Luijpen: Monismo materialista e monismo espiritualista

Quando procuramos penetrar na história do pensamento, temos de constatar que a tentativa de dizer o que é o homem termina na procura de um penoso equilíbrio. Tanto os sistemas materialistas como os espiritualistas testemunham claramente as dificuldades perante as quais se encontra o pensamento ao pretender exprimir o que é o homem. Ao mesmo tempo, esses sistemas resultam de certo desequilíbrio de ideias. Nem assim são inúteis, porque não existe filosofia que não diga respeito a nada simplesmente.

Momentos de equilíbrio são relativamente raros na história da filosofia. Um deles é a filosofia de nossos dias, a fenomenologia existencial. Sabe valorizar a realidade que materialistas e espiritualistas viram, sem contudo cair na unilateralidade desses dois sistemas.1 É no uso do termo “existência”, pelo qual se exprime uma das características mais fundamentais e essenciais do ser-homem, que se fixou, por assim dizer, o equilíbrio da ideia do nosso ser.2

  1. Isso se pode achar masi desenvolvido em qualquer tratado sobre a filosofia existencial. Uma expressiva exposição da crítica que os filósofos existenciais fazem dos materialistas e espiritualistas encontra-se em A. Dondeyne, Beschouwingen bij het atheïstisch existentialisme, em: Tijdschrift voor Philosophie XIII (1951), pp. 1-41.[↩]
  2. Merleau-Ponty, Sens et Non-sens, pp. 142-143.[↩]

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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