GA9:308-310 – O uso consumidor do ente

Ernildo Stein

É por isso que também se torna necessária a formulação do que até agora foi silenciado: situa-se este pensamento já na lei de sua verdade se apenas segue aquele pensamento compreendido pela “lógica”, em suas formas e regras? Por que põe a preleção esta expressão entre aspas? Para assinalar que a “lógica’ é apenas uma das explicações da essência do pensamento; aquela que já, o seu nome o mostra, se funda na experiência do ser realizado pelo pensamento grego. A suspeita contra a lógica – como sua consequente degenerescência pode valer a logística – emana do conhecimento daquele pensamento que tem sua fonte na experiência da verdade do ser e não na consideração da objetividade do ente. De nenhum modo é o pensamento exato o pensamento mais rigoroso, se é verdade que o rigor recebe sua essência daquela espécie de esforço com que o saber sempre observa a relação com o elemento fundamental do ente. O pensamento exato se prende unicamente ao cálculo do ente e a este serve exclusivamente. Qualquer cálculo reduz todo numerável ao enumerado, para utilizá-lo para a próxima enumeração. O cálculo não admite outra coisa que o enumerável. Cada coisa é apenas aquilo que se pode enumerar. O que a cada momento é enumerado assegura o progresso na enumeração. Esta utiliza progressivamente os números e é, em si mesma, um contínuo consumir-se. O resultado do cálculo com o ente vale como o enumerável e consome o enumerado para a enumeração. Este uso consumidor do ente revela o caráter destruidor do cálculo. Apenas pelo fato de o número poder ser multiplicado infinitamente e isto indistintamente na direção do máximo ou do mínimo, pode ocultar-se a essência destruidora do cálculo atrás de seus produtos e emprestar ao pensamento calculador a aparência da produtividade, enquanto, na verdade, faz valer, já antecipando e não em seus resultados subsequentes, todo ente apenas na forma do que pode ser produzido e consumido. 0 pensamento calculador submete-se a si mesmo à ordem de tudo dominar a partir da lógica de seu procedimento. Ele não é capaz de suspeitar que todo o calculável do cálculo já é, antes de suas somas e produtos calculados, num todo cuja unidade, sem dúvida, pertence ao incalculável que se subtrai a si e sua estranheza das garras do cálculo. O que, entretanto, em toda parte e constantemente, se fechou de antemão, às exigências do cálculo e que, contudo, já a todo o momento, é, em sua misteriosa condição de desconhecido, mais próximo do homem que todo ente, no qual ele se instala a si e a seus projetos, pode, de tempos em tempos, dispor a essência do homem para um pensamento cuja verdade nenhuma “lógica” é capaz de compreender. Chamemos de pensamento fundamental aquele cujos pensamentos não apenas calculam, mas são determinados pelo outro do ente. Em vez de calcular com o ente sobre o ente, este pensamento se dissipa no ser pela verdade do ser. Este pensamento responde ao apelo do ser enquanto o homem entrega sua essência historial à simplicidade da única necessidade que não violenta enquanto submete, mas que cria o despojamento que se plenifica na liberdade do sacrifício.

É preciso que seja preservada a verdade do ser, aconteça o que acontecer ao homem e a todo ente. O sacrifício é destituído de toda violência porque é a dissipação da essência do homem — que emana do abismo da liberdade — para a defesa da verdade do ser para o ente. No sacrifício se realiza o oculto reconhecimento, único capaz de honrar o dom em que o ser se entrega à essência do homem, no pensamento, para que o homem assuma, na referência ao ser, a guarda do ser.

O pensamento originário é o eco do favor do ser pelo qual se ilumina e pode ser apropriado o único acontecimento: que o ente é. Este eco é a resposta humana à palavra da voz silenciosa do ser. A resposta do pensamento é a origem da palavra humana; palavra que primeiramente faz surgir a linguagem como manifestação da palavra nas palavras.

Se, de tempos em tempos, não houvesse um pensamento oculto no fundamento essencial do homem historial, então ele jamais seria capaz do reconhecimento, suposto que, em toda reflexão e em todo agradecimento, deve existir um pensamento que pensa originariamente a verdade do ser. Mas de que outro modo encontraria, um dia, uma humanidade o caminho para o reconhecimento originário que não pelo fato de o favor do ser oferecer ao homem, pela aberta referência a si mesma, a nobreza do despojamento, no qual a liberdade do sacrifício esconde o tesouro de sua essência? O sacrifício é a despedida do ente em marcha para a defesa do favor do ser. O sacrifício pode, sem dúvida, ser preparado e servido pelo agir e produzir na esfera do ente, mas jamais pode ser por ele realizado. Sua realização emana da in-sistência a partir da qual todo homem historial age — também o pensamento essencial é um agir — protegendo o ser-aí instaurado para a defesa da dignidade do ser. Esta in-sistência é a impassibilidade que não permite que seja contestada a oculta disposição para a despedida própria de cada sacrifício. O sacrifício tem sua terra natal na essência daquele acontecimento que é o ser chamando o homem para a verdade do ser. É por isso que o sacrifício não admite cálculo algum pelo qual seria calculada sua utilidade ou inutilidade, sejam os fins visados mesquinhos ou elevados. Tal cálculo desfigura a essência do sacrifício. A mania dos fins confunde a limpeza do respeito humilde (preparado para a angústia) da coragem para o sacrifício, que presume morar na vizinhança do indestrutível.

Cortés & Leyte

Por eso también se vuelve necesaria ahora la pregunta apenas expresada sobre si acaso este pensar se encuentra ya en la ley de su verdad cuando se limita a seguir a ese pensar que la «lógica» comprende en sus formas y reglas. ¿Por qué escribe la lección este término entre comillas? Para indicar que la «lógica» es sólo una interpretación de la esencia del pensar y precisamente esa que, incluso por su propio nombre, reposa sobre la experiencia del ser del pensamiento griego. La sospecha contra la «lógica», de la que la logística puede ser considerada su consecuente degeneración, surge del saber de aquel pensar que encuentra su fuente en la experiencia de la verdad del ser, pero no en la contemplación de la objetividad del ser. El pensar exacto nunca es el pensar más riguroso, si bien es cierto que el rigor obtiene su esencia de esa clase de esfuerzo con el que el saber preserva siempre la referencia a lo esencial de lo ente. El pensar exacto se vincula a lo ente únicamente en el cálculo y sirve únicamente a aquél.

Todo calcular disuelve lo contable en lo contado a fin de usarlo para el próximo recuento. El calcular no permite que surja otra cosa más que lo contable.

Toda cosa es únicamente aquello que ella cuenta. Lo contado en cada caso asegura la progresión del contar. Dicho contar usa y gasta progresivamente los números y es, a su vez, un progresivo consumirse a sí mismo. Que el calcular se encuentre con lo ente vale como explicación del ser de lo ente. El calcular utiliza de antemano a todo ente como elemento contable y desgasta a lo contado en el recuento. Este uso corrosivo de lo ente delata el carácter de consunción del cálculo. Sólo en la medida en que el número es aumentable hasta el infinito, y ello indistintamente en la dirección de lo grande o de lo pequeño, puede la esencia consuntiva del cálculo esconderse tras sus productos y prestarle al pensar calculante la apariencia de la productividad, mientras ya anticipadamente, y no sólo en sus resultados posteriores, confiere validez a todo ente sólo bajo la forma de la disponibilidad y lo consumible. El pensar calculante se constriñe a sí mismo a dominar todo desde la perspectiva de la coherencia de su proceder.

Ni siquiera puede imaginar que todo lo calculable del cálculo sea ya un todo antes de las diversas sumas y productos calculados por él, un todo cuya unidad pertenece indudablemente a lo incalculable, que se sustrae a sí mismo y a su carácter inquietante de las garras del cálculo. Sin embargo, aquello que siempre y en todo lugar está cerrado de antemano a las intenciones del cálculo y, asimismo, y siempre en una enigmática desconocibilidad, se halla más cercano al hombre que cualquier ente en el que el hombre se instala a sí mismo y a su pretensión puede conducir a veces a la esencia del hombre a un pensar cuya verdad no puede ser captada por ninguna «lógica». Ese pensar cuyos pensamientos no sólo no cuentan, sino que en general están determinados por eso otro distinto a lo ente, se llama pensar 1 esencial. En lugar de calcular con lo ente, contando con lo ente, dicho pensar se prodiga y desgasta en el ser de cara a la verdad del ser. Este pensar contesta a la exigencia del ser, en la medida en que el hombre confía su esencia histórica a la simplicidad de esa única necesidad que obliga sin apremiar, limitándose simplemente a crear la necesidad que se satisface en la libertad del sacrificio. La necesidad es que la verdad del ser quede a salvo pase lo que pase con el hombre o cualquier ente. El sacrificio es ese prodigarse del hombre —libre de toda constricción, porque surge del abismo de la libertad— en la preservación de la verdad del ser para lo ente. En el sacrificio acontece aquella escondida gratitud única en saber apreciar la gratuidad con que el ser se ha transpropiado a la esencia del hombre en el pensar, a fin de que éste asuma la guarda del ser en la relación con lo ente. El pensar inicial 2 es el eco del favor del ser en el que se aclara y acontece 3 y 4 eso único: que lo ente es. Ese eco es la respuesta del hombre a la palabra de la voz silenciosa del ser. La respuesta del pensar 5 es el origen de la palabra 6 humana, palabra que es la única que consiente que surja el lenguaje a modo de entonación sonora de la palabra en palabras. Si no hubiera a veces un pensar 7 escondido en el fundamento esencial del hombre histórico, éste nunca sería capaz de agradecer 8, puesto que en todo pensamiento 9 y en todo agradecimiento 10 tiene que haber necesariamente un pensar que piense inicialmente la verdad del ser. ¿De qué otro modo podría llegar jamás una humanidad al agradecer originario si el favor del ser, por medio de la abierta referencia a sí mismo, no le concediese al hombre la nobleza de esa pobreza en la que la libertad del sacrificio esconde el tesoro de su esencia? El sacrificio es la despedida de lo ente en ese camino que conduce a la preservación del favor del ser. Es verdad que el sacrificio puede ser preparado y favorecido [256] trabajando productivamente en lo ente, pero nunca podrá llegar a ser consumado por estos medios. Su consumación procede de la instancia 11 desde la que cada hombre histórico actúa —pues también el pensar esencial es un actuar— γ conserva 12 la existencia, existencia adquirida para la preservación de la dignidad del ser. Esta insistencia es la imperturbable indiferencia, que no permite que se altere su oculta disposición para la esencia de despedida de todo sacrificio. El sacrificio se encuentra en casa en la esencia de ese acontecimiento propio 13, en el cual el ser reclama 14 al hombre para la verdad del ser. Por eso, el sacrificio no tolera ninguno de esos cálculos por los que siempre se cae en el error de cálculo de tomar solamente en cuenta su utilidad o inutilidad, por altas o bajas que se hayan dispuesto las metas. Este error de cálculo deforma la esencia del sacrificio. La búsqueda de metas enturbia la claridad del temor, dispuesto a la angustia, del ánimo de sacrificio, que se atreve a asumir la vecindad a lo indestructible. (HITOS, p. 255-256)

Roger Munier

C’est aussi pourquoi la question à peine formulée se fait à présent nécessaire, de savoir si cette pensée se tient bien dans la loi de sa vérité, quand elle suit uniquement la pensée que la « logique » contient dans ses formes et règles. Pourquoi la conférence met-elle ce terme entre guillemets? Pour indiquer que la « logique » n’est qu’une interprétation de l’essence de la pensée, celle précisément qui repose, comme le mot déjà l’indique, sur l’épreuve de l’Être atteinte dans la pensée grecque. La défiance envers la « logique », dont la logistique peut être considérée comme la naturelle dégénérescence, surgit du savoir de cette pensée qui trouve sa source dans l’épreuve de la vérité de l’Être, et non dans la considération de l’objectivité de l’étant. Jamais la pensée exacte n’est la pensée la plus rigoureuse, s’il est vrai que la rigueur reçoit son essence de la manière dont le savoir à chaque fois s’applique à maintenir la relation à l’essentiel de l’étant. La pensée exacte s’attache uniquement au calcul au moyen de l’étant et sert exclusivement celui-ci.

Tout calculer fait poindre dans le dénombré le dénombrable, afin de l’utiliser pour le prochain [80] dénombrement. Le calculer ne fait apparaître autre chose que le dénombrable. Chaque chose n’est que ce qu’il dénombre. Ce qui est à chaque fois dénombré assure la marche en avant du dénombrer. Celui-ci consomme en progressant les nombres et se dévore lui-même continûment. La mise en œuvre du calcul au moyen de l’étant vaut comme l’explication de l’être de l’étant. D’avance, le calculer utilise tout étant comme le dénombrable et consomme le dénombrer pour le dénombrement. Cette utilisation consommante de l’étant trahit le caractère dévorant du calcul. Ce n’est que parce que le nombre peut s’accroître à l’infini, et ceci indistinctement en direction du grand et du petit, que l’essence dévorante du calcul peut se dissimuler derrière les produits de celui-ci et prêter à la pensée calculante l’apparence de la productivité, alors qu’en réalité, déjà dans son intention, et non seulement dans ses résultats ultérieurs, elle ne fait valoir tout étant que sous la forme de l’additionnable et du comestible. La pensée calculante s’oblige elle-même à l’obligation de tout maîtriser à partir de la logique de sa manière de faire. Elle ne peut soupçonner que tout calculable du calcul, avant les sommes et produits par ce dernier à chaque fois calculés, est déjà un tout dont l’unité appartient certes à l’incalculable [Da» Unberechenbare, l’insondable] lequel se dérobe, lui et son inquiétant abîme, aux prises du calcul. Ce qui toutefois, partout et constamment, s’est d’avance refusé à la prétention du calcul et néanmoins est en tout temps déjà, dans une énigmatique inconnaissabilité, plus proche de l’homme que tout étant où l’homme fait ses plans et s’organise, peut parfois disposer l’essence de l’homme à une pensée dont [81] aucune « logique » ne peut contenir la vérité. La pensée dont les pensées non seulement ne calculent pas, mais sont absolument déterminées à partir de l’autre de l’étant, je l’appelle la pensée essentielle. Au lieu de se livrer à des calculs sur l’étant au moyen de l’étant, elle se prodigue dans l’Être pour la vérité de l’Être. Cette pensée répond [… antwortet…] à la revendication de l’Être, quand l’homme remet [… überantwortet…] son essence historique à la réalité simple de l’unique nécessité qui ne contraint pas, tandis qu’elle oblige, mais crée l’urgence qui s’accomplit dans la liberté de l’offrande. L’urgence est que la vérité de l’Être soit sauvegardée, quoi qu’il puisse échoir à l’homme et à tout étant. L’offrande est le don prodigue, soustrait à toute obligation, parce que s’élevant de l’abîme de la liberté, de l’essence de l’homme en vue de la sauvegarde de la vérité de l’Être pour l’étant. Dans l’offrande advient le merci celé qui seul honore la bienveillance en vertu de laquelle l’Être s’est transmis à l’essence de l’homme dans la pensée, afin que l’homme assume, dans la relation à l’Être, la garde de l’Être. La pensée originelle est l’écho de la faveur de l’Être, dans laquelle s’éclaircit et se laisse advenir l’unique réalité : que l’étant est. Cet écho est la réponse [… antwort…] humaine à la parole [… wort…] de la voix silencieuse de l’Être. La réponse de la pensée est l’origine de la parole humaine, parole qui seule donne naissance au langage comme divulgation de la parole dans les mots. S’il n’était aussi bien une pensée celée dans le fondement essentiel de l’homme historique, jamais celui-ci ne serait capable du merci, à supposer que [82] dans tout penser [… Bedenken…] et dans chaque remercier, il doive bien y avoir une pensée, qui originellement pense la vérité de l’Être. Mais comment autrement une humanité pourrait-elle jamais rencontrer le merci originel, si la faveur de l’Être n’accorde à l’homme, par la relation ouverte à elle-même, la noblesse de la pauvreté en laquelle la liberté de l’offrande cèle le trésor de son essence? L’offrande est le départ de l’étant dans la marche pour la sauvegarde de la faveur de l’Être. L’offrande peut sans doute être préparée et aidée par les travaux et réalisations dans l’étant, mais elle n’est jamais par eux accomplie. Son accomplissement s’origine dans l’insistance, du sein de laquelle tout homme historique agissant — la pensée essentielle est aussi un agir — préserve l’existence acquise pour la sauvegarde de la dignité de l’Être. Cette insistance est la calme assurance qui ne se met pas en peine de la disponibilité celée pour l’essence exodique de toute offrande. L’offrande est chez elle dans l’essence de l’événement par lequel l’Être revendique l’homme pour la vérité de l’Être. C’est pourquoi l’offrande ne tolère aucun calcul [… Berechnung…] par lequel n’est à chaque fois escompté [… verrechnet…] qu’un profit ou une perte, les buts soient-ils bas ou élevés. Une telle supputation [… Verrechnen…] altère l’essence de l’offrande. La hantise des buts trouble la clarté de l’horreur prête à l’angoisse d’où part le courage pour l’offrande, qui a prétendu au voisinage de l’Indestructible.

Original

Darum wird jetzt auch die kaum ausgesprochene Frage nötig, ob denn dieses Denken schon im Gesetz seiner Wahrheit stehe, wenn es nur dem Denken folgt, das die »Logik« in seine Formen und Regeln faßt. Warum setzt die Vorlesung diesen Titel zwischen Anführungsstriche? Um anzudeuten, daß die »Logik« nur eine Auslegung des Wesens des Denkens ist, und zwar diejenige, die schon dem Namen nach auf der im griechischen Denken erlangten Erfahrung des Seins beruht. Der Verdacht gegen die »Logik«, als deren folgerichtige Ausartung die Logistik gelten darf, entspringt dem Wissen von jenem Denken, das in der Erfahrung der Wahrheit des Seins, nicht aber in der Betrachtung der Gegenständlichkeit des Seienden, seine Quelle findet. Niemals ist das exakte Denken das strengste Denken, wenn anders die Strenge ihr Wesen aus der Axt der Anstrengung empfängt, mit der jeweils das Wissen den Bezug zum Wesenhaften des Seienden innehält. Das exakte Denken bindet sich lediglich in das Rechnen mit dem Seienden und dient ausschließlich diesem.

Alles Rechnen läßt das Zählbare im Gezählten aufgehen, um es für die nächste Zählung zu gebrauchen. Das Rechnen läßt anderes als das Zählbare nicht aufkommen. Jegliches ist nur das, was es zählt. Das jeweils Gezählte sichert den Fortgang des Zählens. Dieses verbraucht fortschreitend die Zahlen und ist selbst ein fortgesetztes Sichverzehren. Das Aufgeben der Rechnung mit dem Seienden gilt als die Erklärung seines Seins. Das Rechnen gebraucht zum voraus alles Seiende als das Zählbare und verbraucht das Gezählte für die Zählung. Dieser verbrauchende Gebrauch des Seienden verrät den verzehrenden Charakter der Rechnung. Nur weil die Zahl ins Endlose vermehrbar ist, und dies unterschiedslos nach der Richtung des Großen und des Kleinen, kann sich das verzehrende Wesen der Rechnung hinter ihren Produkten verstecken und dem rechnenden Denken den Schein der Produktivität leihen, während es doch schon vorgreifend und nicht erst in seinen nachträglichen Ergebnissen alles Seiende nur in der Gestalt des Beistellbaren und Verzehrlichen zur Geltung bringt. Das rechnende Denken zwingt sich selbst in den Zwang, alles aus der Folgerichtigkeit seines Vorgehens zu meistern. Es kann nicht ahnen, daß alles Berechenbare der Rechnung vor den von ihr jeweils errechneten Summen und Produkten schon ein Ganzes ist, dessen Einheit freilich dem Unberechenbaren zugehört, das sich und seine Unheimlichkeit den Griffen der Rechnung entzieht. Was jedoch überall und stets im vorhinein dem Ansinnen der Berechnung sich verschlossen hat und gleichwohl dem Menschen jederzeit schon in einer rätselhaften Unkenntlichkeit näher ist als jedes Seiende, darin er sich und sein Vorhaben einrichtet, kann zuweilen das Wesen des Menschen in ein Denken stimmen, dessen Wahrheit keine »Logik« zu fassen vermag. Das Denken, dessen Gedanken nicht nur nicht rechnen, sondern überhaupt aus dem Anderen des Seienden bestimmt sind, heiße das wesentliche Denken. Statt mit dem Seienden auf das Seiende zu rechnen, verschwendet es sich im Sein für die Wahrheit des Seins. Dieses Denken antwortet dem Anspruch des Seins, indem der Mensch sein geschichtliches Wesen dem Einfachen der einzigen Notwendigkeit überantwortet, die nicht nötigt, indem sie zwingt, sondern die Not schafft, die sich in der Freiheit des Opfers erfüllt. Die Not ist, daß die Wahrheit des Seins gewahrt wird, was immer auch dem Menschen und allem Seienden zufallen möge. Das Opfer ist die allem Zwang enthobene, weil aus dem Abgrund der Freiheit erstehende Verschwendung des Menschenwesens in die Wahrung der Wahrheit des Seins für das Seiende. Im Opfer ereignet sich der verborgene Dank, der einzig die Huld würdigt, äls welche das Sein sich dem Wesen des Menschen im Denken übereignet hat, damit dieser in dem Bezug zum Sein die Wächterschaft des Seins übernehme. Das anfängliche Denken15 ist der Widerhall der Gunst des Seins, in der sich das Einzige lichtet und sich ereignen16 läßt17: daß Seiendes ist. Dieser Widerhall ist die menschliche Antwort auf das Wort der lautlosen Stimme des Seins. Die Antwort des Denkens18 ist der Ursprung des menschlichen Wortes, welches Wort erst die Sprache als die Verlautung des Wortes in die Wörter entstehen läßt. Wäre nicht zuzeiten ein verborgenes Denken19 im Wesensgrunde des geschichtlichen Menschen, dann, vermöchte er nie das Danken20, gesetzt daß in. allem Bedenken und in jedem Bedanken21 doch ein Denken sein muß, das anfänglich die Wahrheit des 106 Seins denkt. Wie anders aber fände je ein Menschentum in das ursprüngliche Danken, es sei denn so, daß die Gunst des Seins durch den offenen Bezug zu ihr selbst dem Menschen den Adel der Armut gewährt, in der die Freiheit des Opfers den Schatz ihres Wesens verbirgt? Das Opfer ist der Abschied vom Seienden auf dem Gang zur Wahrung der Gunst des Seins. Das Opfer kann durch das Werken und Leisten im Seienden zwar vorbereitet und bedient, aber durch solches nie erfüllt werden. Sein Vollzug entstammt der Inständigkeit, aus der jeder geschiehtr [311] Würde des Seins bewahrt. Diese Inständigkeit ist der Gleichmut, der sich die verborgene Bereitschaft für das abschiedliche Wesen jedes Opfers nicht anfechten läßt. Das Opfer ist heimisch im Wesen des Ereignisses, als welches das Sein den Menschen für die Wahrheit des Seins in den Anspruch nimmt22. Deshalb duldet das Opfer keine Berechnung, durch die es jedesmal nur auf einen Nutzen oder eine Nutzlosigkeit verrechnet wird, mögen die Zwecke niedrig gesetzt oder hoch gestellt sein. Solches Verrechnen verunstaltet das Wesen des Opfers. Die Sucht nach Zwecken verwirrt die Klarheit der angstbereiten Scheu des Opfermutes, der sich die Nachbarschaft zum Unzerstörbaren zugemutet hat. (GA9:308-311)

  1. 5.a ed. (1949): calcular: dominio-disposición; pensar: abandono en la transpropiación del uso: desdecir.[]
  2. 4.a ed. (1943): «El agradecer originario…».[]
  3. 4.a ed. (1943): «… en el que se aclara y se deja acontecer lo único».[]
  4. 5.a ed. (1949): acontecimiento propio.[]
  5. 4.a ed. (1943): «La respuesta tácita de la gratitud en el sacrificio…».[]
  6. N. de los T: téngase en cuenta el irreproducible juego de palabras en alemán entre «Antwort» [respuesta] y «Wort» [palabra].[]
  7. 4.a ed. (1943): «agradecer».[]
  8. 4.a ed. (1943): «pensar».[]
  9. N. de los T: se establece un juego entre «denken»-«danken» [pensar, agradecer] y «bedenken»-«bedan-ken», términos de sentido casi idéntico.[]
  10. 4.a ed. (1943): «rememorar».[]
  11. N. de los T: traducimos «Inständigkeit»: véase infra el texto donde aparece la nota 30, p. 306. También le daremos líneas más abajo el sentido de ‘insistencia’.[]
  12. N. de los T: nótese el juego en alemán entre «bewahren» [conservar], «Wahrung» [preservación, salvaguarda] y, más adelante, «Gewähr» [garantía: eso que preserva].[]
  13. N. de los T: «Ereignis».[]
  14. 5.a ed. (1949): a-propia, usa.[]
  15. Auflage (1943): »Das ursprüngliche Danken«.[]
  16. Auflage 1949: Ereignis.[]
  17. Auflage (1943): »… in der es sieb liebtet und das Einzige sieb ereignen läßt:«.[]
  18. Auflage (1943): »Die sprachlose Antwort des Dankens im Opfer«.[]
  19. Auflage (1943): »Danken«.[]
  20. Auflage (1943): »Denken«.[]
  21. Auflage (1943): »Andenken«.[]
  22. Auflage 1949: er-eignet, braucht[]