êthos

[…] Na “CartaH” (GA9), Heidegger repensará o “ético” em um sentido novo e radical que rompe com a tradição metafísica da ética. Se a ética tradicional começa com o sujeito como um agente autônomo que toma decisões em virtude de seu poder volitivo, o ethos de Heidegger pressupõe nossa pertença histórica a um mundo que não é de nossa própria criação, mas um mundo no qual nos encontramos como entes lançados e não como senhores de nosso domínio. Aqui, o ethos será entendido como nossa morada, nossa permanência (Aufenthalt) na terra, que é menos uma forma de “caráter” do que um movimento no qual habitamos de forma destinada, o que Hölderlin, em “O Reno”, chama de “os limites que Deus nos designou, ao nascer, para nosso termo e local (Aufenthalt)” (linhas 127-29). Em nossa estada entre o nascimento e a morte, nossa estada genuína consiste em morar perto dos deuses. No entanto, essa permanência (Aufenthalt) pressupõe uma postura (Haltung) de restrição (Verhaltenheit), uma sintonia com a retirada do ser (Vorenthalt), como nossa forma fundamental de ser/estar no mundo em meio aos entes. (Charles Bambach, WCHL)

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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