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Ästhetik

segunda-feira 3 de julho de 2023

A filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles elabora sem dúvida, reflexões sobre a essência da beleza e o modo de ser da arte. São reflexões que vão tomar-se paradigmáticas para toda evolução posterior da história. Mas não se trata de estética. Estética é coisa de moderno. Tem data marcada e certidão própria de nascimento. Supõe a experiência e o reino da correlação entre sujeito e objeto e suas peripécias. Experiência e reinado que, a partir do renascimento, vai pouco a pouco impondo-se por toda parte. No feito e no fado da modernidade, então, beleza e arte convergem para se identificarem. A arte transforma-se em fenômeno, toma-se beleza, a ponto de se chamarem belas artes. A identidade entre arte e beleza se expande na medida que os modernos entendem beleza e arte num sentido bem diferente da experiência originária dos gregos. O moderno realiza o [79] modo de ser sujeito e do sujeito. Belo remete para determinado tipo de emoção produzida nas vivências, sensações e sentimentos, por um fazer. Na estética acontece uma inversão e um deslocamento no vigor do belo que leva a experiência do nível do ser para o âmbito do fazer. O que antes era secundário, o fazer, toma-se agora principal e o principal de outrora, o ser, deserta o fazer. Na Grécia, o maravilhoso não é o extraordinário, mas o ordinário. O que provoca espanto e admiração é deixar o ser ecoar e bruxolear no e através do fazer. Por isso, o grande desafio é ser obra de arte. Na Idade Moderna, a inversão de ser e fazer chegou ao paroxismo do fazer. O grande desafio é não ser obra de arte, de vez que é o fazer que faz a arte. [Carneiro Leão]


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