Kisiel (1995:354-355) – ens certum et inconcussum

destaque

A atitude metodológica de base da antropologia moderna remonta a Descartes. Porque é que a questão do ser é negligenciada aqui e, portanto, em todas as análises subsequentes da consciência? Poder-se-ia pensar que, com uma proposição fundamental como “cogito, sum”, o ser do ego teria de ser interpretado. Mas o sentido do ser na afirmação “sum” não é de modo algum examinado ou questionado. A questão do ser é completamente negligenciada. Porquê? Porque esta questão não pode ser colocada na abordagem que Descartes faz da res cogitans. Este fato torna-se evidente pela forma como a “consciência” é abordada. Descartes está à procura de uma cognitio certa et evidens para fazer da filosofia uma ciência fundamental. Uma vez que o seu ideal para uma tal ciência é a matemática, Descartes quer um fundamentum absolutum et simplex para a prima philosophia. Este deve ser dado num intuitus (experientia) para estabelecer a base de toda a dedução posterior.

original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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