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philosophische Anthropologie

domingo 28 de outubro de 2018

philosophische Anthropologie  , anthropologie   philosophique, antropologia filosófica, philosophical anthropology, antropología filosófica

Através do que, em geral, uma antropologia se torna filosófica? Será que isso assenta no fato de que os seus conhecimentos se diferenciam dos de uma antropologia empírica em grau de universalidade, no que permanece constantemente questionável em que grau de universalidade o conhecimento empírico termina e começa o filosófico?

Certamente que uma antropologia pode ser chamada filosófica, na medida em que o seu método é filosófico, no sentido de uma consideração da essência do homem. Esta visa, então, a diferenciar o ente a que chamamos homem em relação à planta, ao animal e às restantes áreas do ente, salientando, através disso, a constituição essencial específica desta determinada região do ente. A antropologia filosófica torna-se, com isto, uma ontologia regional do homem e permanece, enquanto tal, coordenada com as restantes ontologias que se repartem com ela sobre o âmbito total do ente. A antropologia filosófica assim compreendida não é sem mais, e sobretudo não é com base na intrínseca estrutura da sua problemática, o centro da filosofia.

Mas a antropologia também pode ser filosófica, na medida em que, enquanto antropologia, determina ou a meta da filosofia, ou o seu ponto de partida, ou ambos simultaneamente. Se a meta da filosofia estiver na elaboração de uma visão de mundo, então será uma antropologia que terá de circunscrever a “posição do homem no cosmos”. E se o homem conta como aquele ente que na ordem da fundamentação de um conhecimento absolutamente certo é aquilo que pura e simplesmente é primeiramente dado e que é o mais certo, então a edificação da filosofia assim planeada tem de colocar a subjetividade humana como tema central. A primeira tarefa pode unir-se à segunda e ambas podem, enquanto considerações antropológicas, servir-se do método e dos resultados de uma ontologia regional do homem.

Mas é precisamente destas variadas possibilidades de circunscrição do caráter filosófico de uma antropologia que resulta já a indeterminação desta ideia. A indeterminação aumenta quando se tem em atenção a variedade dos conhecimentos empírico-antropológicos, a qual está pelo menos subjacente no ponto de partida de qualquer antropologia filosófica.

Por mais natural e evidente que a ideia de uma antropologia filosófica possa ser, apesar da sua equivocidade; e por mais irresistivelmente que ela se valorize sempre de novo, é inevitável que sempre de novo se combata o “antropologismo”na filosofia. A ideia da antropologia filosófica não apenas não está suficientemente determinada, mas a sua função no todo da filosofia permanece obscura e indecidida.

Contudo, esta falha tem o seu fundamento no limite intrínseco da ideia de uma antropologia filosófica. Pois ela mesma não é explicitamente fundada a partir da essência da filosofia, mas é colocada tendo em vista a meta da filosofia, captada à partida de um modo superficial, e o seu possível ponto de partida. Assim, a determinação desta ideia termina finalmente com a antropologia sendo um repositório possível para os problemas filosóficos centrais, uma característica cuja superficialidade e questionabilidade filosófica salta à vista. [GA3MAC:213-214]


No aperfeiçoamento   da metafísica, a filosofia é antropologia. Não importa se a antropologia recebe ou não a qualificação de “filosófica”. No meio disso, a filosofia tornou-se antropologia e, assim, uma presa dos derivados da metafísica, ou seja, da física no sentido mais amplo, que inclui a física da vida e do homem, a biologia e a psicologia. Tornando-se antropologia, a própria filosofia sucumbe na metafísica. [GA7  :85; GA7CFS:75]

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