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Auslegung

terça-feira 4 de julho de 2023

Auslegung, Deutung, Interpretation, explicitation, interprétation, explicitação, interpretação, interpretación, explicitación, exégesis, Hermeneutik, hermenêutica, hermeneutique, hermeneutics, hermeneutica, Auslegungsart, mode d’explicitation, modo-de-interpretação, manner of interpretation, hermeneutischen Situation, situation herméneutique, situação hermenêutica, hermeneutical situation

Título del parágrafo 59: Nótese que Heidegger emplea dos palabras diferentes para referirse a la interpretación; ellas son: Interpretation y Auslegung. Recordemos que Interpretation es la interpretación teorética y temática, mientras que Auslegung es la interpretación vital, no teorética. Lo que el título expresa es la comparación de la interpretación de la conciencia que Heidegger ha dado hasta este momento (una interpretación teorética y temática) con la interpretación vital que la conciencia lleva consigo, y que se ha convertido en una interpretación usual o corriente. La expresión «interpretación vulgar de la conciencia» significa la interpretación práctica que la conciencia ha hecho de sí misma y que se ha convertido en una interpretación usual. [Rivera  ; STRivera:Notas]


O logos da fenomenologia do Dasein possui o caráter de hermeneuein. Por meio deste hermeneuein anunciam-se o sentido próprio de ser e as estruturas fundamentais de ser que pertencem ao Dasein como compreensão de ser. Fenomenologia do Dasein é hermenêutica no sentido originário da palavra em que se designa o ofício de interpretar. (SZ   37) Hermeneuein é a palavra grega para "interpretar", e hermeneia, "interpretação", Auslegung, que descobre o previamente escondido (GA63  ,11). H usa Hermeneutik para significar "interpretação", de fato, interpretação da "facticidade", isto é, de nosso próprio Dasein (GA63  :14). [INWOOD  ]
«interpretación»: en alemán, Auslegung (destacado en el texto original). Esta palabra alemana significa literalmente «ex-posición». Ha sido traducida a otros idiomas por la palabra correspondiente en esos idiomas a nuestra palabra «explicitación». La Auslegung o interpretación es, efectivamente una explicitación de lo dado en el comprender. En esta interpretación los entes son articulados dentro de la totalidad del comprender, y quedan, de este modo, expuestos en forma explícita. Cuando la interpretación es teórica, como sucede constantemente a lo largo de la analítica existencial, Heidegger emplea la palabra alemana Interpretation, que Gaos traduce por exégesis. Nosotros hemos preferido también en ese caso usar la palabra interpretación, puesto que la Interpretation no es sino una forma de Auslegung. El contexto no deja lugar a dudas del tipo de interpretación de que se trata en cada caso. [Rivera  ; STRivera:Notas]
(…) verfallend-verdeckend auslegen. Nous retrouverons plus loin, à partir du §68 notamment, nombre de triplets construits sur le même principe que celui-ci. Toujours dans le même souci de clarté, leur traduction lisible oblige à paraphraser, le principe général étant que le verbe apparaissant en troisième position est pris comme pivot « actif », et que les deux autres mots, pris dans l’ordre 2, puis 1, explicitent les conditions dans lesquelles s’inscrit l’action qu’exprime ledit pivot. [Auxenfants  ; ETJA  :§58]
LÉXICO: Auslegung

Auslegung, umsichtige – §§ 32,33 [EtreTemps32; EtreTemps33]
Auslegung, existenzial-ontologische – §§ 7 C, 63 [EtreTemps7; EtreTemps63]
explicitation [EtreTemps  ]
interpretation [BT]

Dilthey   considerava Auslegung — a "compreensão sistemática de expressões permanentemente fixas da vida" (CMH, 267) — como a tarefa distintiva das ciências "humanas", das Geisteswissenschaften, e a explicação, Erklärung, como a tarefa das ciências naturais. Nietzsche  , pelo contrário, considerava todo pensamento e conhecimento como Auslegung. Heidegger concorda com Nietzsche  . Nossa vida cotidiana é permeada de interpretação, tanto de nós mesmos quanto de outros entes. A interpretação cotidiana, "circunvista", é anterior tanto à interpretação sistemática empreendida pelas ciências humanas como às explicações das ciências naturais. Antes de fazer qualquer ciência, um cientista precisa achar o caminho para a biblioteca ou o laboratório e interpretar seus conteúdos como livros ou outro instrumento. De acordo com Heidegger, nós interpretamos a todo instante. Não vemos primeiramente marcas pretas não-interpretadas em um fundo branco, ou ouvimos primeiramente puros sons, para então interpretá-los como letras impressas ou como discurso. Nós as percebemos diretamente como palavras impressas ou faladas, mesmo se não as podemos compreender: ‘"Em primeiro lugar’, nós nunca escutamos ruídos e complexos acústicos. Escutamos o carro rangendo, a motocicleta. […] É indispensável uma atitude artificial e complexa para se ‘ouvir’ um ‘ruído puro’. Até mesmo onde o discurso é indistinto ou a linguagem desconhecida, nós imediatamente ouvimos palavras ininteligíveis, e não uma multiplicidade de sons" (SZ  , 163s Cf. 150). Heidegger foi neste ponto influenciado menos por Nietzsche   e mais por Dilthey  , que em seus trabalhos posteriores trilhou, em grande parte, a estrada do próprio Heidegger. A ubiquidade da interpretação, para Heidegger, não implica o ceticismo nietzschiano. Do fato de ser eu quem imediatamente interpreta o discurso como discurso ou um utensílio como um utensílio não decorre que a minha interpretação seja duvidosa ou incorrigível ou que eu esteja criando o sentido do que é interpretado. Esse fato, no máximo, mina a visão de que as interpretações se baseiam ou correspondem a fundamentos não interpretados.

Auslegung não se distingue agudamente da compreensão (Verstehen), sendo o seu "desenvolvimento": "Na interpretação, a compreensão se apropria do que compreendo. […] A interpretação se funda existencialmente na compreensão; a compreensão não nasce da interpretação. […] O que está à mão de explicita na visão da compreensão" (SZ  , 148). A compreensão é global, a interpretação local. Eu compreendo o mundo à minha volta, a cidade, a sala ou o escritório com sua rede de "significação [Bedeutsamkeit]" e "conjuntura [Bewandtnis]". Quando eu focalizo algum ente particular eu o vejo "como uma mesa, uma porta, um carro ou uma ponte" (SZ  , 149). Eu também o vejo como sendo para algo: para comer sobre, para entrar em um quarto etc. A interpretação de um ente torna explícita as suas relações com outros itens no ambiente e com as "possibilidades" em função das quais eu compreendo este ambiente. Sempre ao lidar com um instrumento , eu o vejo como isso-e-aquilo e como sendo para algo. Não preciso afirmar que este é o caso. Interpretar algo como algo não envolve o como (Ais) da proposição, o como " apofântico", mas o como " hermenêutico", o como da interpretação (GA21  , 187s; SZ  , 158). A interpretação é anterior à proposição e, em SZ  , anterior à linguagem. Ver algo sem vê-lo como algo é difícil, não natural. Não é básico, mas derivativo e "privativo": se eu olho para algo deste modo livre-do-como, eu paro de compreendê-lo numa conjuntura. A interpretação não é baseada em uma percepção livre-do-como. O "como" é essencial para Dasein: "este ‘como isso’, ser como tal, algo como algo, a como b. Este ‘como’ totalmente elementar é […] o que falta aos animais" (GA29, 416).

Auslegung envolve pressuposições, uma "estrutura prévia [Vor-Struktur]" assim como uma "estrutura-como [Als-struktur]" (SZ  , 151). Isto envolve três elementos: 1. "posição prévia [Vorhabe]", a compreensão geral do ente a ser interpretado e da "totalidade conjuntural [Bewandtnisganzheit]" na qual ele se encontra. 2. Vorsicht, no alemão comum "prudência, circunspecção", mas considerado por Heidegger de forma literal como " visão prévia"; eu pouso minha visão sobre o que eu quero interpretar ou sobre o aspecto que quero interpretar. 3. Vorgriff, usualmente "antecipação", mas literalmente "concepção prévia", associada, para Heidegger, com Begriff, "conceito". Eu só posso interpretar as coisas em função dos conceitos à minha disposição. Eu posso ver algo como um apetrecho, mas não como um violino, se me falta o conceito de um violino. Esta estrutura prévia aplica-se à interpretação em qualquer nível de sofisticação. Um sociólogo possui uma extensa compreensão dos seres humanos, e uma posição prévia que ele compartilha, digamos assim, com um economista. Todavia, ele possui uma visão prévia diferente da do economista: ele olha para o comportamento social dos seres humanos e não para o seu comportamento econômico. Ele possui uma certa concepção prévia: conceitos tais como poder, conflito, cooperação. A estrutura prévia, especialmente a concepção prévia, pode ser defectiva, tomada de " fantasias e conceitos populares" ao invés de serem trabalhadas " a partir das coisas elas mesmas [aus den Sachen selbst her]" (SZ  , 153). Ele pode inventar uma distinção, por exemplo, entre "estado" e "sociedade civil", sem aplicação para a sociedade em questão. Isto pode ser corrigido à medida que a pesquisa progride. Uma estrutura prévia pode ser reparada, mas apenas recorrendo a outras interpretações, não a fatos crus: "Até uma descrição já é ‘interpretação’ [’Auslegung’], algo como ‘cor’, como ‘som’, como ‘tamanho’. Há interpretações e interpretações. Interpretação física!" (GA65  , 166).

Correspondente à compreensão e à Auslegung é Sinn, "sentido", ou "significado" . O que se compreende possui Sinn, embora o que se compreenda seja o ente e não o seu Sinn. As coisas não possuem Sinn separado da compreensão ou falta de compreensão de Dasein. "Desta forma, apenas o Dasein pode ter sentido ou não ter sentido" (SZ  , 151). [DH  ]


NT: explicitation (techn.), interprétation (ord. = Deutung ou Interpretation).[EtreTemps  ]
NT: Interpretation (Auslegung), 9-10, 15-17, 37-39, 59-60, 68fn (artistic), 130, 132-133, 148-160 (§§ 32-33), 157fn, 167-169, 231-232, 292-294, 310-313, 407-409, 434, et passim; self-, 51, 116, 184, 196-197, 200, 312, 318. See also Interpretedness; Understanding itself [BT]
NT: Heidegger uses two words which might well be translated as ‘interpretation’: "Auslegung’ and ‘Interpretation’. Though in many cases these may be regarded as synonyms, their connotations are not quite the same. ‘Auslegung’ seems to be used in a broad sense to cover any activity in which we interpret something ‘as’ something, whereas ‘Interpretation’ seems to apply to interpretations which are more theoretical or systematic, as in the exegesis of a text. See especially H. 148 ff. and 199 f. We shall preserve this distinction by writing ‘interpretation for ‘Auslegung’, but ‘Interpretation’ for Heidegger’s ‘Interpretation’, following similar conventions for the verbs ‘auslegen’ and ‘interpretieren’. [BTMR  ]
Auslegung (die): «interpretación». Dilthey   considera que la tarea distintiva de las ciências humanas es Auslegung («interpretación»), mientras que la tarea propia de las ciências naturales es Erklärung («explicación»). Nietzsche  , en cambio, considera todo pensamiento y conocimiento como Auslegung Heidegger está de acuerdo con Nietzsche  . Nuestra vida cotidiana se halla atravesada de interpretaciones, tanto de nosotros mismos como de los restantes entes. La interpretación cotidiana y circunspecta es anterior a la interpretación sistemática que se lleva a cabo en las ciências humanas y las naturales. El científico que trabaja en el laboratorio interpreta las cosas que lo rodean como parte de su instrumental antes de practicar ciência. No vemos primero manchas negras que luego interpretamos como letras impresas en un libro, ni oímos primero sonidos que luego interpretamos como el tanir de las campanas. Auslegung («interpretación») apenas se distingue de Verstehen («comprensión»); de hecho, la desarrolla. La Auslegung es una explicitación de lo dado en la comprensión de la significatividad previamente abierta del mundo que responde a la estructura del algo en cuanto algo (etwas als etwas), una significatividad que arranca de lo dado inmediatamente de una manera preteorética y prerreflexiva en el mundo de la vida cotidiana. La comprensión es global, la interpretación es local. El Dasein comprende el mundo que lo envuelve, la ciudad en que vive, la oficina en que trabaja como una totalidad significativa (Bedeutsamkeit). Pero cuando el Dasein fija la mirada en un ente particular lo ve como mesa, puerta, calle, puente, etcétera. La interpretación que explicita el ente en su relación con otros entes comprende el ente ya siempre como algo, es decir, la interpretación se basa en un como hermenêutico (hermeneutisches Als) que es prévio al enunciado que dice y muestra algo como algo (apophantisches Als). En el grueso de las lecciones de Marburgo y en Ser y Tiempo  , se defiende la misma tesis de que la verdad predicativa descansa en la verdad antepredicativa, de que toda interpretación de corte teorético (Interpretation) es una explicitación de la interpretación primaria que ya siempre realizamos del mundo (Auslegung). Asimismo, toda interpretación se funda en la triple estructura de la «manera de entender previa» (Vorgriff), del «haber prévio» (Vorhabe) y de la «manera previa de ver» (Vorsicht). Véanse también las entradas Als-Struktur (die) Als-was (das); Interpretation (die), Theoretisch; Vorgriff (der); Vorhabe (die) y Vorsicht (die). [NB  , pp. 17 (interpretación del pasado), 22, 23 (interpretación mundana de vida fáctica), 28, 30, 31; GA63  , pp. 7, 14-20 (autointerpretación de facticidad), 31, 47-49, 51-66 (el estar-referido de la respectiva interpretación), 52-57, 58-64 (interpretación del Dasein en filosofia), 63 (autointerpretación); GA17  , p. 285; GA19  , pp. 272-285 (posibilidad fundamental de apropiación); GA20  , pp. 117, 190, 220, 227, 359-360, 366, 373, 377 (modos de caída de la interpretación), 413; GA24  , p. 459; SZ  , pp. 16 (modos de interpretación del Dasein), 37-39, 67, 148-153 (comprensión), 158, 160 (apropiación de lo comprendido), 231-232, 312, 315, 322, 324 (proyecto), 395).] [LHDF]
A passagem encerra em si um problema de tradução: o termo heideggeriano ao qual Günter Figal   se refere é Auslegung. A tradução corrente deste termo em Heidegger é “interpretação”. No entanto, Figal   faz uma diferenciação entre Auslegung, Deutung e Interpretation que se perdería se seguíssemos simplesmente a tradução corrente do termo na obra de Heidegger. Para escapar desse problema, optamos pela inserção do termo “exegese” entre parênteses, apenas para lembrar ao leitor que o que está em questão aqui é interpretação no sentido de uma explicação, o que aliás se coaduna plenamente com o sentido de interpretação em Ser e tempo   (N.T.). [Casanova  ; GFOposi:116]