tradução do francês
Se disséssemos “consciência”, isso seria precisamente o que foi rejeitado por mim. O que chamo de Dasein não é apenas co-determinado em sua essência pelo que designamos como “espírito” nem pelo que chamamos de “vida”, mas o que se trata, é a unidade originária e a estrutura imanente do ser/estar-em-relação de um homem que é/está, de certa forma, acorrentado em um corpo e que, portanto, tem sua própria maneira de ser/estar ligado ao sendo (ao ente) no meio do qual ele se encontra, não no sentido de uma mente que baixaria o olhar sobre esta situação, mas no sentido que o Dasein, lançado no meio do sendo, cumpre enquanto livre um perscrutar do sendo, o qual é sempre histórico (geschichtlich) e, em um sentido último, contingente. Tão contingente mesmo que a forma mais alta da existência do Dasein não se deixa conduzir, em toda duração do Dasein que se estende entre a vida e a morte, senão a um número muito pequeno de raros instantes. Em outras termos, não é senão em raros instantes que o homem existe na ponta de suas próprias possibilidades; fora destes instantes, ele não faz senão se mover no meio de seu sendo.
Si l’on disait « conscience », ce serait justement ce qui a été rejeté par moi. Ce que je nomme Dasein n’est pas seulement co-déterminé dans son essence par ce que l’on désigne comme « esprit» ni non plus par ce que l’on nomme « vie », mais ce dont il s’agit, c’est l’unité originaire et la structure immanente de l’être-en-relation d’un homme qui est, d’une certaine façon, enchaîné dans un corps et qui, de ce fait, a une façon propre d’être lié à l’étant au milieu duquel il se trouve, non pas au sens d’un esprit qui abaisserait ses regards sur cette situation, mais en ce sens que le Dasein, jeté au milieu de l’étant, accomplit en tant que libre une percée dans l’étant, laquelle est toujours historique (geschichtlich) et, en un sens dernier, contingente. Si contingente même que la forme la plus haute de l’existence du Dasein ne se laisse ramener, dans toute cette durée du Dasein qui s’étend entre la vie et la mort, qu’à un très petit nombre de rares instants. En d’autres termes, ce n’est qu’en de rares instants que l’homme existe à la pointe de ses propres possibilités ; en dehors de ces instants, il ne fait que se mouvoir au milieu de son étant.