Jonas (Arendt:89-91) – natalidade e mortalidade

destaque

O nascimento (Gebürtlichkeit) é, juntamente com a morte (Sterblichkeit), a categoria que define a existência humana para Hannah Arendt ou, em suas palavras, a “natalidade” (Natalität) que contrabalança a “mortalidade” (Mortalität). Sejamos claros. Com “natalidade”, Hannah Arendt não está apenas cunhando uma nova palavra, ela está, na verdade, introduzindo uma nova categoria na doutrina filosófica do homem. Até agora, a morte tem estado no centro da reflexão, e a meditatio mortis, a meditação sobre a morte, nunca esteve muito longe do centro da reflexão religiosa e filosófica. Mas sua contrapartida, o fato de que cada um de nós nasce e aparece como um recém-chegado ao mundo, tem sido estranhamente negligenciada na reflexão sobre nosso ser. (Por exemplo, tudo o que Descartes conseguiu extrair desse fato infeliz foi a observação sombria de que, quando crianças, ou seja, antes de desenvolvermos um julgamento crítico, nossos educadores nos alimentavam com falsas opiniões: Discurso sobre o Método, Parte II). Portanto, Hannah Arendt está intencionalmente propondo algo novo quando diz: “a ação está ligada à condição fundamental da natalidade” (p. 43).

Courtine-Denamy

  1. Paris, Aubier Montaigne, Traduit et préfacé par Henri Lichtenberger.[↩]

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

Twenty Twenty-Five

Designed with WordPress