Gegenstand, Gegen-stand, Objekt, obiectum, objeto, objet, object
An object is something that is characterized by standing a certain distance from a perceiver, thinker, or knower, and that appears to her within a form of apparently self-contained presence, persistence, and stability. Heidegger defines “object” in this way by going back to the literal meaning of the German term Gegenstand: “something, that stands (over) against.” In this way, such an “ob-ject” “stands out against” the unreflected flux of facti cal life, the free enactment of Dasein and thinking, and the process-related contingency through which world and history appear. However, Heidegger’s leading assumption is that these process- and event-related domains of experience and cognition have to be understood as ontologically primordial in relation to the derivative articulation of persistent being as “objecthood” (Gegenständlichkeit), that is, the “character of being an object.” What seems to be the most basic form of external or “real” being, the ob-ject in its subject-independent “object-hood,” is, in Heidegger’s view, itself dependent on a basic operation of objectification of factical experience, an operation that is even prior to the different forms of scientific objectivity.
Gegenstand can, depending on the context, be rendered by “object” or “thing.” Note, however, that on at least two occasions Heidegger defines Objekt as a spatiotemporal specification of Gegenstand (see GA60:35-36; GA9:73/58), whereas Gegenstand is taken in the (neo-)Kantian and Husserlian use of the term, as the purely formal ontological category of “something in general” (GA60:36), the “thing in itself’ (GA9:73/58). Note also that on some occasions Heidegger relays the fact that the eighteenth-century German neologism Gegenstand is a direct translation of the Latin objectum, which literally means “what is thrown against,” the signification that Heidegger intends by Gegenstand, “what stands over against” (e.g., GA10:120-21/81-82). In this sense, Heidegger uses Gegenstand and Objekt synonymously “since in an Object something which is thrown over against and brought to the cognizing subject simultaneously stands on its own” (GA10:121/82; cf. also SZ 363). (CHL)
VIDE: (Gegenstand->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Gegenstand)
objeto
objet
object
objectum
NT: Object (Gegenstand): of a statement, 157; of taking care, 238; of historiography, 152, 375, 380, 392-395; of judgment, 214, 224, 273; of knowing, 60, 215 (Kant), 218; of mathematics, 9; of phenomenology, 34-36; of a science, 9-10, 238, 361; to be disclosed, 232, 303 (BT)
Para um alemão, o sentido literal de Gegenstand é mais óbvio do que o de Objekt. Heidegger frequentemente escreve Gegen-stand (p.ex., NII, 153 / N4, 107; 461s / ENDPHILO, 58), referindo-se, num jogo de palavras, aos entes como o que, ” ‘lançando-se contra’ a pura descoberta”, torna-se ‘objeto (Objekt)” (SZ, 363). Seu uso insistente de begegnen, “vir ao encontro”, em frases tais como “os entes que (nos) vêm ao nosso encontro dentro do mundo” (SZ, 44), onde normalmente diríamos: “os entes que encontramos (…)”, vem da sua derivação de gegen: entes vêm contra, en-contram, nos confrontam, à medida que nos enfrentam (GA65, 269). “Objeto” e os seus equivalentes alemães são ambíguos, significando: 1. um objeto real, 2. um objeto intencional, um objeto de um sujeito ou de uma atitude intencional tal como conhecimento, amor ou curiosidade. Um objeto real (p.ex., uma ilha não descoberta) não precisa ser o objeto de nenhuma atitude subjetiva, e um objeto intencional (p.ex., o unicórnio com o qual sonho) não precisa ser um objeto real. Se todo objeto é objeto para um sujeito, então Objekt e Gegenstand são usados no sentido 2. Nem todo ente é um objeto, já que, por exemplo, processos naturais ocorrem sem que sejam objetos para um sujeito (GA24, 222s). Posteriormente, ele distingue as duas palavras: “Todo Objekt é um Gegenstand, mas nem todo Gegenstand (p.ex., a coisa em si mesma) é um Objekt possível” (PT, 73/26). “A categoria ‘Gegenstand’ era estranha aos gregos. Em seu lugar havia pragma (’uma coisa feita, feito, coisa etc.’), aquilo com o qual temos relação e lidamos — o que é presente para lidas ocupacionais com as coisas” (GA17, 14. Cf. SZ, 68). (Esse entendimento de Heidegger não procede: Aristóteles usa antikeimenon, -a, lit. “o que está contra”, como o equivalente exato de Gegenstand e Objekt, para, por exemplo, a visão ou o intelecto.) (DH)
Gegenstand (der), Gegenständlichkeit (die): «objeto», «objetualidad». El término Gegenständlichkeit, de origen neokantiano y todavía utilizado por Husserl, designa un determinado campo de objetos, una región de entes, que pueden convertirse en tema de investigación. Por otro lado, Gegenstand tenía originariamente el significado de Widerstand («resistencia»), de aquello que se encuentra (stehen) enfrente de (gegen), pero a partir del siglo XVIII empieza a sustituirse por Objekt («objeto») que, a su vez, remite al latino obiectum y que en la tradición filosófica moderna tiende a entenderse como objeto para un sujeto. Esta distinción entre Gegenstand y Objekt aparece en algunos momentos de la obra temprana de Heidegger, apenas se tiene en consideración en Ser y Tiempo y vuelve a emerger en el Heidegger tardío, donde en ocasiones se emplea la grafía Gegenstand para resaltar todavía más esta distinción Gegenstand — Objekt. (GA58, pp. 125, 132, 135; GA60, pp. 30, 36, 57 (constitución), 61, 307 (objetualidad religiosa), 316, 317-318, 328; GA61, pp. 23 (principio de percepción), 25, 91, 148, 168-169; GA63, pp. 3, 7 (? Dasein), 15 (? hermenéutica), 19 (? existencia), 74; GA17, pp. 14, 207, 209, 212; GA20, pp. 1 (? cosa), 4, 26, 82-83 (definición del objeto real), 93, 263 (no-objetualidad), 269 (inobjetualidad); GA21, pp. 94, 115, 159 (carácter ontológico originário), 323; GA24, pp. 285, 288; Ph&Th, p. 48; SZ, pp. 156, 331, 362-366, 419, 443.) (LHDF)
Heidegger usa aqui dois termos sinônimos com o significado de “objeto”: Gegenstand e Objekt. Traduzimos o termo de raiz latina – Objekt-, menos habitual, por “ob-jeto” porque se trata, com ele, de realçar o caráter de contraposição ou de obstaculização – poder-se-ia dizer: de “ob-jeção” – de uma coisa que se impõe a um “conhecimento finito” como não dependente dele, caráter esse que é precisamente aquilo que, para Heidegger, é visado pelo termo objeto (Gegenstand). (Casanova GA3)
Em sua tradução normal, o correto seria verter o termo Gegenstand neste contexto por “posição”. A questão é que Günter Figal se utiliza desta expressão exatamente para designar uma experiência daquilo que se constitui a partir do estabelecimento de posições em contraste, um planeta determina a sua posição e, consequentemente, o que ele é, na medida em que assume esta posição em uma tensão com os outros planetas. Assim, para seguir o intuito argumentativo do texto, traduzimos Gegenstand aqui por “contraposição” (N.T.). (Casanova; GFOposi:134)