SZ (STMS) – ser da presença (Dasein)

Sein des Daseins

O ser da presença (Dasein) tem o seu sentido na temporalidade. STMS: ET6

Não se deve, porém, tomar a cotidianidade mediana da presença (Dasein) como um simples “aspecto”. Pois a estrutura da existencialidade está incluída a priori na cotidianidade e até mesmo em seu modo impróprio. De certa forma, nele está igualmente em jogo o ser da presença (Dasein), com o qual ela se comporta e relaciona no modo da cotidianidade mediana, mesmo que seja apenas fugindo e se esquecendo dele. STMS: ET9

O que, no entanto, constitui um obstáculo e desvia a questão fundamental do ser da presença (Dasein) é a orientação corrente pela antropologia cristã da Antiguidade. STMS: ET10

O ser-em é, pois, a expressão formal e existencial do ser da presença (Dasein) (NH: mas não do ser em geral e nem mesmo do próprio ser – pura e simplesmente) que possui a constituição essencial de ser-no-mundo. STMS: ET12

Nestas análises, trata-se de ver uma estrutura originária do ser da presença (Dasein), cujo conteúdo fenomenal deve ser articulado pelos conceitos de ser. STMS: ET12

Esta escolha não foi feita porque a presença (Dasein) é, em primeiro lugar e em larga escala, “prática” e econômica, mas porque o ser da presença (Dasein) deve tornar-se visível em si mesmo como cura. STMS: ET12

Para resolvê-lo é imprescindível determinar, primeiro, de maneira suficiente e ontológica, o ser da presença (Dasein). STMS: ET12

Se perguntarmos, agora, o que se mostra nos dados fenomenais do próprio conhecimento, deve-se admitir que o conhecer em si mesmo se funda previamente num já-ser-junto-ao-mundo, no qual o ser da presença (Dasein) se constitui de modo essencial. STMS: ET13

Será o “mundo” um caráter do ser da presença (Dasein)? Toda presença (Dasein) não terá sempre seu mundo? Mas com isso “mundo” não seria algo “subjetivo”? Como, então, seria possível um mundo “comum” “em” que nós, sem dúvida, somos e estamos? E quando se coloca a questão do “mundo”, que mundo está subentendido? Nem este e nem aquele, e sim a mundanidade do mundo em geral. STMS: ET14

Em virtude (134) de”, porém, sempre diz respeito ao ser da presença (Dasein), uma vez que, sendo, está essencialmente em jogo seu próprio ser. STMS: ET18

Nesse primeiro momento, não se deve aprofundar o contexto indicado que conduz da estrutura da conjuntura para o ser da presença (Dasein) enquanto função única e própria. STMS: ET18

Se o ser-com constitui existencialmente o ser-no-mundo, ele deve poder ser interpretado pelo fenômeno da cura, da mesma forma que o modo de lidar da circunvisão com o manual intramundano que, previamente, concebemos como ocupação. Pois esse fenômeno determina o ser da presença (Dasein) em geral (cf cap VI desta seção). O caráter ontológico da ocupação não é próprio do ser-com, embora esse modo de ser seja um ser para os entes que vem ao encontro dentro do mundo como ocupação. O ente, com o qual a presença (Dasein) se relaciona enquanto ser-com, também não possui o modo de ser do instrumento à mão, pois ele mesmo é presença (Dasein). Desse ente não se ocupa, com ele se preocupa.(177) STMS: ET26

O contexto referencial da significância ancora-se no ser da presença (Dasein) para o seu ser mais próprio, a ponto de, essencialmente, não poder ter nenhuma conjuntura, sendo o ser em virtude do qual a própria presença (Dasein) é como é. STMS: ET26

De acordo com a análise aqui desenvolvida, o ser com os outros pertence ao ser da presença (Dasein) que, sendo, põe em jogo seu próprio ser. STMS: ET26

A pressuposição dessa argumentação de que o ser da presença (Dasein) é para si mesmo o ser para um outro não é justa. STMS: ET26

Ele já está sendo, enquanto ser-com, o ser da presença (Dasein). STMS: ET26

O arbítrio dos outros dispõe sobre as possibilidades cotidianas de ser da presença (Dasein). STMS: ET27

A sua meta mais imediata consiste em relevar fenomenalmente a estrutura unitária e originária do ser da presença (Dasein) que determina ontologicamente suas possibilidades e modos “de ser”. STMS: ET28

E justamente na cotidianidade mais indiferente e inocente, o ser da presença (Dasein) pode irromper na nudez (193) de “que é e (comporta um) ter de ser”. STMS: ET29

Interpretando o compreender como um existencial (NH: de modo ontológico-fundamental, isto é, a partir da remissão da verdade de ser) fundamental, mostra-se que esse fenômeno é concebido como modo fundamental de ser da presença (Dasein). STMS: ET31

Compreender é o ser desse poder-ser, que nunca está ausente no sentido de algo que simplesmente ainda não foi dado, mas que, na qualidade essencial de nunca ser simplesmente dado, “é “ junto com o ser da presença (Dasein), no sentido de existência. STMS: ET31

O compreender projeta o ser da presença (Dasein) para o seu em virtude de e isso de maneira tão originária como para a significância, entendida como mundanidade de seu mundo. STMS: ET31

A abertura do ser em geral (NH: como ela está aí e o que significa ser?) consiste na projeção do ser da presença (Dasein) para o em virtude de e para a significância (mundo). STMS: ET31

Mas não será que, com a explicação da constituição existencial do ser do pre (das Da), no sentido do projeto projetado, o ser da presença (Dasein) se torna ainda mais enigmático? Com efeito. STMS: ET31

Se junto com o ser da presença (Dasein) o ente intramundano também se descobre, isto é, chega a uma compreensão, dizemos que ele tem sentido. STMS: ET32

Essa ambiguidade não se estende apenas ao mundo mas, também, à convivência como tal e até mesmo ao ser da presença (Dasein) para consigo mesma. STMS: ET37

Deve-se conceber esse não-ser como o modo mais próximo de ser da presença (Dasein), o modo em que, na maioria das vezes, ela se mantém. STMS: ET38

Enquanto ser-no-mundo fático, a presença (Dasein), na decadência, já decaiu de si mesma; mas não decaiu em algo ôntico com o que ela se deparou ou não se deparou no curso de seu ser, e sim no mundo que, em si mesmo, pertence ao ser da presença (Dasein). STMS: ET38

Com esta análise, liberou-se a totalidade da constituição existencial da presença (Dasein) em seus traços fundamentais, adquirindo-se a base fenomenal para uma interpretação “de conjunto” do ser da presença (Dasein) como cura. ( STMS: ET38

Será possível apreender esse todo estrutural da cotidianidade da presença (Dasein) em sua totalidade? Será que o ser da presença (Dasein) se deixa explicitar numa unidade a ponto de, partindo-se dele, tornar compreensível a originariedade igualmente essencial das estruturas indicadas juntamente com as possibilidades de modificação existencial que lhe pertencem? No solo do ponto de partida da analítica existencial existirá um caminho que alcance fenomenalmente esse ser? Negativamente, está fora de questão: a totalidade do todo estrutural não pode ser alcançada fenomenalmente mediante uma montagem de elementos. STMS: ET39

O ser da presença (Dasein), que sustenta ontologicamente o todo estrutural, torna-se acessível num olhar completo que perpassa esse todo no sentido de um fenômeno originariamente unitário, que já se dá no todo, de modo a fundar ontologicamente cada momento estrutural em sua possibilidade. STMS: ET39

Por outro lado ainda, o ser da presença (Dasein) não deve ser deduzido de uma ideia de homem. STMS: ET39

Por isso, a fim de cumprir a tarefa preliminar de explicitação do ser da presença (Dasein), ela deve buscar uma das possibilidades de abertura mais abrangentes e mais originárias dentro da própria presença (Dasein). STMS: ET39

Porque, na tradição, a problemática ontológica compreendeu primariamente o ser no sentido de ser simplesmente dado (“realidade”, “mundo”-real) e, por outro lado, o ser da presença (Dasein) permaneceu indeterminado do ponto de vista ontológico, é preciso discutir o nexo ontológico entre cura, mundanidade, manualidade e ser simplesmente dado (realidade). STMS: ET39

Desse modo, a conclusão da análise fundamental preparatória da presença (Dasein) possui como tema: a disposição fundamental da angústia como abertura privilegiada da presença (Dasein) (ET40), o ser da presença (Dasein) como cura (ET41), a confirmação da interpretação existencial da presença (Dasein) como cura a partir da própria interpretação pré-ontológica da presença (Dasein) (ET42), presença (Dasein), mundanidade e realidade (ET43), presença (Dasein), abertura e verdade (ET44). STMS: ET39

A possibilidade de se chegar ao ser da presença (Dasein), interpretando-se numa repetição e num acompanhamento o compreender dado na disposição, cresce ainda mais quanto mais originário for o fenômeno que funciona metodologicamente como disposição de abertura. STMS: ET40

Do ponto de vista ontológico, porém, ele pertence essencialmente ao ser da presença (Dasein) como ser-no-mundo. STMS: ET40

A totalidade existencial de toda a estrutura ontológica da presença (Dasein) deve ser, pois, apreendida formalmente na seguinte estrutura: o ser da presença (Dasein) diz anteceder-a-si-mesma-no-já-ser-em-(no mundo) como-ser-junto-a (os entes que vêm ao encontro dentro do mundo). STMS: ET41

Por fim, há de se mostrar que a ideia de ser é tão pouco “simples” como o ser da presença (Dasein). STMS: ET41

A explicação do ser da presença (Dasein) como cura não força o ser da presença (Dasein) a se enquadrar numa ideia inventada, mas nos permite conceituar existencialmente o que já se abriu de modo ôntico-existenciário. STMS: ET41

Nas interpretações precedentes que conduziram, em última instância, à exposição da cura como ser da presença (Dasein), tudo buscava conquistar os fundamentos ontológicos adequados para o ente que nós mesmos somos e que chamamos de “homem”. STMS: ET42

Ademais, deve-se observar que o ser da presença (Dasein) se caracteriza pela historicidade que, de todo modo, só deve ser comprovada ontologicamente. STMS: ET42

No entanto, com o ser da presença (Dasein), o mundo já se abriu de modo essencial; com a abertura de mundo, já se descobriu o “mundo”. STMS: ET43

Do ponto de vista ontológico, ser-no-mundo está imbricado na totalidade estrutural de ser da presença (Dasein), caracterizada como cura. STMS: ET43

Que a realidade se funda ontologicamente no ser da presença (Dasein), isso não pode significar que o real só poderá ser em si mesmo aquilo que é se e enquanto existir a presença (Dasein). STMS: ET43

Juntamente com o ser da presença (Dasein) e a sua abertura se dá, de maneira igualmente originária, a descoberta dos entes intramundanos. STMS: ET44

A própria compreensão (296) de ser da presença (Dasein) que, de início, predomina e que, ainda hoje, não foi superada em seus fundamentos e explicitação, encobre o fenômeno originário da verdade. STMS: ET44

Porque esse pressupor a si mesmo pertence ao ser da presença (Dasein), “nós” devemos pressupor também a “nós” como algo que se determina pela abertura. STMS: ET44

Esse “pressupor” radicado no ser da presença (Dasein) não se comporta com os entes não dotados do caráter de presença (Dasein), mas unicamente consigo mesmo. STMS: ET44

Mas será que com o fenômeno da cura é e está aberta a constituição ontológico-existencial mais originária da presença (Dasein)? Será que a multiplicidade estrutural, que se encontra no fenômeno da cura, oferece a totalidade mais originária do ser da presença (Dasein) fática? Será que a investigação feita até aqui já permitiu ver o todo da presença (Dasein)? (302) O que se conquistou e o que se busca na análise preparatória da presença (Dasein)? O que achamos foi a constituição fundamental desse ente tematizado, isto é, o ser-no-mundo, cujas estruturas essenciais estão centradas na abertura. STMS: ET44

O que se conquistou e o que se busca na análise preparatória da presença (Dasein)? O que achamos foi a constituição fundamental desse ente tematizado, isto é, o ser-no-mundo, cujas estruturas essenciais estão centradas na abertura. A totalidade desse todo estrutural desvelou-se como cura. Nela encontra-se inserido o ser da presença (Dasein). A análise desse ser tomou como fio condutor a existência que, numa concepção prévia, foi determinada como essência da presença. Enunciado formalmente, isso significa: enquanto poder-ser que compreende, a presença (Dasein) é o que, sendo, está em jogo como seu próprio ser. O ente, que desse modo está sendo, é sempre eu mesmo. A elaboração do fenômeno da cura permitiu vislumbrar a constituição concreta da existência, ou seja, em seu nexo igualmente originário com a facticidade e a decadência da presença (Dasein). STMS: ET45

Será que a análise existencial da presença (Dasein), anteriormente realizada, nasceu de uma tal situação hermenêutica, capaz de garantir a originariedade exigida pela ontologia fundamental? Do resultado obtido – o ser da presença (Dasein) é a cura – pode-se passar para a questão da unidade originária desse todo estrutural? Como é a visão prévia que, até aqui, orientou o procedimento ontológico? Determinamos a ideia de existência como o poder-ser que compreende, e onde está em jogo seu próprio ser. STMS: ET45

E, se a existência determina o ser da presença (Dasein) e o poder-ser também constitui (NH: simultaneamente o já ser) sua essência, então a presença (Dasein), enquanto existir, deve, em podendo ser, ainda não ser alguma coisa. STMS: ET45

Se a interpretação do ser da presença (Dasein), enquanto fundamento da elaboração da questão ontológica fundamental, deve ser originária, ela deve trazer à luz, de modo preliminar e existencial, o ser da presença (Dasein) em sua possível propriedade e totalidade. STMS: ET45

A totalidade das estruturas do ser da presença (Dasein) articuladas na cura só se tornará existencialmente compreensível a partir da temporalidade. STMS: ET45

Não será, então, a leitura da totalidade ontológica do ser da presença (Dasein) uma empresa impossível? Não se pode eliminar o “anteceder-a-si-mesmo” enquanto momento essencial da estrutura de cura. STMS: ET46

Com isso, explicitam-se os caracteres fundamentais do ser da presença (Dasein): no anteceder-a-si-mesma, a existência, no já-ser-em…, a facticidade, no ser-junto-a, a decadência. STMS: ET50

Se, portanto, a morte pertence, num sentido privilegiado, ao ser da presença (Dasein), ela (e o ser-para-o-fim) devem poder ser determinados por esses caracteres. STMS: ET50

Pertencendo originária e essencialmente ao ser da presença (Dasein), o ser-para-a-morte deve também ser comprovado na cotidianidade embora numa primeira aproximação, de maneira imprópria. STMS: ET50

Nessa determinação “crítica” da certeza da morte e de seu caráter impendente, revela-se numa primeira aproximação mais uma vez o seu desconhecimento a respeito do ser da presença (Dasein), característico da cotidianidade e do ser-para-a-morte que lhe pertence. STMS: ET52

O ser para essa possibilidade abre à presença (Dasein) o seu poder-ser mais próprio, em que sempre está em jogo o próprio ser da presença (Dasein). STMS: ET53

E caso esse testemunho “se dê a compreender” para a presença (Dasein) em sua existência própria e possível, então ele deve ter suas raízes no ser da presença (Dasein). STMS: ET54

Será que esses falsos “esclarecimentos” não se devem, em última instância, a que, já na fixação do dado fenomenal do apelo, se parte de uma visão demasiado curta? Não se estará implicitamente pressupondo a presença (Dasein) segundo uma determinação ou indeterminação ontológica acidental? Por que buscar informações junto a poderes estranhos antes de se certificar se, no ponto de partida da análise, não se terá avaliado muito por baixo o ser da presença (Dasein), tomando-o como um sujeito inocente, que ocorre de algum modo e é provido de uma consciência (Bewusstsein) pessoal? Na interpretação do quem apela enquanto poder – que mundanamente é “ninguém” – parece subsistir, no entanto, o reconhecimento despreconceituoso de um “dado objetivo”. STMS: ET57

Se a (358) própria presença (Dasein) é em si mesma sempre ao mesmo tempo quem apela e o interpelado, então quando não se dá ouvidos ao apelo, quando não se dá ouvidos a si, está em jogo um modo determinado de ser da presença (Dasein). STMS: ET57

Se, no entanto, a própria presença (Dasein) se endereça a si como “estando em dívida”, de onde provém a ideia de dívida senão da interpretação do ser da presença (Dasein)? Mas, novamente, apresenta-se a questão: Quem diz que somos e estamos em dívida e o que significa dívida? A ideia de dívida não pode surgir arbitrariamente e ser imposta à presença (Dasein). STMS: ET58

Será que no ser da presença (Dasein) como tal subsiste algo que, na interpretação imprópria, é compreendido como “dívida”, de tal modo que, existindo faticamente, também já se é e está em dívida? O recurso à “dívida” ouvido unanimemente ainda não é a resposta para a pergunta do sentido existencial do que no apelo se apela. STMS: ET58

Será que isso pode ser demonstrado no ser da presença (Dasein)? Como isso é existencialmente possível? O ser da presença (Dasein) é a cura. STMS: ET58

Nada não significa, em absoluto, não ser simplesmente dado, não subsistir, mas o não constitutivo desse ser da presença (Dasein), de seu estar-lançado. STMS: ET58

A cura – o ser da presença (Dasein) – enquanto projeto lançado diz, por conseguinte: o ser-fundamento (nulo) de um nada. STMS: ET58

A consciência revela-se, portanto, como testemunho pertencente ao ser da presença (Dasein) onde ela apela a si mesma em seu poder-ser mais próprio. STMS: ET58

Desse modo, no que respeita ao modo vulgar de ser da presença (Dasein), nada garante que se tenha conquistado um horizonte ontológico adequado para a interpretação e para a teoria da consciência que dela surgem. STMS: ET59

O que a interpretação vulgar objetaria à interpretação da consciência como o fazer apelo da cura em seu ser e estar em dívida resume-se nos seguintes pontos: 1) A consciência possui, essencialmente, uma função crítica; 2) A consciência fala sempre com relação a um determinado ato realizado ou desejado; 3) Do ponto de (370) vista da experiência, a “voz” nunca está tão enraizada no ser da presença (Dasein); 4) A interpretação não levou em conta as formas fundamentais do fenômeno, quais sejam, a “má” e a “boa” consciência, a que “censura” e a que “adverte”. STMS: ET59

A cura, porém, no sentido de preocupação em ocupações, abrange o ser da presença (Dasein) de modo tão originário e total que já se deve pressupor como o todo, em qualquer distinção entre atitude prática e teórica. STMS: ET60

Este pertence ao ser da presença (Dasein) e significa o ser-fundamento nulo de um nada. STMS: ET62

A “dívida” inerente ao ser da presença (Dasein) não admite aumento e nem diminuição. STMS: ET62

O ser e estar em dívida pertence ao próprio ser da presença (Dasein) que determinamos, primariamente, como poder-ser. STMS: ET62

Porque pertence ao ser da presença (Dasein), deve-se conceber o ser e estar em dívida como poder-ser e estar em dívida. STMS: ET62

O nada que originariamente domina o ser da presença (Dasein) se lhe desvela no ser-para-a-morte próprio. STMS: ET62

O antecipar revela o ser e estar em dívida a partir do fundamento de todo o ser da presença (Dasein). STMS: ET62

Se com esse fenômeno chegou-se a encontrar um modo (392) de ser da presença (Dasein) em que ela se coloca diante de si e para si, então, para a interpretação cotidiana e comum do impessoal, ele deve permanecer incompreensível, tanto ôntica quanto ontologicamente. STMS: ET62

A auto-interpretação pertence ao ser da presença (Dasein). STMS: ET63

Mas não deverá ela justificar a si mesma no que tange às possibilidades existenciárias com as quais ela oferece um solo ôntico para a interpretação ontológica? Se, de modo essencial, o ser da presença (Dasein) é poder-ser e ser-livre para as suas possibilidades mais próprias, e se ele só existe na liberdade e não-liberdade para estas possibilidades, poderá então a interpretação ontológica basear-se em outras possibilidades senão as ônticas (modos de poder-ser) e projetá-las sobre a sua possibilidade ontológica? E se, na maior parte das vezes, a presença (Dasein) se interpreta a partir da perdição no “mundo” das ocupações? Nesse caso, a determinação das possibilidades ôntico-existenciárias, conquistada em contracorrente à perdição, e a análise existencial que nelas se funda não constituiriam o modo de abertura adequado a esse ente? A violência do STMS: ET63

O argumento do “círculo” do compreender exprime um duplo desconhecimento: 1) Que o próprio compreender constitui um modo fundamental do ser da presença (Dasein). STMS: ET63

A unidade dos momentos constitutivos da cura, existencialidade (NH: existência: 1) para todo o ser da presença (Dasein); 2) somente para o “compreender”), facticidade e decadência, possibilitou uma primeira delimitação ontológica da totalidade do todo estrutural da presença (Dasein). STMS: ET64

O si-mesmo só pode ser lido existencialmente no poder-ser si-mesmo em sentido próprio, ou seja, na propriedade do ser da presença (Dasein) como cura. STMS: ET64

É na visão concentrada de ambas em uma compreensão existencial que se deve liberar o sentido ontológico do ser da presença (Dasein). STMS: ET65

O projetado é o ser da presença (Dasein) e este enquanto o aberto no poder-ser todo em sentido próprio, que o constitui. STMS: ET65

O que possibilita o ser da presença (Dasein) é, com isso, sua existência fática? No projeto existencial originário da existência, o projetado desvelou-se como decisão antecipadora (NH: equívoco: aqui se confundem projeto existenciário e transposição existencial para o projeto). STMS: ET65

Se, ao ser da presença (Dasein), pertence o ser-para-a-morte, próprio ou impróprio, este então só é possível como porvindouro, no sentido agora indicado e que ainda deve ser determinado de forma mais precisa. “ STMS: ET65

É, pois, no horizonte do ser dos entes não dotados do caráter de presença (Dasein), ou seja, do que meramente “subsiste”, nem mesmo sendo dado ou à mão, que o ser da presença (Dasein) recebe sua transparência ontológica abrangente. STMS: ET66

A origem ontológica do ser da presença (Dasein) não é “inferior” ao que dela surge. STMS: ET67

Existencialmente, só é possível colocar-se diante desse que (se é) do próprio estar-lançado – seja desvelando com propriedade ou encobrindo com impropriedade – quando o ser da presença (Dasein), de acordo com seu sentido, é constantemente o vigor de ter sido. STMS: ET68

É justamente quando se toma a ocupação “prática” como o modo primário e predominante de ser da presença (Dasein) que a “teoria” deve sua possibilidade ontológica à falta da práxis, ou seja, a uma privação. STMS: ET69

E se, por fim, o ser da presença (Dasein) se funda na temporalidade, esta deve, pois, possibilitar o ser-no-mundo e, com ele, a transcendência da presença (Dasein) que, por sua vez, inclui o ser em ocupação, seja teórico ou prático, junto aos entes intramundanos. STMS: ET69

Determinamos o ser da presença (Dasein) como cura. STMS: ET69

Mas, no fundo, o termo cotidianidade nada mais pretende indicar do que a temporalidade que possibilita o ser da presença (Dasein). STMS: ET71

No ser da presença (Dasein), já subsiste um “entre” que remete a nascimento e morte. STMS: ET72

Estes dois “fins” e o seu “entre” são apenas na medida em que a presença (Dasein) existe faticamente, e apenas são na única maneira possível, isto é, com base no ser da presença (Dasein) enquanto cura. STMS: ET72

Como se há de determinar este caráter de acontecer? Será o acontecer uma sequência de processos, uma alternância de aparecimento e desaparecimento de dados? De que maneira esse acontecer da história pertence à presença (Dasein)? Será que a presença (Dasein) de fato é primeiro “algo simplesmente dado” para depois, oportunamente, entrar “numa história”? Será que a presença (Dasein) só se torna histórica, enredando-se em circunstâncias e dados? Ou será que o ser da presença (Dasein) se constitui, primeiramente, pelo acontecer, de tal modo que somente porque a presença (Dasein) é, em seu ser, histórica é que circunstâncias, dados e envios se tornam ontologicamente possíveis? Por que, na caracterização “temporal” da presença (Dasein), que acontece “no tempo”, justamente o passado é que possui uma função acentuada? Se a história pertence ao ser da presença (Dasein), e esse ser funda-se na temporalidade, então a análise existencial da historicidade deve começar com as características do que é histórico, que possuem, visivelmente, um sentido temporal. STMS: ET73

Delimitou-se o ser da presença (Dasein) como cura. STMS: ET74

Se a historicidade pertence ao ser da presença (Dasein), então o existir impróprio também deve ser histórico. STMS: ET74

Se o ser da presença (Dasein) é, fundamentalmente, histórico, então é manifesto que toda ciência dos fatos está presa a esse acontecer. STMS: ET76

Como o ser da presença (Dasein) é histórico, ou seja, com base na temporalidade ekstática e horizontal, já está aberto em seu vigor de ter sido, tem caminho livre a tematização do “passado” em geral, que pode cumprir-se na existência. STMS: ET76

497) Para se comprovar que e como a temporalidade constitui o ser da presença (Dasein), mostrou-se o seguinte: enquanto constituição ontológica da existência, a historicidade é, “no fundo”, temporalidade. STMS: ET78

O ser da presença (Dasein) é a cura. STMS: ET80

Onde, porém, se funda esse nivelamento do tempo do mundo e encobrimento da temporalidade? No próprio ser da presença (Dasein) que, à guisa de preparação, interpretamos como cura. STMS: ET81

Desse modo, antes da liberação da temporalidade, o que a analítica existencial preparatória da presença (Dasein) aprontou foi reconduzido à estrutura originária da totalidade do ser da presença (Dasein), isto é, à temporalidade. STMS: ET83

Sem dúvida, esta tese não tem o valor de um dogma, mas de uma formulação do problema fundamental ainda “velado”, a saber: Pode-se fundamentar ontologicamente a ontologia ou será que ela também necessita de um fundamento ôntico? E que ente deve assumir a função fundamentadora? Por mais elucidadora que possa parecer a diferença entre o ser da presença (Dasein) que existe e o ser dos entes não dotados do caráter de presença (Dasein) (ser simplesmente dado, por exemplo), ela não passa de um ponto de partida da problemática ontológica. STMS: ET83

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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