Loreau (1989:266-269) – conceito de fenômeno (Phänomen)

destaque

O ser é isto que é manifesto enquanto não se manifesta (268) como fenômeno. No entanto, o que a fenomenologia trata não é do ser em si, mas do fenômeno do ser. No fundo, tal fenômeno tem como condição o fenômeno empírico: ele é graças ao e no ente, mas não é o ente. Como fenômeno do ser, ele é sempre o fenômeno do ser. Enquanto fenômeno do ser, ele é sempre o fenômeno do Outro-que-o-ente. Ora, o que torna possível o acesso ao fenômeno do ser, e portanto ao ser, deve ser integrado na essência do ser. Assim, desde o início, entra de pronto em sua essência o Outro-que-o-ente, logo o ente em relação ao qual ele é Outro. É apenas através do ente – o fenômeno vulgar – que o ser (ou o a priori que é ao mesmo tempo manifesto e oculto) pode vir à manifestação expressa. Enquanto fenômeno, o ser é visado desde o início a partir do ente e, portanto, a partir da antecipação do que torna o ente visível como tal: a Forma do Fenômeno. O ser como fenômeno é visado a partir da Forma do Fenômeno. Este fato terá consequências essenciais e inexpugnáveis para a abordagem, uma vez que a fenomenologia como método, para conduzir a qualquer coisa, toma necessariamente o caminho do fenômeno, que é o seu ponto de partida e o seu fundamento.

original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

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