Zweideutigkeit

Zweideutigkeit, équivoque, prétention, dubiedade, ambiguidade, Zweifelsweg, caminho da dúvida, camino de la duda, way of doubt. VIDE: Vieldeutigkeit

Quando, no cotidiano ser-um-com-o-outro, algo vem-de-encontro que é acessível a qualquer um e sobre o qual qualquer um pode dizer qualquer coisa, já não se torna possível decidir de imediato entre o que foi e o que não foi aberto em um entendimento autêntico. Essa ambiguidade estende-se não somente ao mundo, mas de igual maneira ao ser-um-com-o-outro como tal e mesmo à relação do Dasein consigo mesmo.

Tudo se afigura autenticamente entendido, apreendido e expresso e, no fundo, não o é, ou então, não parece e, no fundo, é. A ambiguidade não concerne somente ao dispor do ente acessível no emprego e no gozo, mas já está firmemente estabelecida no entender como poder-ser, no modo do projeto e do ter-prévio de possibilidades do Dasein. Não somente cada qual conhece e discute o que é e sobrevêm, mas, além disso, cada um já sabe como discorrer sobre o que deve ocorrer, sobre o que ainda aí não está, mas que deveria ocorrer “efetivamente”. Cada um já suspeitou e rastreou sempre antecipadamente o que outros também suspeitaram e rastrearam. Esse estar-no-rastro-de, mesmo que por apenas ouvir-dizer — quem está autenticamente “no rastro de” algo não o diz —, é o modo mais insidioso de a ambiguidade oferecer antes ao Dasein possibilidades que depois são despojadas de sua força. (SZ:173; STCastilho:487)


É esse “semblante” (Vezin traduz por “pretensão”) que constitui o terceiro fenômeno característico do ser-aí cotidiano. Heidegger chama isso de “equívoco” (Zweideutigkeit), porque o semblante não nos permite mais decidir o que é a compreensão autêntica ou o seu oposto. Em relação a este fenômeno, é necessário observar sua grande amplitude. Não é apenas o mundo, reduzido à multiplicidade de seus aspectos, que se torna equívoco, mas também o ser-um-com-o-outro e, finalmente – isso deve ser enfatizado – a relação própria do Dasein a si mesmo (SZ:173). (GREISCH, Jean. Ontologie et temporalité. Esquissse d’une interptétation intégrale de Sein und Zeit. Paris: PUF, 1994, p. 223)


VIDE: (Zweideutigkeit->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Zweideutigkeit)


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équivoque (EtreTemps)
ambiguity (BT)

NT: Ambiguity (Zweideutigkeit), 133, 173-175, 177, 180, 222, 253-255, 271, 298-299, 346, 378, 383. See also Curiosity; Falling prey; Idle talk (BT)


AMBIGUIDADE (Zweideutigkeit). Em seu ser-com diário, ser-aí encontra entidades no caminho que estão acessíveis a todos, e sobre os quais todos podem dizer qualquer coisa. Isto também significa que nossa compreensão diária se torna ambígua. É praticamente impossível decidir quando o ser das entidades é desencoberto em uma maneira genuína e quando é descrito na conversa fiada da «gente». A ambiguidade campeia também na maneira que os ser-aí projeta a si mesma e encontra suas possibilidades, porque estas possibilidades também foram publicamente interpretadas. Assim, a compreensão do ser-aí na publicidade do «a gente» constantemente dá errado em suas projeções, a respeito das possibilidades genuínas do ser-aí. Ser-aí é sempre ambiguamente «aí», dividido entre os modos de propriedade ou «autenticidade» e impropriedade ou «inautenticidade». (HDHP)


Zweideutigkeit (die): «ambigüedad», «equívoco». En su cotidiano estar-con (Mit-sein), el Dasein se encuentra con los entes tal como éstos han sido interpretados de entrada por el uno (das Man), por lo que resulta prácticamente imposible distinguir cuándo el ser de los entes se manifiesta de una manera genuina y cuándo es descrito por la habladuría constitutiva de la publicidad. La comprensión cotidiana es esencialmente ambigua en la medida en que solo repite y propaga las opiniones ya establecidas sin una apropiación originaria de los fenómenos. Véase la entrada Gerede (das). (GA20, p. 384; SZ, pp. 173-175.) (LHDF)