Zimmerman (1982:102-103) – eu e temporalidade

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A temporalidade tridimensional é o sentido unificador do tríplice Ser do Dasein como cuidado (Sorge). Por isso, a temporalidade torna possível a unidade do ser humano. Mais fundamental do que o ego pessoal é a temporalidade que “se gera a si própria” (sich zeitigt). “A temporalidade gera-se a si mesma e, de fato, gera possíveis modos de si mesma. Estes tornam possível a multiplicidade do modo de ser do Dasein, e especialmente a possibilidade básica de existência autêntica ou inautêntica.” (SZ, 328/377) Como Heidegger disse em 1929: “Mais primordial que o homem é a finitude do Dasein nele.” (GA3, 207/237) Na passagem seguinte, Heidegger martela os seguintes temas interligados: o sujeito não é uma substância autofundante; o eu é uma forma de existir que se encontra sempre num contexto mundano; este contexto é constituído pela revelação temporal — o sentido do Ser do Dasein; o eu inautêntico carece de uma “posição” genuína porque foge da verdade; o eu autêntico é integrado e unificado porque resolve revelar-se como, e tornar-se da forma mais apropriada, a temporalidade que já é.

original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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