Maldiney (2002:178-180) – existência

destaque

O ponto de partida da filosofia de Maldiney é a existência. O que significa a existência? A existência é entendida como um movimento de transcendência: “estar fora de si mesmo e fora de tudo” [Henri Maldiney, “L’existant”, em Penser l’homme et la folie, p. 301]. O existir só pode ser ele mesmo acolhendo o que acontece no mundo. Existir é, pois, simplesmente ser aí, estar presente ao mundo sem nunca estar totalmente no mundo. O mundo nunca é dado ao existente, que não pode abandonar-se a ele durante muito tempo. Ser no mundo é responder a um chamamento. Maldiney segue o pensamento de Heidegger: ser é se poder, ser si mesmo num projeto que não é uma representação, mas “um desígnio imanente à ação” (Ibid., p. 309). A eficácia do existir mede-se pela bitola do poder ser. Devir si mesmo é fundar a sua própria possibilidade. Através do projeto, o existente introduz a possibilidade no mundo e, de certa forma, dá justificação ao ente. Mas será que “justificar” a realidade, ou abrir o mundo de acordo com as suas próprias possibilidades, não é uma ilusão?

original

  1. Henri Maldiney, « L’existant », dans Penser l’homme et la folie, p. 301[↩]
  2. Ibid., p. 309.[↩]
  3. Ibid., p. 313.[↩]
  4. Henri Maldiney, « L’existant », dans Penser l’homme et la folie, p. 310.[↩]
  5. Ibid., p. 320.[↩]
  6. Ibid., « L’existence dans la dépression et la mélancolie, op. cit., p. 113 ; « L’existant », op. cit., p. 316.[↩]
  7. Ibid., p. 304.[↩]
  8. Maldiney, Aîtres de la langue et Demeures de la pensée, L’Âge d’homme, 1975, p. 130. Le « Pathei mathos », maxime de sagesse populaire qui devient un « savoir tragique » (Jaspers) avec Eschyle est souvent présente dans les textes de Maldiney. Voir : Aîtres de la langue…, p. 156 ; Penser l’homme et la folie, p. 385-386, p. 389 ; Regard, Parole, Espace, p.71.[↩]
Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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