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Monadologia

segunda-feira 5 de fevereiro de 2024

Monadologie

A unidade da mônada [Einheit   der Monade] não é o resultado de uma agregação [Ansammlung], não é algo suplementar [Nachträgliches], mas aquilo que a priori   dá unidade. A unidade enquanto aquilo que dá unidade é ativa, é vis activa, pulsão enquanto primam constitutivum da unidade da substância [Substanz  ]. Aqui está o problema central da Monadologia, o problema da pulsão [Drang  ] e da substancialidade [Substanzialität].

O caráter fundamental desta atividade tornou-se compreensível. Obscuro permanece como justamente a pulsão mesma pode dar unidade. Uma outra questão de decisiva importância é a seguinte: como se constitui, com base nesta mônada unida e concentrada em si mesma, a totalidade [Ganze  ] do universo em sua conexão [Zusammenhang  ]?

Antes é necessária uma consideração intermédia. Já mais vezes foi acentuado; o sentido metafísico da Monadologia [metaphysische Sinn   der Monadologie] só pode ser atingido se for tentada uma construção das principais conexões e perspectivas [wesentlichen Zusammenhänge und Perspektiven], e isto pelo fio condutor daquilo que para Leibniz   mesmo era determinante no projeto da Monadologia.

A Monadologia quer elucidar o ser do ente [Die Monadologie will das Sein des Seienden   aufklären  ]. Por isso é preciso adquirir, seja por que via for, uma ideia exemplar de ser. Ela foi encontrada ali, onde algo semelhante ao ser se manifesta imediatamente ao que questiona filosoficamente. Nós nos relacionamos com o ente, a ele nos reduzimos e nele nos perdemos, por ele somos dominados e possuídos [überwältigt und benommen]. Mas nós não nos relacionamos apenas com o ente, somos, ao mesmo tempo, nós mesmos, ente. Nós o somos e isto não de maneira indiferente, mas de tal maneira que justamente nosso próprio ser nos importa. É por isso que — prescindindo de outras razões — de certa maneira é sempre o próprio ser de quem questiona, o fio condutor, assim também no projeto da Monadologia. O que aí chega a se revelar certamente permanece inquestionado sob o ponto de vista ontológico.

A constante presença [Hinblick] do próprio ser-aí [Dasein  ], da constituição ontológica e do modo de ser do próprio eu [die Seinsverfassung   und Seinsart   des eigenen   Ich  ], dá a Leibniz o modelo para a unidade [Vorbild für die Einheit] que atribui a cada ente. Isto transparece em várias passagens. A clara visão com relação a este fio condutor é de importância decisiva para a compreensão da Monadologia. [MHeidegger:207; GA9  :84-85]