Casanova
Podemos sintetizar a tese metafísica fundamental de Hegel e sua metafísica em geral na sentença: “Segundo o meu ponto de vista, que só pode se justificar por meio da apresentação do próprio sistema, tudo depende de conceber e expressar o verdadeiro não apenas como substância, mas do mesmo modo também como sujeito”.1 O verdadeiramente ente não é para ser concebido apenas como substância, mas também como sujeito. Isso significa: substancialidade é, em verdade, o ser do ente, mas a substancialidade precisa, para compreender o ser do ente totalmente, ser concebida como subjetividade. Com esse último título, o que é pensado no sentido moderno do conceito é o elemento egoico. Mas subjetividade não é aqui a egoidade do eu empírico imediatamente conhecido das pessoas finitas particulares, mas o sujeito absoluto, o puro e simples conceber a si mesmo do todo do ente, que concebe em si e por si toda a multiplicidade do ente enquanto tal, isto é, que pode conceber mediadoramente todo o ser diverso do ente a partir de si como mediação do tornar-se diverso.2 “O fato de o verdadeiro só ser real e efetivo como sistema ou de a substância ser essencialmente sujeito, esse fato está expresso na representação, que enuncia o absoluto como espírito – o conceito mais sublime…”.3 “Só o espiritual é o efetivamente real”.4 Hegel quer dizer: o ente propriamente dito. Por conseguinte, o ser desse ente – ente como espírito – precisa fornecer ao mesmo tempo uma chave para dizer como é que o ser em geral é propriamente compreendido. [GA31MAC:136]
Original
Wir können die metaphysische Grundthese Hegels und seine Metaphysik überhaupt zusammendrängen in den Satz: »Es kommt nach meiner Einsicht, welche sich nur durch die Darstellung des Systems selbst rechtfertigen muß, alles darauf an, das Wahre nicht als Substanz, sondern ebenso sehr als Subjekt aufzufassen und auszudrücken.«5 Das wahrhaft Seiende ist nicht nur als Substanz, sondern als Subjekt aufzufassen. Das sagt: Substanzialität ist zwar das Sein des Seienden, aber Substanzialität muß, um das Sein des Seienden ganz zu verstehen, gefaßt (110) werden als Subjektivität. Mit dem letzteren Titel ist zwar im neuzeitlichen Sinne des Begriffes an das Ichliche gedacht. Aber Subjektivität ist hier nicht die Ichheit des unmittelbar bekannten empirischen Ich der einzelnen endlichen Personen, sondern das absolute Subjekt, das schlechthinnige Sichselbstbegreifen des Ganzen des Seienden, das an sich und für sich die ganze Mannigfaltigkeit des Seienden als solche begreift, d. h. alles Anderssein des Seienden von sich aus vermittelnd begreifen kann als Vermittlung des Sichanderswerdens.6 »Daß das Wahre nur als System wirklich, oder daß die Substanz wesentlich Subjekt ist, ist in der Vorstellung ausgedrückt, welche das Absolute als Geist ausspricht, – der erhabenste Begriff, .. .«7. »Das Geistige allein ist das Wirkliche.«8 Hegel will sagen: das eigentliche Seiende. Demnach muß das Sein dieses Seienden – Seiendes als Geist – zugleich Aufschluß geben, wie Sein überhaupt und eigentlich verstanden wird. (p. 109-110)
- G. F. W. Hegel, Fenomenologia do espírito, Prefácio. WW (Edição completa realizada pelos amigos do finado). Berlim 1832. Vol. II, p. 14.[↩]
- Cf. op. cit., II, 15.[↩]
- Op. cit., II, 19.[↩]
- Idem.[↩]
- G. W. F. Hegel, Phänomenologie des Geistes, Vorrede. WW (Vollst. Ausg. durch einen Verein von Freunden des Verewigten). Berlin 1832. Bd. II, S. 14.[↩]
- Vgl. a.a.O., II, 15.[↩]
- a.a.O., II, 19.[↩]
- Ebd.[↩]