Taminiaux (1995b:195-199) – Édipo-Rei (II)

destaque

“Qual é então, qual é o homem, que compreende um Dasein mais domesticado e ajustado do que o necessário para se manter na aparência (Schein) para depois — como aparente (scheinender) — declinar (nomeadamente fora do se-tenir-franchement-debout-en soi-même)?” (GA40, 82; 120)

Que Heidegger comenta da seguinte forma: a aparência (das Scheinen) como um “desvio do ser (Abart des Seins) é a mesma coisa que a queda (das Verfallen). É um desvio do ser no sentido em que ser é estar de pé em si mesmo” (82; 120). Em outras palavras, a estrofe apela ao Dasein para que se domestique e se ajuste de tal modo que escape à aparência decadente para a qual está espontaneamente inclinado, e na qual existe em primeiro lugar, que se arranque à queda em que esse movimento consiste e que o faz desviar-se do seu ser autêntico. Por outras palavras, a questão colocada pelo coro é um convite a arrancar-se à inautenticidade da doxa — que Heidegger traduz por “aparência” (Schein) — para refundir no ser autêntico.

original

  1. Cf. notamment J.-P. Vernant, « Ambiguïté et renversement. Sur la structure énigmatique d’Œdipe-Roi », in J.-P. Vernant et P. Vidal-Naquet, Mythe et tragédie en Grèce ancienne, F. Maspero, Paris, 1981.[↩]
  2. Hannah Arendt, « Philosophy and politics », Social Research, vol. 57,1, 1990, p. 90.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress