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Zwischenraum
quarta-feira 24 de janeiro de 2024
espaço-entre [EssaisConf, GA7 ]
space between [BTMR ]
GA7, p. 155 (Stätte , Ort, Raum ). We must forego the further analyses by which Heidegger explains the origin of distance (Abstand , Zwischenraum), extension and “absolute” space (“der” Raum). See GA7, pp. 155-156. Cf. SZ, pp. 104-113. [RHPT:585]
O símbolo pertencia assim, para ele [Warburg], a uma esfera intermediária entre a consciência e a reação primitiva e trazia em si tanto a possibilidade da regressão quanto a do mais alto conhecimento: ele é um Zwischenraum, um “intervalo”, uma espécie de terra de ninguém no centro do humano; e, tal como a criação e a fruição da arte requerem a fusão entre duas atitudes psíquicas que normalmente se excluem de forma mútua (“um abandono apaixonado do eu até a completa identificação com a impressão e uma fria e distanciada serenidade na contemplação ordenadora”), assim a “ciência sem nome” que Warburg perseguia é, como se lê em uma nota de 1929, “uma iconologia do intervalo”, ou uma psicologia do “movimento pendular entre a posição das causas como imagens e como signos”. Esse estatuto “intermediário” do símbolo (e sua capacidade, quando dominado, de “curar” e orientar a mente humana) é claramente afirmado em uma nota da época em que, enquanto preparava a conferência de Kreuzlingen, provava a si mesmo e aos outros sua própria cura:
Toda a humanidade é eternamente esquizofrênica. Porém, de um ponto de vista ontogenético, é possível talvez descrever um tipo de reação às imagens da memória como primitivo e anterior, ainda que ele continue a viver marginalmente. Em uma fase mais tardia, a memória não provoca mais um movimento reflexo imediato e prático, ainda que seja de natureza combativa e religiosa, mas as imagens da memória são agora conscientemente depositadas em imagens e signos. Entre essas duas fases se situa uma relação com as impressões que pode ser definida como a forma simbólica’ de pensamento. [AGAMBEN , Giorgio. A potência do pensamento. Ensaios e conferências. Tr. Antônio Guerreiro. Belo Horizonte: Autêntica, 2015, p. 120]