SZ:14 – Seele – alma

Schuback

Já cedo percebeu-se o primado ôntico-ontológico da presença, embora não se tenha apreendido a presença em sua estrutura ontológica genuína nem se tenha problematizado a presença nesse sentido. Aristóteles diz1, “a alma (do homem) é, de certo modo, todo ente”; a “alma”, que constitui o ser do homem, descobre, em seus modos de ser, todo ente naquilo que ele é e como ele é, ou seja, descobre sempre todo ente em seu ser. Esta frase, que remonta à tese ontológica de Parmênides, foi citada por Tomás de Aquino numa discussão característica. Para derivar os “transcendentais”, isto é, os caracteres do ser que estão muito além de toda determinação possível de conteúdo genérico de um ente, portanto, de todo modus specialis entis, e que convêm necessariamente a tudo, o que quer que seja, é preciso demonstrar também o verum como esse transcendens. Santo Tomás o faz recorrendo a um ente que, em seu modo de ser, tem a propriedade de “convir” a todo e qualquer ente. Esse ente privilegiado, o ens quod natum est convenire cum omni ente, é a alma (anima)2. O primado da presença frente a qualquer outro ente que aqui se apresenta, embora ainda não esclarecido do ponto de vista ontológico, nada tem em comum com uma má subjetivação da totalidade dos entes. (p. 50)

Vezin

Macquarrie

Original

  1. Aristóteles, De anima, G 8, 431 b 21, d. idem 5, 430 a 14s.[↩]
  2. Tomás de Aquino, Quaestiones de veritate, qu. I, art. 1 c, cf., no opúsculo “De natura generis”, a dedução dos transcendentais em parte diversa e mais rigorosa do que aquela aqui mencionada.[↩]
  3. De Anima, Γ 8, 431b 21, cf. ibid., 5, 430a 14sqq.[↩]
  4. Quaestiones de veritate qu. I, a. 1c, à comparer avec une «déduction» des transcendantaux dont la démarche est, par certains côtés, plus rigoureuse et s’écarte sensiblement de celle qui a été mentionnée et qu’on trouve dans l’opuscule De natura generis.[↩]
  5. De anima Γ 8, 431 b 21, vgl. ib. 5, 430 a 14 sqq.[↩]
  6. Quaestiones de veritate qu. I a l e, vgl. die z. T. strengere und von der genannten abweichende Durchführung einer »Deduktion« der Transzendentien in dem Opusculum »de natura generis«.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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