ser-no-tempo

Por outro lado, Aristóteles acentua: [citação em grego] (Física 4, 12; 221b3ss.): “Aquilo que é sempre, na medida em que é sempre, não é no tempo.” [citação em grego] (idem), “ele não sofre nenhum efeito do tempo”, ele é imutável. E, contudo, Aristóteles também afirma que precisamente o céu é o eterno [Himmel das Ewige], aion; e, em verdade, no sentido da sempiternitas, não da aeternitas. Aqui, Física 4, 12, em contrapartida, ele diz que os aei onta (entes que são sempre) não estão no tempo. Todavia, Aristóteles oferece uma explicação exata daquilo que ele compreende por “ser-no-tempo” [In-der-Zeit-Sein]. “Ser-no-tempo” significa: [citação em grego] (cf. b5), “ser medido por meio do tempo em relação ao ser”. Não se trata, portanto, em Aristóteles, de um conceito arbitrário e mediano de “no tempo”. Ao contrário, tudo aquilo que é medido por meio do tempo é no tempo. Algo é medido por meio do tempo, contudo, na medida em que seus “agoras” [Jetzte] são determinados: agora e agora na sucessão. No entanto, para aquilo que é sempre, para aquilo que é constantemente no agora [Jetzt], seus “agoras” são inúmeros, ilimitados, apeiron. Como os “agoras” finitos do aidion (eterno) não são mensuráveis, ο aidion, o eterno, não está no tempo. Com isso, porém, ele não se mostra como “supratemporal” em nosso sentido. O que não é “no tempo” ainda é, falando aristotelicamente, “temporal”, isto é, ele é [35] determinado a partir do tempo – assim como ο aidion, que não é no tempo, é determinado pelo apeiron (ilimitado) dos “agoras”. [GA19MAC:34-35]