als

als = como, enquanto

Sobre als (enquanto), ver Ser e Tempo, EtreTemps32, e Tugendhat, E. – Tikatà Tinós, Freiburg-München, 1958. (MHeidegger: TEMPO E SER)


Eu compreendo o mundo à minha volta, a cidade, a sala ou o escritório com sua rede de “ significação (Bedeutsamkeit)” e “conjuntura (Bewandtnis)”. Quando eu focalizo algum ente particular eu o vejo “como uma mesa, uma porta, um carro ou uma ponte” (SZ, 149). Eu também o vejo como sendo para algo: para comer sobre, para entrar em um quarto etc. A interpretação de um ente torna explícita as suas relações com outros itens no ambiente e com as “possibilidades” em função das quais eu compreendo este ambiente. Sempre ao lidar com um instrumento , eu o vejo como isso-e-aquilo e como sendo para algo. Não preciso afirmar que este é o caso. Interpretar algo como algo não envolve o como (Als) da proposição, o como “apofântico”, mas o como “hermenêutico”, o como da interpretação (GA21, 187s; SZ, 158). A interpretação é anterior à proposição e, em SZ, anterior à linguagem. Ver algo sem vê-lo como algo é difícil, não natural. Não é básico, mas derivativo e “privativo”: se eu olho para algo deste modo livre-do-como, eu paro de compreendê-lo numa conjuntura. A interpretação não é baseada em uma percepção livre-do-como. O “como” é essencial para DASEIN: “este ‘como isso’, ser como tal, algo como algo, a como b. Este ‘como’ totalmente elementar é (…) o que falta aos animais” (GA29-30, 416).

Auslegung envolve pressuposições, uma “estrutura prévia (Vor-Struktur)” assim como uma “estrutura-como (Als-struktur)” (SZ, 151). (DH:99)