SZ:398 – Abgrenzung – delimitação

Castilho

A imagem de Dilthey ainda hoje muito difundida é a seguinte: um intérprete “sutil” da história do espírito, em particular da história da literatura, que se empenha “também” na delimitação das ciências do espírito em face das ciências da natureza, atribuindo um papel privilegiado à história daquelas ciências do mesmo modo que à “psicologia” e que deixa o todo se diluir numa relativista “filosofia da vida”. Para uma consideração superficial esse “esboço” é correto. A “substância”, porém, lhe escapa, e a encobre mais do que descobre.

O trabalho de pesquisa de Dilthey pode ser esquematicamente dividido em três domínios: estudos sobre a teoria das ciências do espírito e sua delimitação diante das ciências da natureza; pesquisas sobre a história das ciências do homem, da sociedade e do Estado; esforços para conceber uma psicologia na qual se deveria exibir “o fato humano total”. Investigações em que teoria da ciência, história-da-ciência e investigações-hermenêutico-psicológicas (1075) se interpenetram e estão constantemente em interseção. Onde uma perspectiva prevalece, as outras também já entram como motivo ou como meio. O que parece uma discordância ou “prova” incerta e casual é, no entanto, efeito de uma inquietação elementar que tende para um único alvo: alcançar um entendimento filosófico da “vida”, assegurando-lhe um fundamento hermenêutico a partir da “vida ela mesma”. Tudo é centrado na “psicologia”, a qual deve entender a “vida” em seu encadeamento-de-desenvolvimento histórico e em seu encadeamento-de-efeito, como o modo pelo qual o homem é o possível objeto das ciências do espírito e, ao mesmo tempo, a raiz dessas ciências. A hermenêutica é a interpretação-de-si desse entendimento e só de forma derivada ela é metodologia do conhecimento-histórico. (p. 1075, 1077)

Vezin

Macquarrie

Original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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