GA11:13-14 – philosophos – filósofo

Ernildo Stein

A palavra grega philosophia remonta à palavra philosophos. Originariamente esta palavra é um adjetivo como philargyros, o que ama a prata, como philotimos, o que ama a honra. A palavra philosophos foi presumivelmente criada por Heráclito. Isto quer dizer que para Heráclito ainda não existe a philosophia. Um aner philosophos não é um homem ‘filosófico’. O adjetivo grego philosophos significa algo absolutamente diferente que os adjetivos filosófico, philosophique. Um aner philosophos é aquele, hos philei ta sophon; philein, que ama a sophon significa aqui, no sentido de Heráclito: homologein, falar assim como o Logos fala, quer dizer, corresponder ao Logos. Este corresponder está em acordo com o sophon. Acordo é harmonia. O elemento específico de philein do amor, pensado por Heráclito, é a harmonia que se revela na recíproca integração de dois seres, nos laços que os unem originariamente numa disponibilidade de um para com o outro.

O aner philosophos ama o sophon. O que esta palavra diz para Heráclito é difícil traduzir. Podemos, porém, elucidá-lo a partir da própria explicação de Heráclito. De acordo com isto, ta sophon significa: Hen Panta ‘Um (é) Tudo’. Tudo quer dizer aqui: Panta ta onta, a totalidade, o todo do ente. Hen, o Um, designa: o que é um, o único, o que tudo une. Unido é, entretanto, todo o ente no ser. O sophon significa: todo ente é no ser. Dito mais precisamente: o ser é o ente. Nesta locução, o “é” traz uma carga transitiva e designa algo assim como “recolhe”. O ser recolhe o ente pelo fato de que é o ente. O ser é o recolhimento — Logos. (1999, p. 31-32)

Axelos & Beaufret

Wilde & Kluback

Original

  1. Cf. Vorträge und Aufsätze, 1954, p. 207-229. [L’article λόγος de ce recueil a été traduit par Jacques Lacan dans le numéro 1 de La Psychanalyse, P.U.F., 1956 (N.d.T.).[↩]
  2. The use of the words sprechen and entsprechen indicates the inner dialectic which exists in the structure of speaking itself. Speaking — to be speaking — requires correspondence.[↩]
  3. Cf. Vorträge und Aufsätze, 1954, pp. 207-229.[↩]
  4. vgl. Vorträge und Aufsätze. 1954, Seite 207-229 (GA Bd. 7, S. 211-234).[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress