Perspektive

Mais tarde, Heidegger associa Horizont à Perspektive de Nietzsche e à sua ideia de que o mundo só pode ser interpretado através das várias perspectivas. Uma perspectiva ou um horizonte impõe um “esquema” ao caos subjacente do devir, tornando-o “constante”. “Toda perspectiva possui seu horizonte” (GA6, 646/N3, 148). Mas o “horizonte, a esfera do constante que envolve o homem, não é um muro trancando o homem; o horizonte é transparente, aponta mais além, para o que não foi fixado, para o que se torna e pode tornar-se, para o possível” (GA6, 574/N3, 87). Heidegger explora a derivação de Perspektive do latim perspicere, “ver através”. Vemos através do horizonte em direção ao que pode emergir do caos. Ignora as implicações céticas do perspectivismo — que não há critério neutro, independente para o valor-de-verdade de uma perspectiva. Indica que o perspectivismo prefigura a “armação (Gestell)” da tecnologia, inserindo as coisas em uma estrutura controlável na qual elas podem ser calculadas e manipuladas (GA6, 576/N3, 89; 580/N3, 92; NII, 271/N3, 199). Horizont e Perspektive ” são fundados em uma forma original e essencial do ser do homem (no Da-sein), que Nietzsche não vê ou pode ver mais do que qualquer metafísica anterior” (GA6, 574/N3, 87). (DH)