Wille, Wollen, willing, querer, vouloir
Querer e desejar (Wünschen) estão ontologicamente enraizados de modo necessário no Dasein como preocupação (Sorge), e não são simplesmente vivências (Erlebnisse), ontologicamente indiferentes, a ocorrer numa “corrente” completamente indeterminada no seu sentido-de-ser (Seinssinne), o que vale igualmente para a inclinação (Hang) e o impulso (Drang). (SZ:194; STCastilho:541)
O poder-ser (Seinkönnen), em vista do qual (worumwillen) o Dasein é, tem ele mesmo o modo-de-ser (Seinsart) do ser-no-mundo. Ele implica, por conseguinte, ontologicamente a relação ao ente do-interior-do-mundo (innerweltliches Seiendes). A preocupação (Sorge) é sempre, embora só privativamente, ocupação (Besorgen) e preocupação-com-o-outro (Fürsorge). Um ente é entendido, isto é, projetado em sua possibilidade (Möglichkeit), é apreendido no querer como um ente do qual se ocupar ou como um ente a ser conduzido a seu ser pela preocupação-com-o-outro. Por isso, ao querer pertence cada vez um querido, o qual já foi determinado a partir de um em-vista-de-quê (Worum-willen). Para a possibilidade ontológica do querer são constitutivos: a prévia abertura (Erschlossenheit) do em-vista-de-quê em geral (o ser-adiantado-em-relação-a-si (Sich-vorweg-sein)), a abertura daquilo de-que-se-ocupar (Besorgbarem) (mundo como o onde do já-ser (Welt als das Worin des Schon-seins)) e o projetar-se entendedor (verstehende Sichentwerfen) do Dasein em um poder-ser para uma possibilidade do ente “querido”. A totalidade (Ganzheit) fundamentadora da preocupação é entrevista no fenômeno do querer. (SZ:194; STCastilho:543)
Querer é querer-ser-senhor (Wollen ist Herr-sein-wollen). (…) Querer não é, segundo esta determinação essencial, um aspirar (Streben), mas é antes todo o aspirar que permanece apenas uma cópia ou um protótipo do querer. (GA5:234; tr. Borges-Duarte, 2002, p. 269-270)
Todo querer (Wollen) é um ansiar (Streben), mas nem todo ansiar é um querer. Querer faz parte da liberdade, do ser livre para uma exigência à qual eu correspondo, e então a solicitação é a motivação do querer. Eu quero somente quando eu me envolvo com a motivação, quando a assumo como tal, quando eu a aceito. Latim: nemo vult nisi videns.(“Ninguém quer, exceto quando vê”. (N. da T. (GA89:273; tr. Arnhold & Almeida Prado)
VIDE: (Wollen->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Wollen)
vouloir
willing
NT: Willing (Wollen, verb), 194-195, 210, 290-293. See also Care; Wishing (BT)