Graham Harman (2002:§1) – império-utilitário global

destaque

A próxima caraterística importante do equipamento é a sua totalidade. O utensílio nunca se encontra isolado, mas pertence a um sistema: “Em sentido estrito, não existe um equipamento. Ao ser de qualquer equipamento pertence sempre uma totalidade de equipamentos, na qual ele pode ser o equipamento que é.” Mais uma vez, há o perigo de nos precipitarmos num acordo fácil com Heidegger. O cerne da questão não reside na observação de que o equipamento se encontra sempre em conjunto com itens relacionados, uma alegação superficial facilmente eliminada por qualquer mestre do contra-exemplo. O que é essencial é que, ao nível da prontidão à mão (Zuhandenheit), a ideia de um único utensílio que repousa no seu efeito solitário é demonstrada como insustentável. Em vez disso, o equipamento individual já está dissolvido num império-utilitário global.

original

Excertos de

Heidegger – Fenomenologia e Hermenêutica

Responsáveis: João e Murilo Cardoso de Castro

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