Heidegger-Arendt (Cartas) – Nossos

Casanova

E o que podemos fazer além de nos abrirmos: além de deixarmos ser o que é. Deixar ser de um tal modo que o amor se torne para nós uma alegria pura e a fonte de cada novo dia de vida.

Ser elevado ao que somos. De qualquer maneira, seria possível que um de nós “dissesse” e se abrisse ao outro. Só podemos dizer, contudo, que o mundo não é mais meu nem seu, mas nosso. Que o que fazemos e empreendemos não pertence a mim e a você, mas a nós. Que os cumes, os caminhos, as manhãs de maio e o perfume das pétalas são nossos. Que toda a bondade em relação aos outros, todo e qualquer modelo legítimo e desprovido de constrangimento para eles é nossa vida. Que a luta cheia de júbilos e o empenho seguro por algo escolhido são nossos. Nossos. Que isso não pode nunca mais se perder, mas só tem a possibilidade de se tornar mais rico, mais claro, mais seguro, a fim de crescer e transformar-se em uma grande paixão da existência.

Ludz

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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