Assim, é fácil tornar compreensível para o mais simplório dos homens o quanto toda representação humana nunca provém senão de algum canto desse beco, quer a representação do mundo tenha surgido de um grande pensador singular e normativo, quer ela aponte para a sedimentação das representações de grupos, épocas, povos e famílias de povos. Hegel explicitou esse fato por meio de uma referência irrefutável ao nosso uso linguístico, que dá ensejo a um jogo de palavras nada superficial ou forçado.(NT Casanova: Heidegger refere-se, aqui, ao primeiro capítulo de A fenomenologia do espírito·. “A certeza sensível ou o isso e o visar”. Em verdade, Hegel joga nesse capítulo com o fato de o verbo alemão meinen (opinar, visar) se confundir em certos momentos com o pronome possessivo mein (meu).) (GA6MAC:250)