Grundlegung, re-fondation, laying the foundation, fundamentação
Quanto a isso, tem de estar de antemão clarificado o que significa em geral “fundamentação”. A expressão concretiza plasticamente a sua significação no campo do construir. A metafísica não é, na verdade, nenhum edifício subsistente, mas é, de qualquer modo, real “como disposição natural” em todos os homens1. Com isso, fundamentação da metafísica poderia significar: colocar debaixo dessa metafísica natural um fundamento ou substituir um fundamento já estabelecido por meio da inserção de um novo. A questão é que é preciso manter afastada da ideia de fundamentação justamente essa representação de que se trataria aqui de arranjar bases para um edifício pronto. Fundamentação é antes o projetar do próprio plano de construção, de tal modo que esse plano fornece juntamente com esse projeto a indicação de sobre o que e como a construção precisa ser fundada. Fundamentação da metafísica como o projetar do plano de construção, contudo, não é, por sua vez, nenhuma produção vazia de um sistema e das suas disciplinas, mas a demarcação arquitetônica e a distinção da possibilidade interior da metafísica, isto é, a determinação concreta da sua essência. Toda a determinação essencial, porém, só se completa na desobstrução do fundamento essencial.
Assim, enquanto projeto da possibilidade interior da metafísica, a fundamentação é necessariamente um deixar tornar-se efetiva a sustentação do fundamento estabelecido. Se e como isto acontece é o critério da originariedade e da amplitude de uma fundamentação. (GA3MAC:21-22)
VIDE: (Grundlegung->http://hyperlexikon.hyperlogos.info/modules/lexikon/search.php?option=1&term=Grundlegung)
Grundlegung (estabelecimento do fundamento): O estabelecimento do fundamento (Grund) articula-se diretamente com o procedimento metafísico da fundamentação (Gründung). À medida que ganha corpo uma possibilidade de estruturação do pensamento metafísico, vem à tona ao mesmo tempo uma determinação do ente na totalidade (Seienden im Ganze). Esta determinação repousa sobre a instauração de uma posição fundamental (Grundstellung). Às determinações do ente na totalidade corresponde assim o estabelecimento de seu fundamento, uma vez que apenas este estabelecimento suporta ontologicamente uma tal posição fundamental. (Casanova; GA67MAC:181)
Crítica da razão pura, 2a. versão, p. 21. – A primeira versão (A) e a segunda versão (B) estão presentes uma ao lado da outra na edição de Raymund Schmidt (Meiners Philosophische Bibliothek) de 1926 de uma maneira exemplar. A seguir sempre citaremos segundo A e B ao mesmo tempo. ↩