Nancy (1996:21) – “nós”

tradução do inglês

Digamos “nós” para todo o ente, isto é, para cada ente, para todos os entes um a um, cada vez no singular do seu plural essencial. A linguagem fala por todos e de todos: para todos, no seu lugar, no seu nome, incluindo aqueles que não têm nome. A linguagem diz o que há do mundo, da natureza, da história e da humanidade, e fala também por eles e em vista deles, a fim de conduzir aquele que fala, aquele através do qual a linguagem vem a ser e acontece (“homem”), a todo o ente, que não fala, mas que não deixa de ser — pedra, peixe, fibra, massa, fenda, bloco e respiração. O orador fala pelo mundo, o que significa que o orador fala para ele, em nome dele, para o tornar um “mundo”. “Como tal, o falante está “no seu lugar” e “segundo a sua medida o falante ocorre como seu representante, mas também, ao mesmo tempo (e isto tem todos os valores de pro em latim), em antecipação a ele, antes dele, exposto a ele como à sua própria consideração mais íntima. A linguagem diz o mundo; isto é, perde-se nele e expõe como “em si mesmo se trata de se perder para ser dele, com ele, para ser o seu sentido — que é todo o sentido.

Richardson & O’Byrne

Original

[NANCY, Jean-Luc. Être singulier pluriel. Paris: Galilée, 1996]

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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