Vallin (EI:61-67) – constituição objetivante e desvelamento da essência objetiva

destaque

Se a subjetividade pode descobrir qualquer tipo de sentido ao nível de uma experiência que lhe é dada, este sentido não lhe deve ser estranho; a subjetividade deve, de uma forma ou de outra, participar no movimento espiritual que constitui o sentido enquanto tal. Assim, no empirismo tomista, por exemplo, há que admitir que o “intelecto agente”, capaz de extrair do sensível, por uma passagem da potência ao ato, o inteligível que este último contém em potência, participa de algum modo na Inteligência criadora de Deus que criou o ser ou o objeto sensível projetando, por assim dizer, a essência inteligível no plano da existência espácio-temporal (passagem da essência à substância). E podemos perguntar-nos se todo o empirismo, seja ele qual for, não estará, em última análise, inconscientemente dependente de uma perspectiva tão ambígua, que admite implicitamente uma participação da inteligência humana no “Verbo” transcendente, mas sem ir tão longe quanto as exigências de tal posição.

original

  1. Comme c’est précisément le cas pour la subjectivité temporaliste dont nous tentons ici d’analyser les diverses structures.[↩]
  2. Il ne s’agit pas ici de la transcendance en général du sujet vers l’objet, l’objet comme tel n’étant qu’une des modalités du réel (logique ou existant) vers laquelle peut se transcender la subjectivité temporaliste.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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