- Schuback
- Castilho
- Macquarrie
- Vezin
- Original
Schuback
A totalidade existencial de toda a estrutura ontológica da presença deve ser, pois, apreendida formalmente na seguinte estrutura: o ser da presença diz anteceder-a-si-mesma-no-já-ser-em-(no mundo) como-ser-junto-a (os entes que vêm ao encontro dentro do mundo). Esse ser preenche o significado do termo cura, aqui utilizado do ponto de vista puramente ontológico-existencial. Fica excluída dessa significação toda tendência ôntica como cuidado ou descuido. (259)
Porque, em sua essência, o ser-no-mundo é cura, pode-se compreender, nas análises precedentes, o ser junto ao manual como ocupação e o ser como co-presença dos outros nos encontros dentro do mundo como preocupação. O ser-junto a é ocupação porque, enquanto modo de ser-em, determina-se por sua estrutura fundamental, que é a cura. A cura caracteriza não somente a existencialidade, separada da facticidade e decadência, como também abrange a unidade dessas determinações ontológicas. A cura não indica, portanto, primordial ou exclusivamente, uma atitude isolada do eu consigo mesmo. A expressão “cura de si mesmo”, de acordo com a analogia de ocupação e preocupação, seria uma tautologia. A cura não pode significar uma atitude especial para consigo mesma porque essa atitude já se caracteriza ontologicamente como anteceder-a-si-mesma; nessa determinação, porém, já se acham também colocados os outros dois momentos estruturais da cura, a saber, o já ser-em e o ser-junto a. (2006, p. 259-260)
Castilho
Portanto, a totalidade existenciária do todo-estrutural ontológico do Dasein deve ser formalmente apreendida na seguinte estrutura: o ser do Dasein significa: ser-adiantado-em-relação-a-si-em(-o-mundo) como ser-junto-(ao-ente-do-interior-do-mundo que vem-de-encontro). Esse ser preenche a significação do termo preocupação, empregado em sentido puramente ontológico-existenciário. Excluída dessa significação fica, assim, toda tendência-de-ser de preocupação e despreocupação de caráter ôntico.
Porque o ser-no-mundo é essencialmente preocupação é que nas análises precedentes se pôde apreender o ser junto ao ente utilizável como ocupação e o ser do Dasein-com com os outros do-interior-do-mundo que vêm-de-encontro, como preocupação-com-o-outro. O ser-junto-a… é ocupação porque, como modo do ser-em, é determinado por sua estrutura fundamental, a preocupação. A preocupação não caracteriza, por exemplo, só a existenciariedade, separada da factualidade e do decair, mas abrange a unidade dessas determinações-do-ser. A preocupação, por conseguinte, não designa primária e exclusivamente um comportamento isolado do eu em relação a si mesmo. A expressão “preocupação consigo mesmo”, por analogia com ocupação e com preocupação com-o-outro, seria uma tautologia. Preocupação não pode designar um comportamento particular em relação a si mesmo porque este comportamento já está ontologicamente caracterizado pelo ser-adiantado-em-relação-a-si; mas nessa determinação estão postos juntos também os dois outros momentos estruturais da preocupação, a saber, o já-ser-em… e o ser-junto-a… (p. 539)
Macquarrie
The formally existential totality of Dasein’s ontological structural whole must therefore be grasped in the following structure: the Being of Dasein means ahead-of-itself-Being-already-in- (the-world) as Being-alongside (entities encountered within-the-world). This Being fills in the signification of the term “care” (Sorge), which is used in a purely ontologico-existential manner. From this signification every tendency of Being which one might have in mind ontically, such as worry (Besorgnis) or carefreeness (Sorglosigkeit), is ruled out.
Because Being-in-the-world is essentially care, Being-alongside the [SZ:193] ready-to-hand could be taken in our previous analyses as concern, and Being with the Dasein-with of Others as we encounter it within-the-world could be taken as solicitude. Being-alongside something is concern, because it is defined as a way of Being-in by its basic structure — care.
Care does not characterize just existentiality, let us say, as detached from facticity and falling; on the contrary, it embraces the unity of these ways in which Being may be characterized. So neither does “care” stand primarily and exclusively for an isolated attitude of the “I” towards itself. If one were to construct the expression ‘care for oneself’ [“Selbstsorge”], following the analogy of “concern” (Besorgen) and “solicitude” (Fürsorge), this would be a tautology. “Care” cannot stand for some special attitude towards the Self; for the Self has already been characterized ontologically by “Being-ahead-of-itself”, a characteristic in which the other two items in the structure of care — Being-already-in . . . and Being-alongside . . . — have been posited as well (mitgesetzt). (p. 237)
Vezin
L’entièreté existentiale du tout structuré ontologique du Dasein doit donc, si on la prend formellement, être saisie dans la structure suivante : l’être du Dasein s’énonce en toutes lettres : être-en-avance-sur-soi-déjà-au (monde) comme être-après (l’étant se rencontrant à l’intérieur du monde). Cet être donne alors au terme souci, dont l’emploi est purement ontologique existential, sa pleine signification. Dont on exclura toute tendance d’être, prise ontiquement, telle que la crainte ou aussi bien l’insouciance.
[
SZ:193] C’est parce que l’être-au-monde est essentiellement souci (Sorge) que, dans les précédentes analyses, l’être après l’utilisable a été saisi comme préoccupation (
Besorgen), l’être en compagnie de la coexistence des autres se rencontrant à l’intérieur du
monde comme souci mutuel (
Fürsorge), L’être-après… est préoccupation parce qu’en tant que variété de l’être-au, il se détermine par la structure fondamentale de celui-ci, le souci. Le souci ne caractérise pas éventuellement que l’existentialité, indépendamment de la factivité et du dévalement, au contraire il embrasse dans leur unité ces déterminations d’être. Souci ne veut donc pas non plus dire par priorité et exclusivement un comportement isolé du je à l’égard de lui-même. L’expression « souci de soi » par
analogie avec préoccupation et souci mutuel serait une tautologie. Souci ne peut pas vouloir dire un comportement particulier à l’égard de soi-même, parce que le soi est déjà caractérisé ontologiquement par l’être-en-avance-sur-soi; mais dans cette détermination les deux autres moments structuraux du souci, l’être-déjà-au… et l’être-après sont eux aussi inséparablement posés. (p. 241)
Original
Die formal existenziale Ganzheit des ontologischen Strukturganzen des Daseins muß daher in folgender Struktur gefaßt werden: Das Sein des Daseins besagt: Sich-vorweg-schon-sein-in-(der-Welt-) als Sein-bei (innerweltlich begegnendem Seienden). Dieses Sein erfüllt die Bedeutung des Titels Sorge, der rein ontologisch-existenzial gebraucht wird. Ausgeschlossen bleibt aus der Bedeutung jede ontisch gemeinte Seinstendenz wie Besorgnis, bzw. Sorglosigkeit.
(193) Weil das In-der-Welt-sein wesenhaft Sorge ist, deshalb konnte in den voranstehenden Analysen das Sein bei dem Zuhandenen als Besorgen, das Sein mit dem innerweltlich begegnenden Mitdasein Anderer als Fürsorge gefaßt werden. Das Sein-bei… ist Besorgen, weil es als Weise des In-Seins durch dessen Grundstruktur, die Sorge, bestimmt wird. Die Sorge charakterisiert nicht etwa nur Existenzialität, abgelöst von Faktizität und Verfallen, sondern umgreift die Einheit dieser Seinsbestimmungen. Sorge meint daher auch nicht primär und ausschließlich ein isoliertes Verhalten des Ich zu ihm selbst. Der Ausdruck »Selbstsorge« nach der Analogie von Besorgen und Fürsorge wäre eine Tautologie. Sorge kann nicht ein besonderes Verhalten zum Selbst meinen, weil dieses ontologisch schon durch das Sich-vorweg-sein charakterisiert ist; in dieser Bestimmung sind aber auch die beiden anderen strukturalen Momente der Sorge, das Schon-sein-in … und das Sein-bei… mitgesetzt. (p. 192-193)