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[…] O tema da fenomenologia não é simplesmente a vida fáctica — este é o domínio abrangente dividido por todas as outras ciências — mas a vida como surgindo da origem, no seu "salto primordial" para o fáctico. A vida fáctica é assim perseguida numa direção inteiramente nova. A fenomenologia quer encontrar a origem da vida fáctica. Pelo caminho, terá também de encontrar os motivos que nos levam da vida fáctica para o domínio da origem. Em outras palavras, o que motiva a própria (…)
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Husserl / Edmund Husserl
EDMUND HUSSERL (1859-1938)
OBRA NA INTERNET: LIBRARY GENESIS
HUSSERL, Edmund. Ideen zu einer reinen Phänomenologie und phänomenologischen Philosophie. Erstes Buch: Allgemeine Einführung in die reine Phänomenologie. (1976) / Ideias para uma fenomenologia pura e para uma filosofia fenomenológica: introdução geral à fenomenologia pura. Tr. Márcio Suzuki. Aparecida: Ideias & Letras, 2006
Matérias
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Kisiel (1995:117-121) – Vida Fática [faktische Leben]
14 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castro -
Monticelli (1997:168-170) – divergência Husserl e Heidegger
20 de outubro, por Cardoso de CastroVamos ler primeiro uma passagem extraída de um dos primeiros documentos do distanciamento de Heidegger em relação a Husserl: a carta de outubro de 1927, denunciando as dificuldades que Heidegger teria encontrado ao colaborar com o antigo mestre por ocasião da redação do artigo Fenomenologia para a Enciclopédia Britânica.
Concordamos com o seguinte ponto: o ente, no sentido do que você chama de “mundo”, não pode ser iluminado em sua [169] constituição transcendental pelo retorno a um ente (…) -
Husserl – Valor supra-histórico da filosofia
18 de novembro, por Cardoso de CastroO matemático não se voltará, certamente, para a história para obter informações sobre a verdade das teorias matemáticas; não pensará estabelecer a relação entre o desenvolvimento histórico das representações e dos juízos matemáticos e a questão da sua verdade. Como é, então, que o historiador deveria ter que decidir da verdade dos sistemas filosóficos dados e, sobretudo, da possibilidade em geral de uma ciência filosófica válida em si? E que poderia ele juntar à ideia de uma verdadeira (…)
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Husserl – Intersubjetividade e mundo da experiência pura
18 de novembro, por Cardoso de CastroPartamos do fato que para nós, ou para falar mais claramente, para mim enquanto ego, o mundo é constituído como mundo «objetivo», no sentido de mundo que existe para todo o ser, que se revela, tal como é, na comunidade intersubjetiva do conhecimento. Deve, portanto, já estar constituído um sentido de «todo o ser» para que, em relação com esse sentido, possa haver um mundo objetivo. Isto implica que deve haver à base um primeiro sentido de «todo o ser», logo também um primeiro sentido de (…)
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Bernard Stiegler – Técnica e Tempo (Introdução 1)
18 de novembro, por Cardoso de CastroNo início de sua história, a filosofia isolou a techne e a episteme, que os tempos homéricos ainda não haviam distinguido. Essa mudança foi determinada por um contexto político no qual o filósofo acusava o sofista de usar o logos como retórica e logografia, um meio de poder e um não-lugar de conhecimento. É sobre o legado desse conflito, no qual a episteme filosófica luta contra a techne sofística, desvalorizando assim todo o conhecimento técnico, que a essência dos entes técnicos em geral é (…)
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Husserl – Vivido no noético e no noema
18 de novembro, por Cardoso de CastroTodo o vivido intencional, graças aos seus momentos noéticos, é precisamente um vivido noético; a sua essência é de esconder em si algo como um «sentido», quiçá um sentido múltiplo, e, com base nestas doações de sentido e em íntima ligação com elas, exercer outras funções que, graças a elas, se tornem precisamente «plenas de sentido». Estes momentos noéticos são, por exemplo, as conversões do olhar do eu puro em direção do objeto «visado» pelo eu em virtude da doação de sentido, em suma, na (…)
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Marion (1998:§1) – princípio da dação
30 de novembro, por Cardoso de CastroPodemos agora compreender como a invocação de um princípio na fenomenologia não contradiz, no entanto, o direito do fenômeno a mostrar-se; de fato, o princípio da dação é precisamente o de que nada precede o fenômeno, a não ser o seu próprio aparecimento a partir de si mesmo; o que equivale a postular que o fenômeno ocorre sem outro princípio que não ele próprio. Em suma, o princípio, como o da dação, dá primazia ao fenômeno — não é tanto um princípio primeiro como um princípio último. (…)
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Husserl – O ser absoluto da consciência
18 de novembro, por Cardoso de CastroA existência de um mundo é o correlato de um certo diverso da experiência que se distingue por certas configurações eidéticas. Mas nenhuma evidência exige que as experiências atuais só possam desenrolar-se se apresentarem tais formas de encadeamento; se se consulta puramente a essência da percepção em geral e a das outras espécies de intuições empíricas que cooperam na percepção, nada de semelhante pode daí concluir-se. Pelo contrário, é perfeitamente pensável que a experiência se dissipa em (…)
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Husserl – Constituição da natureza objetiva
18 de novembro, por Cardoso de CastroToda a coisa da minha experiência faz parte do meu «ambiente» e isto quer, primeiramente, dizer que o meu corpo próprio está presente também ao mesmo tempo. Não que esta constatação seja, em todo o sentido, uma necessidade de essência. É o que nos ensina, precisamente, «a experiência de pensamento» solipsista. Reparando melhor, o solus ipse não conhece corpo próprio objetivo, no sentido pleno e propriamente dito, mesmo se possuir o fenômeno do seu corpo próprio e os sistemas de (…)
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Husserl – O papel do corpo na percepção de outrem
18 de novembro, por Cardoso de CastroSe me pergunto como é que os corpos estranhos como tais, isto é, dos animais e de outros homens enquanto tais, são dados na minha experiência e como o podem ser no quadro universal da minha percepção do mundo, então a resposta é esta: o meu corpo próprio desempenha neste quadro, portanto do ponto de vista do conhecimento empírico originário, o papel do corpo primordial do qual deriva a experiência de todos os outros corpos; e assim eu não deixo de ser para mim e para a minha experiência o (…)
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Husserl – Unidade ideal da espécie
18 de novembro, por Cardoso de CastroAquilo que a proposição enunciativa π é um número transcendente quer dizer, o que nós entendemos por isso quando a lemos ou o que visamos quando a enunciamos não é um aspecto individual do nosso vivido mental que se contentaria com aparecer a cada ocasião. Este aspecto é, de toda a maneira, individualmente diferente de um caso para outro, enquanto que o sentido da proposição enunciativa deve ser idêntico. Quando nós, ou qualquer outra pessoa, repetimos a mesma proposição com a mesma (…)
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Vancourt – Imediato e Fenômeno
18 de novembro, por Cardoso de CastroMuito mais que volta ao imediato, fala-se agora de volta aos fenômenos, às coisas, ao vivido. Mas estas expressões recebem muitas vezes um significado que as aproxima singularmente do imediato bergsoniano. É o que acontece com esta fenomenologia que habitualmente é qualificada de existencialismo. Merleau-Ponty reconhece-o expressamente: "A metafísica (para Bergson) seria, antes, a exploração deliberada deste mundo do que o objeto da ciência, a que a ciência se refere tacitamente. Sobre estes (…)
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GA21: Estrutura da Obra
31 de janeiro de 2017, por Cardoso de CastroHEIDEGGER, Martin. LÓGICA. LA PREGUNTA POR LA VERDAD. Trad. J. Alberto Ciria. Madrid: Alianza Editorial, 2004.
INTRODUCCIÓN
§ 1. El significado inmediato del término «lógica»
§2. Primera indicación del concepto específico «lógica»
§3. Lógica filosofante y lógica tradicional de escuela
§4. Posibilidad y existencia de la verdad en general. Escepticismo
§5. Esbozo de la asignatura. Bibliografía
A. CONSIDERACIÓN PRELIMINAR - La situación actual de la lógica filosófica. (…) -
Sebbah (2001:24-25) – a intencionalidade
9 de fevereiro, por Cardoso de Castrodestaque
"A intencionalidade como tema capital da fenomenologia" é o título do §84 de Ideen I, do qual nos limitaremos a recordar as seguintes passagens: "A intencionalidade é o que caracteriza a consciência no sentido forte (…)" (p. 168); "Por intencionalidade entendemos a propriedade das vivências de ’estar consciente de algo’" (p. 168). (Citamos aqui a tradução de P. Ricoeur, Gallimard, 1950).
Nas Meditações Cartesianas, Husserl coloca a questão da seguinte forma: "A palavra (…) -
Marion (1998:§2) – a não-evidência
16 de março, por Cardoso de CastroJeffrey L. Kosky
Admitting the phenomenality proper to the phenomenon—its right and its power to show itself on its own terms—thus implies understanding it in terms of givenness. Husserl, summing up at the end of his career what was gained in his first “breakthrough work,” the Logical Investigations, indicates exactly what change was demanded of philosophical thought: “It was there [in 1901] that evidence’ (that dead logical idol) was transformed into a problem for the first time, freed (…) -
Marion (1998:§1) – um novo princípio dos princípios
21 de janeiro, por Cardoso de CastroJavier Bassas Vila
A tanta más reducción, tanta más donación — este principio también permite aclarar y rebasar las aporias que afectan a los tres otros principios, a) Si se admite, siguiendo el último principio, que el fenómeno aparece tanto más en la medida en que se da perfectamente a ver y a recibir; y si se admite también que sólo puede darse de tal manera dándose al Yo de la conciencia, dejándose pues reconducir — lo cual equivale a reducirlo-, entonces la aparición no se da (…) -
Caron (2005:98-100) – fenomenologia é ou não é ontologia?
23 de março de 2022, por Cardoso de Castrodestaque
A tarefa infinita de determinar as vivências, e a resolução da questão da estrutura do ego dentro da exigência conferida pelo dogma científico da evidência (i.e. domínio do olhar e não da fonte desse olhar) : estes são os dois aspectos principais da fenomenologia tal como é apresentada por Husserl, que afirma que o problema da dação de um objeto ao ego "só pode ser resolvido na esfera da pura evidência, na esfera da presença absoluta, que, como tal, é a norma última", e "que, por (…) -
Don Ihde (1991) – Qualidades, matematização e mundo da vida
18 de novembro, por Cardoso de CastroDe acordo com Husserl, o que era “óbvio” para Galileu era uma longa tradição de relação e aplicação da geometria antiga em uma aparência platônica, de modo que o mundo empírico pudesse ser matematizado com certa intuitividade — mas apenas até certo ponto. As medidas e correspondências parciais eram conhecidas desde a antiguidade (e revividas no Renascimento [20]). Assim, sem especificar mais as origens, as proporções entre comprimentos de cordas e sons (harmônicos) e entre formas (…)
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Patocka (1992:183-185) – fenomenologia da corporeidade
18 de dezembro de 2023, por Cardoso de Castrodestaque
A fenomenologia da corporeidade é, portanto, de importância capital. A elaboração de Husserl sobre esta questão está ainda a dar os primeiros passos, mas as poucas pistas que fornece lançam as bases de todo o seu trabalho posterior. Para Husserl, o corpo é o que finita o sujeito transcendental, a consciência purificada obtida como resultado da redução. "É apenas através da relação empírica com o corpo que a consciência se torna uma consciência humana e animal da ordem real; é (…) -
Greisch: « Savoir voir » : les «yeux de Husserl » ou l’entrée en phénoménologie
29 de maio de 2017, por Cardoso de CastroExcertos das páginas 23-28, da edição PUF de 1994.
Deux auteurs dominent la nouvelle conception de la philosophie que Heidegger élabore pendant son temps de Privatdozent à Freiburg : Edmund Husserl et Wilhelm Dilthey. Nous examinerons ultérieurement de façon plus détaillée le rapport entre Heidegger et Husserl et les divergences croissantes entre ces deux génies antithétiques, précisément concernant leur conception différente de la phénoménologie. Cette divergence correspond au deuxième (…)
Notas
- Beaufret (1992:21-22) – consciência (Bewusstsein)
- Beaufret (1998:24-25) – Husserl e Heidegger
- Boutot (1993:90-94) – Primeira abordagem da modernidade
- Buren (GA63:nota 1) – intencionalidade da consciência (termos de Husserl)
- Carman (2003:101-102) – intencionalidade
- Carman (2003:121-123) – O que é um mundo?
- Carman (2003:129-130) – regiões ontológicas
- Carman (2003:130n) – objetos matemáticos
- Caron (2005:135-136) – desacordo sobre o solo da fenomenologia (Husserl e Heidegger)
- Caron (2005:190) – Crítica heideggeriana da estrutura do ego transcendental
- Caron (2005:190-191 nota) – fenomenologia inacabada
- Caron (2005:712-713) – constituição do si mesmo
- Courtine (1990:167-168) – Fragestellung
- Drummond (Husserl) – fundador da fenomenologia moderna
- Edith Stein (1987:Nota) – sur les Méditations cartésiennes
- Ernildo Stein (2012:25-26) – Weltanschaunng e Lebenswelt
- Ernildo Stein (2012:33-35) – Lebenswelt enquanto antepredicativo
- Ernildo Stein (2012:35) – Lebenswelt e Urverdrängung (recalque)
- Ernildo Stein (2012:35-38) – Lebenswelt e significância (Bedeutsamkeit)
- Ernildo Stein (2015:86) – absoluto