Niederhauser (2013) – Ganzsein – Ganzseinkönnen

destaque

(…) Heidegger fala de Seinkönnen e Ganzseinkönnen em vez de falar meramente da totalidade do Dasein, Ganzheit , para denotar as possibilidades incomensuráveis do Dasein limitadas apenas pela sua possibilidade última, a morte. Para o Dasein, há infinito na finitude. A afirmação complicada de que o futuro é “a chegada em que o Dasein vem em direção a si mesmo no seu mais próprio ser-possível-ser” agora lê-se: o futuro é um modo que permite ao Dasein relacionar-se autenticamente consigo mesmo e com o mundo, se e só se o Dasein reconhecer a sua possibilidade mais própria: a morte. Devo referir aqui que Alejandro Vallega identifica, por isso, e a meu ver corretamente, a futuridade do Dasein com o ser-para-a-morte (cf. Vallega 2003: 8). Assim, ao nível mais fundamental, o Dasein pode relacionar-se com qualquer coisa porque o Dasein é mortalmente finito e direcionado para essa finitude: sum moribundus. O futuro dá sentido e peso à capacidade de ser do Dasein, pois o horizonte do futuro surge, em última análise, da morte. O Dasein é sempre já constituído como um todo no terreno do ser-para-a-morte, mas o Dasein tem de especificamente manter essa possibilidade como verdadeira para se assumir como todo. A realização do seu mais próprio ser-capaz-de-ser-todo permite ao Dasein compreender corretamente o ser como possibilidade.

original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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