surgência
Queremos «apresentar-nos» diante da palavra φύσις (physis). Partidos de uma definição provisória, eis-nos aptos, depois de alguns desvios pelo ser, pela aparência e pelo combate, a voltar a essa mesma definição corrigida: se a φύσις é efectivamente desabrochar, não é desabrochar como estado ou momento acabado, mas o que incessantemente se ergue e constantemente desabrocha (das immerdar Aufgehende). É por isso que, para além do termo Aufgehen geralmente empregue, Heidegger propõe, como tradução mais exacta da φύσις grega, a palavra Aufgehung. Só o faz, que saibamos, num único texto (VuA GA7:261). Mas com isso permite-nos pensar mais estritamente «em grego», e fechar assim a nossa definição. φύσις é Aufgehung: φύσις é o movimento de eclosão, a emergência pensada verbalmente e dita na forma nominal (numa réplica precisa à palavra grega), e é essa emergência que é ser (Sein). Compreender o que isso quer dizer, e o que está implicado, de maneira não aparente, numa tal definição, é o que nos vamos esforçar por determinar, através de uma meditação da essência da φύσις. (MZHPO:48-49)
NT: Aufgehung (néologisme), forme nominale féminine qui correspond à celle de physis alors que pour traduire to asi phyon (pp. 323-324), Heidegger emploie la forme verbale neutre das Aufgehen, que nous rendons aussi par « émergence ». (GA7; EC 326)