Giachini
Ela [a ciência] se mantém no ente que jaz ali presente e sua investigação; o ente que jaz ali presente permanece unicamente na mirada temática. O que jaz ali presente – positum. Ciências do ente, ciências positivas. Apesar disso, nenhuma ciência é possível, sem vir acompanhada pela questão que pergunta pelo ser; de imediato é indiferente, se o perguntar desperta nela mesma ou se nela penetra a partir de fora.
Factualmente, o curso do desenvolvimento da ciência ocidental, e até de tal modo que o perguntar científico iniciou-se com a questão pelo ser do ente, e inicialmente com a investigação completa do ente, a ideia do ser foi ficando cada vez mais clara – isso aponta então para o fato de que se perguntou pelo ser ou pelo ente e se respondeu indicando para o ente. A própria questão, ainda sem transparência. O desenvolvimento de Platão e Aristóteles fez com que as questões de ambos começassem a dividir-se. Esse o sentido do fato histórico: ciências positivas nascem da filosofia.
[36] Ou seja, as ciências positivas desenvolveram-se da filosofia. O processo não se finalizou; hoje, psicologia. Quanto mais clara e univocamente compreendemos que a psicologia é uma ciência positiva do ente, e que a psicologia de modo algum é uma disciplina filosófica, tanto mais certo será seu curso científico. Mas compreender isso significa igualmente que ela só alcança seu elemento positivo se o a priori da psicologia for tomado ontologicamente.A disputa que voltou a surgir hoje a respeito da psicologia, se leis do pensamento ou eidética, a disputa a respeito do que, já há 25 anos passados, Husserl postulou insistentemente como tarefa fundamental: antes de tudo, conquistar a regionalidade. Na época – sobretudo artigo do λόγος, 1910, “Filosofia como ciência de rigor” –, isso foi interpretado como uma contenda frente à psicologia experimental. Totalmente equivocado. Ao contrário, a disputa dirigia-se ao fato de que se acreditava poder resolver problemas da ciência crítica com os meios e os conceitos de uma ciência positiva, sendo que os meios das [ciências] positivas sequer são capazes de colocar tais problemas. Essa disputa foi compreendida como luta por um novo direito científico da filosofia como ciência positiva.
Esse estilhaçamento crescente da ciência, brotando da filosofia, não finalizou, por isso, [num] desfazer-se em nada, dissolução em ciências positivas. Isso jamais sucederá, porque é essencialmente impossível, porque a possível questão temática pelo ser, ele mesmo, sempre ainda fica de fora, questão que uma ciência do ente jamais pode colocar 1. Ao contrário: a formação das possíveis ciências positivas possibilita igualmente a indissolubilidade, característica própria da filosofia.
Apresentar a problemática de modo mais claro. Ciência crítica. Ciência positiva: o ente, tema à luz de seu ser. Ser do respectivo ente e ainda menos o ente em geral e suas possibilidades – não tema 2.
Original
Sie [die Wissenschaft] halt sich an das vorliegende Seiende und seine Erforschung; das vorliegende Seiende bleibt einzig im thematischen Blick. Das Vorliegende – positum. Wissenschaften vom Seienden, positive Wissenschaften. Trotzdem ist keine Wissenschaft möglich, ohne daß mit ihr nicht die Frage nach dem Sein zusammengeht; wie, ist zunächst gleichgültig, ob in ihr selbst das Fragen erwacht oder ob es von außen in sie eindringt.
Faktisch der Gang der Entwicklung der abendländischen Wissenschaft sogar so, daß das wissenschaftliche Fragen rnit der Frage nach dem Sein des Seienden begonnen und anfänglich rnit der Durchforschung des Seienden sich die Idee des Seins zunehmend klarte – das ansetzt so, daß nach dem Sein bzw. Seienden gefragt und mit Flinweis auf Seiendes geantwortet wurde. Die Frage selbst noch undurchsichtig. Die Entwicklung des Plato und Aristoteles darin, daß beide Fragen sich zu scheiden begannen. Das [28] der Sinn der geschichtlichen Tatsache: positive Wissenschaften entsprungen aus der Philosophie.
D. h. die positiven Wissenschaften entwickelten sich aus der Philosophie. Der Prozeß nicht zu Ende; heute Psychologie. Je eindeutiger man versteht, daß Psychologie eine positive Wissenschaft vorn Seienden und Psychologie ganz und gar keine philosophische Disziplin ist, um so sicherer wird ihr wissenschaftlicher Gang werden. Das verstehen besagt aber zugleich, daß sie ihr Positives nur gewinnt, wenn das Apriori der Psychologie ontologisch genommen ist.
Der heute neu entstandene Streit um die Psychologie, ob Gesetze des Denkens oder Eidetik, der Streit um das, was schon vor 25 Jahren Husserl eindringlich als Fundamentalaufgabe forderte: das Gebiet erst gewinnen. Man hat das damals – vor allem Logosaufsatz 1910 »Philosophie als strenge “Wissenschaft« – aus-gelegt als Kampf gegen die experimentelle Psychologie. Ganz zu Unrecht. Der Kampf ging dagegen, daß man glaubte, mit den Milleln und Begriffen einer positiven Wissenschaft Probleme der kritischen Wissenschaft zu lösen, wo die Mittel der positiven [Wissenschaften] nicht einmal zureichen, um sie überhaupt zu stellen. Der Kampf war recht verstanden ein Kampf für das neue wissenschaftliche Recht der Philosophie als positiver Wissenschaft.
Diese zunehmende Absplitterung von Wissenschaft aus der Philosophie nicht am Ende, daher, [ein] in Nichts zergehen, Auflösung in positive Wissenschaften. Das wird nie eintreten, weil es wesenhaft unmöglich ist, weil immer noch die mögliche thematische Frage nach dem Sein selbst bleibt, die eine Wissenschaft vorn Seienden nie stellen 3 kann. Im Gegenteil: Die Ausbildung der möglichen positiven Wissenschaften ermöglicht zugleich die Unauflösbarkeit, Eigentümlichkeit der Philosophie.
Problematik eindeutiger darzustellen. Kritische Wissenschaft. Positive Wissenschaft: Seiendes Thema, im Lichte seines Seins. [29] Sein des betreffenden Seienden und noch weniger das Sein überhaupt und seine Möglichkeiten – nicht Thema.4