Patocka (1992:15-17) – physis

destaque

A φύσις, segundo o entendimento grego, o mundo, não é originalmente um conjunto de coisas, mas um devir, um grande drama do qual também nós fazemos parte, não como espectadores, mas no sentido em que nós próprios, tal como as coisas, somos utilizados e consumidos neste processo. O emergir da noite do não-ser, a união que cria entre o nascimento e a morte um espaço encoberto onde os entes ligados pela dependência recíproca dão lugar uns aos outros e voltam a suprimir-se, este drama primordial, este proto-movimento e processo original, é o modo como o mundo é descoberto nas famosas palavras de Anaximandro, nas reflexões dos pensadores jónicos sobre o nascimento e a decadência, nas visões de Heráclito do mundo como fogo. É um processo que, como o fogo, se apodera de tudo e o devora, em que nada perdura a não ser esse apoderar-se e devorar enquanto tal.

Erazim Kohak

Erika Abrams

  1. For the text and a discussion of Anaximander’s apeiron fragment, see Kirk, Raven, Schofield, The Presocratic Philosophers, pp. 106-26. According to the account given by KRS, the doctrine of ecpyrosis, the periodic destruction of the world by fire, was actually a later Stoic doctrine that was attributed to Heraclitus; though, to be sure, the importance of fire in cosmic matters for Heraclitus should not be underestimated. See KRS, p. 185. (Ed.)[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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