrescentar, que já dentro da filosofia grega se introduziu logo cedo uma restrição da palavra, sem que, porém, sua significação originária desaparecesse da experiência, do saber e atitude da filosofia grega. Assim em Aristóteles ainda ressoa o conhecimento desse sentido originário, quando fala dos fundamentos do ente como tal (Cfr. Met. III, 1, 1003 a 27).
Todavia essa restrição da physis na direção do “físico” não se deu do modo que hoje imaginamos. Ao físico opomos o “psíquico”, o anímico, o animado, o vivente. Sem embargo tudo isso, mesmo para os gregos posteriores, ainda pertencia à physis. Como contrapartida aparece, o que os gregos chamavam thesis, posição, estatuto, ou nomos, lei, regra no sentido dos costumes. Mas os costumes não constituem o moral mas se referem ao que afeta os usos, ao que se funda nos laços da liberdade e em normas da tradição; é o ethos, aquilo que diz respeito à livre conduta e atitude, que concerne à configuração do ser Histórico do homem e que então sob a influência da moral foi degradado ao domínio do ético.
Physis se restringe a partir de sua oposição a techne – que não significa nem arte nem técnica e sim um saber, a disposição competente de instituições e planejamentos bem como o domínio dos mesmos (Cf. Fedro de Platão). A techne é criação e construção, enquanto pro-dução (Hervor-bringung) sapiente. (O mesmo vigor vigente em physis e techne só se poderia esclarecer numa reflexão especial). O conceito oposto ao físico era sem embargo o Histórico, um setor do ente, que também era pensado pelos gregos no sentido da physis, concebida originariamente de modo mais amplo. Isso nada tem a ver com uma interpretação naturalista da História. O ente como tal em sua totalidade é physis – isso quer dizer que sua Essencialização e seu caráter consistem em ser o vigor dominante, que brota e permanece. Tal sentido se experimenta antes de tudo naquilo que de certo modo se impõe da maneira mais imediata e que veio a significar mais tarde a physis em sentido restrito: ta physei onta, ta physika, o ente natural. Quando se investiga a physis, i. é, quando se investiga o que seja o ente como tal, então ta physei onta, dão antes de mais nada o ponto de apôio. Mas de tal sorte que a investigação não se deve deter nesse ou naquele domínio da natureza, sejam corpos sem vida, plantas ou animais. Deve ultrapassar por sobre eles todos para além de ta physika. [GA40CL:43-47]
En la época del primer despliegue decisivo de la filosofía occidental, entre los griegos, gracias a los que se produjo el verdadero comienzo del preguntar por el ente como tal en su totalidad, al ente se lo llamó φύσις. Esta palabra básica que designa el ente, se suele traducir por «naturaleza». Se utiliza la traducción latina natura, que de hecho significa «nacer», «nacimiento». Con esta traducción latina ya se margina el significado originario de la palabra griega φϋσις y se anula su fuerza nominativa propiamente filosófica. […]
[…] ¿Qué dice, pues la palabra φύσις ? Expresa lo que se abre por sí solo (p. ej., el abrirse de una rosa), lo que se despliega y se inaugura abriéndose; lo que se manifiesta en su aparición mediante tal despliegue y que así se sostiene y permanece en sí mismo; en breves palabras, lo que impera <walten> en tanto inaugurado y permanente. En sentido lexical, φύσειν significa crecer, hacer crecer. ¿Pero qué quiere decir crecer? ¿Acaso significa sólo el in-cremento
La φϋσις. entendida como el salir o brotar, puede experimentarse en todas partes, por ejemplo en los procesos celestes (salida del sol), en las olas del mar, en el crecimiento de las plantas, en el nacimiento de los animales y hombres desde el vientre materno. Pero φύσις, la fuerza imperante que brota, no significa lo mismo que esos procesos que todavía hoy consideramos como pertenecientes a la «naturaleza». Este salir y sostenerse fuera de sí en sí mismo
Los griegos no han experimentado lo que es la φϋσις en los procesos naturales, sino a la inversa; a partir de una experiencia radical del ser, poética e intelectual, accedieron a lo que ellos tenían que llamar φύσις. Sólo sobre la base de tal acceso, pudieron observar la naturaleza en sentido riguroso. Por eso, la palabra φύσις significaba originariamente el cielo y la tierra, la piedra y el vegetal, el animal y el hombre, la historia humana, entendida como obra de los hombres y de los dioses, y, finalmente, los dioses mismos, sometidos al destino. Φύσις significa la fuerza imperante que permanece regulada por ella misma. En esta fuerza imperante que permanece al salir, están incluidos tanto el «devenir» como el «ser», entendido éste en el sentido restringido de lo que permanece inmóvil. Φύσις es el producirse (Entstehen), el salir de lo oculto y el instaurar a éste primeramente como tal.
Pero si la φϋσις no se entiende, como acontece en la mayoría de los casos, en el sentido originario de una fuerza imperante que brota y permanece, sino en su significación posterior y actual, es decir, como naturaleza, y si se atribuyen además a la naturaleza los procesos del movimiento, como los fenómenos fundamentales [23] de las cosas materiales, de los átomos y electrones, o sea, aquello que la física moderna investiga como physis, entonces se convierte la filosofía originaria de los griegos en filosofía de la naturaleza, en una representación de todas las cosas, según la cual ellas son de índole propiamente material. […] […]
Los griegos llamaron φϋσις al ente como tal en su totalidad. Sólo al margen cabe mencionar que ya dentro de la filosofía griega se introdujo pronto un uso más restringido de la palabra, sin que desapareciera por ello de tal filosofía aquella significación originaria, tomada de la experiencia, del saber y de la actitud que la caracterizan. Aun en Aristóteles, cuando habla de los fundamentos como tal (véase Met Γ I, 1003 a 27), se conserva el eco del conocimiento de ese significado primigenio.
Pero esta concepción restringida de la φϋσις en la dirección de lo físico, no se produjo del modo que nosotros, los contemporáneos, nos imaginamos. A lo físico oponemos lo “psíquico”, lo anímico, lo animado, lo viviente. Sin embargo, todo ello, para los griegos y aun en tiempos posteriores pertenecía a la φύσις. Como manifestación opuesta introdujeron lo que llamaban ύεσις, posición, lo puesto, o el νομος, ley, regla, en el sentido de las costumbres. Pero esto no constituye lo moral, sino que se refiere a lo que afecta a los usos, a lo que se apoya sobre los lazos constituidos a partir de la libertad y sobre lo asentado a partir de la tradición. Es lo que designa el ἦθος, es decir lo concerniente a la libre conducta y actitud, a la configuración del ser histórico del hombre que luego fue degradado por influjo de la moral, al dominio de lo ético.
Φύσις queda restringida a partir de su oposición a τέχνη, que no significa ni arte ni técnica sino «saber», disposición sapiente de la libre planificación y organización y el dominio sobre lo organizado (véase el Fedro de Platón). La τέχνη es creación y construcción, en tanto producción a partir de un saber. (Lo esencialmente común de φύσις y τέχνη sólo se podría aclarar en una consideración aparte.) El concepto opuesto a lo físico es, empero, lo histórico, un ámbito del ente también entendido por los griegos en el sentido de la φύσις, aunque el concepto de ésta, originariamente, fue más amplio. Pero eso no tiene en absoluto nada que ver con una interpretación naturalista de la historia. El ente como tal en su totalidad es φϋσις; es decir, su esencia y carácter consisten en ser la fuerza imperante que brotay permanece. Esto se experimenta, ante todo, en lo que de alguna manera se impone de modo más inmediato, y que más tarde significó φύσις en sentido restringido: τά φύσει όντα, τα φυσικά, el ente natural. Cuando se pregunta, en general, por la φύσις, es decir, por lo que es el ente como tal, τα φύσει οντα da ante todo el punto de referencia; pero de modo que el preguntar no debía detenerse, de antemano, en este o en aquel dominio de la naturaleza, sean cuerpos inertes, plantas o animales, sino que debía ir más allá de τa φυσικά. [GA40AAP]
A l’époque du premier et décisif déploiement de la [26] philosophie occidentale chez les Grecs, par lequel le questionner sur l’étant comme tel en totalité prit son véritable départ, on nommait l’étant φύσις. Ce mot de base des Grecs pour l’étant, on a coutume de le traduire par « nature ». On utilise la traduction latine natura, ce qui signifie proprement « naître », « naissance ». Mais, par cette traduction latine, on s’est déjà détourné du contenu originaire du mot grec φύσις, l’authentique force d’appellation philosophique du mot grec est détruite. […] […] Or, que dit le mot φύσις? Il dit ce qui s’épanouit de soi-même (par ex. l’épanouissement d’une rose), le fait de se déployer en s’ouvrant et, dans un tel déploiement, de faire son apparition, de se tenir dans cet apparaître et d’y demeurer, bref il dit la perdominance perdurant dans un s’épanouir (das aufgebend-verweilende Walten). Selon le dictionnaire, φύειν veut dire croître, faire croître. Mais que signifie croître? Cela désigne-t-il seulement le fait de s’agrandir selon la quantité, de devenir plus, et plus grand?
La φύσις conçue comme épanouissement (Aufgehen) peut être partout, par exemple dans les phénomènes célestes (lever (Aufgang) du soleil), dans la houle marine, dans la croissance des plantes, dans la sortie de Panimal et de l’homme du ventre de leur mère. Mais φύσις, la perdominance de ce qui s’épanouit, ne signifie pas seulement ces phénomènes que nous attribuons aujourd’hui encore à la « nature ». Cet épanouissement, ce se tenir-en-soi-vers-le-dehors, cela ne peut être considéré comme un processus observé, parmi d’autres, dans l’étant. La φύσις est l’être même, grâce auquel seulement l’étant devient observable et reste observable.
Les Grecs n’ont pas commencé par apprendre des phénomènes naturels ce qu’est la φύσις, mais inversement : c’est sur la base d’une expérience fondamentale poétique et pensante (dichtend-denkend) de l’être, que s’est ouvert à eux ce qu’ils ont dû nommer φύσις. Ce n’est que sur la base de cette ouverture qu’ils purent être à même de comprendre la nature au sens restreint. Φύσις désigne donc originairement aussi bien le ciel que la terre, aussi bien la pierre que la plante, aussi bien l’animal que l’homme, et l’histoire humaine en tant qu’œuvre des hommes et des dieux, enfin, et en premier lieu, les dieux mêmes dans le pro-de-stin. Φύσις désigne la perdominance de ce qui s’épanouit, et le demeurer (Währen) per-dominé (durchwaltet) par cette perdominance. Dans cette perdominance qui perdure dans l’épanouissement se trouvent inclus aussi bien le « devenir » que « l’être » au sens restreint de persistance immobile. Φύσις est la venue au jour,
Mais si, comme il arrive le plus souvent, on ne comprend pas φύσις dans le sens originaire de perdominance de ce qui s’épanouit et perdure, mais dans le sens ultérieur et actuel de nature, et si l’on pose en outre que la nature se manifeste fondamentalement par les mouvements des choses matérielles, des atomes, des électrons, c’est-à-dire par ce que la physique moderne soumet à ses investigations comme « physis », alors la philosophie originaire des Grecs devient une philosophie de la nature, une représentation de toutes choses, selon laquelle elles sont proprement de nature matérielle. […] […]
L’étant comme tel en totalité, les Grecs le nomment φύσις. Indiquons seulement en passant que, déjà au sein de la philosophie grecque, le mot commença assez tôt à prendre un sens plus restreint, sans que pour autant sa signification originaire disparût de la philosophie grecque – de son expérience, de son savoir, de son attitude. Lorsque Aristote parle des principes de l’étant comme tel (cf. Met. III, 1003 à 27), on perçoit encore qu’il a conscience du sens originaire du mot.
Mais ce rétrécissement du sens de la φύσις en allant vers le « physique » ne s’est pas produit de la façon dont nous, hommes d’aujourd’hui, nous nous le représentons. Nous opposons au physique le « psychique », le mental, l’animé, le vivant. Mais tout ceci, pour les Grecs, et aussi ultérieurement, appartient encore à la φύσις. Comme phénomène opposé se présente ce que les Grecs nomment θέσις, position, statut, ou νόμος, loi et institution, règle au sens de ce qui est moral (das Sittliche). Mais il ne faut pas entendre par là ce qui relève de la morale (das Moralische) y mais ce qui constitue la vertu des mœurs (das Sittenhafte), ce qui repose sur une obligation venant de la liberté et sur un mandat venant de la tradition; ce qui concerne le libre comportement et la libre attitude, la formation de l’être historial de l’homme, l’ἦθος; ce qui ensuite, sous l’influence de la morale, sera dégradé en éthique.
Φύσις devient plus étroit par opposition à τέχνη – ce qui ne désigne ni l’art ni la technique, mais un savoir, un savoir qui a à sa disposition la faculté de faire des plans et des aménagements, et de maîtriser ces aménagements (cf. le Phèdre, de Platon). La τέχνη est un fabriquer, un engendrer, en tant qu’elle est un pro-duire par le savoir. (Ce qui est essentiellement le même en φύσις et τέχνη ne pourrait être élucidé que dans une étude particulière.) Le terme opposé au physique est cependant l’historique, un domaine de l’étant que les Grecs comprennent néanmoins également sous la notion de φύσις, celle-ci étant prise originairement, c’est-à-dire au sens large. Mais cela n’a absolument rien à faire avec une interprétation naturaliste de l’histoire. L’étant comme tel en totalité est φύσις – c’est-à-dire qu’il a pour essence et caractère la perdominance qui perdure dans l’épanouissement. Quelque chose de tel, on en fait alors surtout l’expérience dans ce qui s’impose en quelque sorte le plus immédiatement, dans ce que signifie plus tard φύσις au sens étroit : τὰ φύσει ὄντα, τὰ φυσικά, l’étant qui est de l’étoffe de la nature (naturhaft). Quand on questionne sur la φύσις en général, c’est-à-dire sur ce qu’est l’étant comme tel, alors τὰ φύσει ὄντα donnent un repère, mais à condition que d’emblée le questionner ne s’en tienne pas à tel ou tel règne de la nature (minéral, végétal, animal) mais dépasse τὰ φυσικά. [GA40GK:25-29]
In the age of the first and definitive unfolding of Western philosophy among the Greeks, when questioning about beings as such and as a whole received its true inception, beings were called phusis. This fundamental Greek word for what is is usually translated as “nature.” We use the Latin translation natura, which really means “to be born,” “birth.” But with this Latin translation, the original content of the Greek word phusis is already thrust aside, the authentic philosophical naming power of the Greek word is destroyed. […] […] Now, what does the word phusis say? It says what emerges from itself (for example, the emergence, the blossoming, of a rose), the unfolding that opens itself up, the coming-into-appearance in such unfolding, and holding itself and persisting in appearance—in short, the emerging-abiding sway. According to the dictionary, phuein means to grow, to make grow.1 But what does growing mean? Does it just mean to increase by acquiring bulk, to become more numerous and bigger?
Phusis as emergence can be experienced everywhere: for example, in processes in the heavens (the rising of the sun), in the surging of the sea, in the growth of plants, in the coming forth of animals and human beings from the womb. But phusis, the emerging sway, is not synonymous with these processes, which still today we count as part of “nature.” This emerging and standing-out-in-itself-from-itself may not be taken as just one process among others that we observe in beings. Phusis is Being itself, by virtue of which beings first become and remain observable.
It was not in natural processes that the Greeks first experienced what phusis is, but the other way around: on the basis of a fundamental experience of Being in poetry and thought, what they had to call phusis disclosed itself to them. Only on the basis of this disclosure could they then take a look at nature in the narrower sense. Thus, phusis originally means both heaven and earth, both the stone and the plant, both the animal and the human, and human history as the work of humans and gods; and finally and first of all, it means the gods who themselves stand under destiny. Phusis means the emerging sway, and the endurance over which it thoroughly holds sway. This emerging, abiding sway includes both “becoming” as well as “Being” in the narrower sense of fixed continuity. Phusis is the event of standing forth, arising from the concealed and thus enabling the concealed to take its stand for the first time.2
But if one understands phusis, as one usually does, not in the original sense of the emerging and abiding sway, but in its later and current meaning, as nature, and if one also posits the motions of material things, of atoms and electrons—what modern physics investigates as phusis—as the fundamental manifestation of nature, then the inceptive philosophy of the Greeks turns into a philosophy of nature, a representation of all things according to which they are really of a material nature. […] […]
What is, as such and as a whole, the Greeks call phusis. Let it be mentioned just in passing that already within Greek philosophy, a narrowing of the word set in right away, although its original meaning did not disappear from the experience, the knowledge, and the attitude of Greek philosophy. An echo of knowledge about the original meaning still survives in Aristotle, when he speaks of the grounds of beings as such (cf. Metaphysics Γ 1, 1003a27).3
But this narrowing of phusis in the direction of the “physical” did not happen in the way we picture it today. We oppose to the physical the “psychical,” the mind or soul, what is ensouled, what is alive. But all this, for the Greeks, continues even later to belong to phusis. As a counterphenomenon there arose what the Greeks call thesis, positing, ordinance, or nomos, law, rule in the sense of mores. But this is not what is moral, but instead what concerns mores, that which rests on the commitment of freedom and the allotment of tradition; it is that which concerns a free comportment and attitude, the shaping of the historical Being of humanity, ēthos, which under the influence of morality was then degraded to the ethical.
Phusis gets narrowed down by contrast to technē—which means neither art nor technology but a kind of knowledge, the knowing disposal over the free planning and arranging and controlling of arrangements (cf. Plato’s Phaedrus).4 Technē is generating, building, as a knowing pro-ducing. (It would require a special study to clarify what is essentially the same in phusis and technē.)5 But for all that, the counter-concept to the physical is the historical, a domain of beings that is also understood by the Greeks in the originally broader sense of phusis. This, however, does not have the least to do with a naturalistic interpretation of history. Beings, as such and as a whole, are phusis—that is, they have as their essence and character the emerging-abiding sway. This is then experienced, above all, in what tends to impose itself on us most immediately in a certain way, and which is later denoted by phusis in the narrower sense: ta phusei onta, ta phusika, what naturally is. When one asks about phusis in general, that is, what beings as such are, then it is above all ta phusei onta that provide the foothold, although in such a way that from the start, the questioning is not allowed to dwell on this or that domain of nature—inanimate bodies, plants, animals—but must go on beyond ta phusika.
Im Zeitalter der ersten und maßgebenden Entfaltung der abendländischen Philosophie bei den Griechen, durch die das Fragen nach dem Seienden als solchem im Ganzen seinen wahrhaften Anfang nahm, nannte man das Seiende φύσις. Dieses griechische Grundwort für das Seiende pflegt man mit »Natur« zu übersetzen. Man gebraucht die lateinische Übersetzung natura, was eigentlich »geboren werden«, »Geburt« bedeutet. Mit dieser lateinischen Übersetzung wird aber schon der ursprüngliche Gehalt des griechischen Wortes φύσις abgedrängt, die eigentliche philosophische Nennkraft des griechischen Wortes zerstört. […] […] Was sagt nun das Wort φιισις? Es sagt das von sich aus Aufgehende (z. B. das Auf gehen einer Rose), das sich eröffnende Entfalten, das in solcher Entfaltung in die ErscheinungTreten und in ihr sich Halten und Verbleiben, kurz, das aufge-hend-verweilende Walten. Lexikalisch bedeutet φΰειν wachsen, wachsen machen. Doch was heißt wachsen? Meint es nur das mengenmäßige Zu-nehmen, mehr und größer Werden?
Die φύσις als Aufgehen kann überall, z. B. an den Vorgängen des Himmels (Aufgang der Sonne), am Wogen des Meeres, am Wachstum der Pflanzen, am Hervorgehen von Tier und Mensch aus dem Schoß, erfahren werden. Aber φύσις, das aufgehende Walten, ist nicht gleichbedeutend mit diesen Vorgängen, die wir heute noch zur »Natur« rechnen. Dieses Aufgehen und In-sich-aus-sich-Hinausstehen darf nicht als ein Vorgang genommen werden, den wir unter anderen am Seienden beobachten. Die φύσις ist das Sein selbst, kraft dessen das Seiende erst beobachtbar wird und bleibt.
Die Griechen haben nicht erst an den Naturvorgängen erfahren, was φύσις ist, sondern umgekehrt: aufgrund einer dich-tend-denkenden Grunderfahrung des Seins erschloß sich ihnen das, was sie φύσις nennen mußten. Erst aufgrund dieser Erschließung konnten sie dann einen Blick haben für die Natur im engeren Sinne. Φύσις meint daher ursprünglich sowohl den Himmel als auch die Erde, sowohl den Stein als auch die Pflanze, sowohl das Tier als auch den Menschen und die Menschengeschichte als Menschen- und Götterwerk, schließlich und zuerst die Götter selbst unter dem Geschick. Φύσις meint das auf gehende Walten und das von ihm durchwaltete Währen. In diesem aufgehend verweilenden Walten liegen »Werden« sowohl wie »Sein«, im verengten Sinne des starren Verharrens, beschlossen. Φύσις ist das Entstehen, aus dem Verborgenen sich heraus- und dieses so erst in den Stand bringen.
Versteht man nun aber, wie das meist geschieht, φύσις nicht im ursprünglichen Sinne des aufgehenden und verweilenden Waltens, sondern in der späteren und heutigen Bedeutung als Natur, und setzt man außerdem noch als die Grunderscheinung der Natur die Bewegungsvorgänge der stofflichen Dinge, Atome und Elektronen an, das, was die neuzeitliche Physik als Physis erforscht, dann wird die anfängliche Philosophie der Griechen zu einer Naturphilosophie, zu einer Vorstellung aller Dinge, gemäß der sie eigentlich stofflicher Natur sind. […] […]
Das Seiende als solches im Ganzen nennen die Griechen φύσις. Nur nebenbei sei erwähnt, daß schon innerhalb der griechischen Philosophie alsbald eine Verengung des Wortes einsetzte, ohne daß seine ursprüngliche Bedeutung aus der Erfahrung, dem Wissen und der Haltung der griechischen Philosophie entschwand. Noch bei Aristoteles klingt das Wissen um die ursprüngliche Bedeutung an, wo er von den Gründen des Seienden als solchen spricht (vgl. Met. Γ 1,1003 a 27).
Aber diese Verengung der φύσις in der Richtung des »Physischen« geschah nicht in der Weise, wie wir Heutigen uns das vorstellen. Wir setzen dem Physischen das »Psychische«, das Seelische, Beseelte, Lebendige entgegen. All dieses aber gehört für die Griechen auch später noch zur φύσις. Als Gegenerscheinung tritt heraus, was die Griechen θέσις, Setzung, Satzung nennen oder νόμος, Gesetz, Regel im Sinne des Sittlichen. Das aber ist nicht das Moralische, sondern das Sittenhafte, was auf Bindung aus Freiheit und auf Zuweisung aus Überlieferung beruht; was freie Verhaltung und Haltung, was Gestaltung des geschichtlichen Seins des Menschen betrifft, das ήθος, was dann unter dem Einfluß der Moral zum Ethischen herabgesetzt wurde.
Φύσις verengt sich, aus dem Gegensatz zu τέχνη — was weder Kunst noch Technik besagt, sondern ein Wissen, das wissende Verfügen über das freie Planen und Einrichten und Beherrschen von Einrichtungen (vgl. Platons Phaidros). Die τέχνη ist Erzeugen, Erbauen, als wissendes Hervor-bringen. (Das wesentlich Selbe in φύσις und τέχνη ließe sich nur in einer besonderen Betrachtung verdeutlichen.) Der Gegenbegriff zum Physischen jedoch ist das Geschichtliche, ein Bereich des Seienden, der von den Griechen gleichwohl im Sinne der ursprünglich weiter begriffenen φύσις verstanden wird. Das hat aber mit einer naturalistischen Deutung der Geschichte nicht das Geringste zu tun. Das Seiende als solches im Ganzen ist φύσις -d. h. es hat zum Wesen und Charakter das aufgehend-verweilende Walten. Solches wird dann vor allem an dem erfahren, was in gewisser Weise am unmittelbarsten sich aufdrängt und was später φύσις im engeren Sinne bedeutet: τά φύσει δντα, τά φυσικά, das naturhaft Seiende. Wenn nach der φύσις überhaupt gefragt wird, d. h. was das Seiende als solches ist, dann gibt τά φύσει οντα vor allem den Anhalt, jedoch so, daß das Fragen im vorhinein nicht bei diesem oder jenem Bereich der Natur, leblosen Körpern, Pflanzen, Tieren sich auf halten darf, sondern über τά φυσικά hinaus muß. [GA40:15-19]
- The noun phusis corresponds to the verb phuein.[↩]
- “Phusis ist das Entstehen, aus dem Verborgenen sich heraus- und dieses so erst in den Stand bringen.” Heidegger is playing on the etymological connection between Entstehen (genesis, growth) and Stand (a stand, state, situation, condition). The phrase in den Stand bringen ordinarily means to enable.[↩]
- “Now since we are seeking the principles and the highest causes [or grounds], it is clear that these must belong to some phusis in virtue of itself. If, then, those who were seeking the elements of beings [ton onton] were also seeking these principles, these elements too must be elements of being [tou ontos], not accidentally, but as being. Accordingly, it is of being as being that we, too, must find the first causes.” – Metaphysics Γ 1, 1003a26-32.[↩]
- Phaedrus 260d-274b is devoted to determining how rhetoric can become a proper techne and what is required in general of a proper techne.[↩]
- Cf. Heidegger’s 1939 essay “On the Essence and Concept of Φύσις in Aristotle’s Physics B, 1” trans. Thomas Sheehan, in Pathmarks, ed. William McNeill (Cambridge: Cambridge University Press, 1998).[↩]