SZ:270-271 – Gewissen – consciência

Schuback

Através da abertura, o ente que chamamos presença está na possibilidade de ser o seu pre. Com o seu mundo, ele é, numa primeira aproximação e na maior parte das vezes, uma presença para si mesmo, e isso de tal modo que, a partir do “mundo” das ocupações, (348) ele já abriu para si mesmo o poder-ser. O poder-ser em que a presença existe sempre já se entregou a determinadas possibilidades. E isso porque se trata de um ente lançado. Este estar-lançado acha-se aberto pela determinação da afinação do humor, de modo mais ou menos penetrante e claro. O compreender pertence, de forma igualmente originária, à disposição (humor). Por isso a presença “sabe” a quantas ela mesma anda na medida em que se projetou em possibilidades de si mesma ou, afundando-se no impessoal, recebeu da interpretação pública do impessoal as suas possibilidades. Essa recepção, no entanto, só é existencialmente possível porque a presença, enquanto ser-com em compreendendo, pode escutar os outros. Perdendo-se no teor público do impessoal e na sua falação, a presença, ao escutar o impessoalmente si mesmo, não dá ouvidos ao próprio de si mesma. Para a presença retirar-se da perdição em que não dá ouvidos — retirar-se por ela mesma — ela deve primeiro poder encontrar a si enquanto o que não deu ouvidos a si mesma, por ter dado ouvidos ao impessoal. Esse último dar ouvidos deve ser rompido, ou seja, a própria presença deve dar a si a possibilidade de uma escuta que o interrompa. A possibilidade dessa interrupção reside em ser interpelada sem mediação. Esse apelo rompe o dar ouvidos ao impessoal em que a presença não dá ouvidos quando, de acordo com seu próprio caráter, desperta uma escuta que, em tudo, se contrapõe à escuta perdida. Se este se caracteriza pelo “ruído” da ambiguidade múltipla e variada da falação cotidianamente “nova”, o apelo deve apelar sem ruído, sem ambiguidade, sem apoiar-se na curiosidade. O que assim apelando se dá a compreender é a consciência. (p. 348-349)

Castilho

Rivera

Vezin

Macquarrie & Robinson

Original

  1. (a) Ele imagina saber algo a respeito.[↩]
  2. (b) De onde provêm esse ouvir e poder-ouvir ? O ouvir sensível pelo ouvido é um modo dejectado de ter-conhecimento.[↩]
  3. Cree saberlo.[↩]
  4. ¿De dónde viene este oír y poder-oír? El oír sensible por el oído, como una manera arrojada de re-cibir (Hin-nehmen).[↩]
  5. Il s’imagine en savoir quelque chose.[↩]
  6. ‘Das Seinkönnen, als welches das Dasein existiert, hat sich je schon bestimmten Möglichkeiten überlassen.’[↩]
  7. ‘. . . sich selbst, das sich überhört hat und überhört im Hinhören auf das Man.’ In this passage, Heidegger has been exploiting three variations on the verb ‘hören’: ‘hören auf…’ (our ‘listen to . . .’), ‘überhören’ (‘fail to hear’), and ‘hinhören’ (‘listen away’). The verb ‘überhören’ has two quite distinct uses. It may mean the ‘hearing’ which a teacher does when he ‘hears’ a pupil recite his lesson; but it may also mean to ‘fail to hear’, even to ‘ignore’ what one hears. This is the meaning which Heidegger seems to have uppermost in mind; but perhaps he is also suggesting that when one is lost in the “they”, one ‘hears’ one’s own Self only in the manner of a perfunctory teacher who ‘hears’ a recitation without ‘really listening to it’. In ordinary German the verb ‘hinhören’ means hardly more than to ‘listen’; but Heidegger is emphasizing the prefix ‘hin-’, which suggests that one is listening to something other than oneself — listening away, in this case listening to the “they”. On other verbs of hearing and listening, see Section 34 above, especially H. 163 ff.[↩]
  8. ‘Dieses Hinhören muss gebrochen, das heisst es muss vom Dasein selbst die Möglichkeit eines Hörens gegeben werden, das jenes unterbricht.’[↩]
  9. ‘. . . zum verlorenen Hören …’ One might suspect that the ‘lost hearing’ is the hearing which one ‘loses’ by ‘failing to hear’; but Heidegger may mean rather the kind of hearing one does when one is lost in the “they” — ‘Überhören’ of one’s own Self and ‘Hinhören’ to the ‘they’.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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