epoche

Como Descartes, ele reivindica a suspensão da “atitude natural”, da crença no mundo externo, nas ciências, matemáticas, até mesmo na lógica, e a concentração em nosso próprio ego. Esta suspensão da crença é a Epoche, do grego epoche,” restrição”, uma palavra usada pelos céticos gregos para afirmar a ” suspensão” da crença. Há duas razões para a epoche e a decorrente “redução transcendental”: 1. unicamente o ego e seus estados podem fornecer as “fundações” certas e seguras para as ciências; 2. o ego e seus estados constituem um rico campo de investigação por mérito próprio — um campo que Descartes descobriu mas rapidamente deixou vago: “Se Descartes se tivesse detido no final de sua segunda Meditação, ele teria chegado na fenomenologia” .1 Este campo possui três constituintes, além do próprio ego: 1. As cogitationes, “pensamentos”, do ego, incluindo percepções, imaginações, lembranças, sentimentos etc. 2. Os “objetos intencionais” do ego, cadeiras, mesas etc., não como objetos reais, cuja composição química pode ser analisada, mas como objetos de nossas atitudes mentais. 3. A relação entre as cogitationes flutuantes e os objetos intencionais relativamente estáveis. Como o fluxo contínuo de nossa vida interior congela-se em um mundo estável? (VIDE intencionalidade) [DH]

 


  1. Descartes abandonou a atitude fenomenológica no fim de sua segunda Meditação, ao declarar que algo que não é imediatamente dado na experiência é uma res cogitans, uma “coisa pensante”. ↩

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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